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Linn aceitou e combinaram de se encontrar apenas para uma caminhada. Carly estava a esperando na portaria do prédio. Linn notou que a menina era extremamente branca, mas que tinha olhos muito pretos. Elas começaram a andar logo depois de um cumprimento.

– Oi…

– Oi! Melhor da ressaca?

– Sim, sim. Hm… o que você fazia por aqui? 

– Na real mesmo? – Linn assentiu, indicando para ela prosseguir – Eu queria te ver. – pararam de andar e ficaram de frente para outra. Linn não sabia o que dizer ou fazer. – Eu me senti mal pela outra noite. Pelo meu irmão. Queria me desculpar…

– Não! – Linn a interrompeu quase que grosseiramente, mas mudou o tom de voz logo. Recomeçaram a caminhar – Você não tem que me pedir desculpas, Carly. Você não fez nada. Seu irmão que é um babaca completo. Mas você é legal. E eu tô bem. Foi só coisa de momento e eu estava bêbada… – Linn deu um meio sorriso para tranquilizar a garota. 

– Que bom que você está bem. Fiquei preocupada, e até ia atrás de você, mas a Anne disse que ela quem iria. Não queria mais discussão, então deixei ela ir.

– Foi? Ela me ajudou muito. Merda! – Linn pisara em falso e seu pé havia dado um mal jeito. Ia caindo quando Carly a ajudou. – Eu sou muito desastrada! Puta merda. 

– Calma, senta aqui. – Sentaram na escadaria de uma casa. Carly ficou fazendo massagem em seu pé para aliviar a dor. – Espero que não fique inchado.

– Tá melhorando. Obrigada. – sorriram uma para outra enquanto Carly colocava o pé da outra no chão com cuidado. Linn achou fofo. 

– Põe gelo depois. – Carly sentou-se ao seu lado e um silêncio constrangedor pairou. – acho que você tá muito bonita para quem tomou um porre ontem. 

– Nha, eu devo estar parecendo um zumbi! 

– Você tá linda. – Linn fez careta. Nunca soube reagir a elogios. Elas apenas riram e se encararam. Carly foi se aproximando lentamente.

– Não sei se é uma boa ideia… – Carly fez uma cara de desentendida enquanto se afastava. – É que faz tempo que eu não me envolvo com ninguém e eu não tenho certeza se eu deveria me apaixonar de novo. 

– Linn, eu nem sei porque eu estou tão interessada. Sinceramente. Não sei porque vim aqui hoje. Eu só… quis te ver. Eu sei que nem conversamos tanto, mas tem algo em você que me atrai. A gente não pode só deixar rolar? Eu sei que você quer... – Linn a encarou, pensativa. Talvez se arrependesse, mas acariciou a bochecha da garota e se aproximou, selando seus lábios, iniciando um beijo calmo. 

– Tudo bem se formos com calma? 

– Claro. Tudo no seu tempo. Relaxa. 

– Certo. Agora eu acho melhor eu ir. 

– Tudo bem. Quer ajuda para levantar? 

– Não precisa, tô bem! – Linn se apoiou no corrimão, mas não conseguiu colocar o pé no chão de jeito nenhum. Ouviu uma risadinha abafada. 

– Eu acho que alguém é um pouco orgulhosa… – Falou enquanto ajudava a moça a andar.

– Cala a boca! – Foram andando de volta, com um “aí” aqui e ali. Quando chegaram na portaria, Carly entrou junto no prédio. Disse que a deixaria na porta. Se despediram com um selinho demorado. Anne se assustou quando viu a outra andando com dificuldade. 

– Por Deus! O que houve? 

– Eu tropecei. Nada novo. Tá doendo para um caralho. 

– Vou pegar o gelo. – Anne colocou o gelo cuidadosamente sobre o pé da amiga, que fez careta de dor. Estava um clima estranho, e ficaram em silêncio por um tempo.

– Eu meio que dei uma chance a Carly. – Anne fez força o saco de gelo e Linn deu um grito. 

– Desculpa… é, e toda a conversa sobre não querer se envolver com ninguém? 

– Eu nem sei porque fiz isso, e também, nem vai durar.  

– Como sabe? – Linn deu de ombros e pegou a bolsa de gelo depois de agradecer.

– Você gosta dela? – Linn pensou um pouco, e não, não gostava. Mas lembrou como foi bom ficar com a garota. 

– Eu sinto falta de estar com alguém, Anne. Não é como se eu fosse me casar. 

– Entendi. – Anne não gostou de Cary desde o primeiro momento. Tentou ao máximo não demonstrar que não estava bem com esse novo “romance” e foi tomar banho. Quando saiu, Linn já estava dormindo. Logo dormiu. Estava exausta do fim de semana. Foi muita coisa para sua cabeça processar.

– Anne, Anne! Acorda! Agora! VAI

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