Linn olhou para cima e agradeceu por ver Mike.
- Tô bem, calma! - falou, usando toda sua força para ficar de pé, o que não deu muito certo, sentou no meio fio e notou Mike sentar ao seu lado. Ficaram em silêncio por um tempo. Ela estava muito tonta.
- Anne está bem arrependida.
- Eu sei, eu só precisava de um tempo. Você sabe que gosto da minha solidão.
- Sim, sei, mas você só fugiu. Não pode fazer isso. Sabe os motivos que ela teve pra fazer isso? Pense bem, Linn. Não vale a pena se afogar em álcool por qualquer merda que acontecer.
- Você não entende. Eu não queria ser assim, mas sou, por isso eu me afasto.
- Garota, eu te conheço a pouco tempo, mas criei um afeto enorme por você e esses olhinhos pequenos. Tenho certeza que Anne mais ainda, por isso o instinto protetor. Não deixa o que vocês têm acabar, é uma parceria muito bonita. Agora vem, vamos pra casa. - falou levantando e estendendo a mão.
Linn aceitou a mão para levantar-se, mas no momento em que ficou de pé sua cabeça girou e ela vomitou, dando tempo apenas de virar para a calçada e não no pé de Mike. O rapaz segurou o cabelo da outra. Logo Linn se recompôs como deu.
- Desculpa você ter visto isso.
- Linn, relaxa. Tá tudo bem. - Linn assentiu e foram para casa em silêncio com Linn pensando nas palavras do amigo.
Ainda teria que conversar com a amiga, mas ela precisava de um banho. Sua cabeça já havia começado a doer, e logo que saiu do banho foi tomar um remédio pra dor, só de toalha mesmo. Quando foi se vestir, notou que Anne havia capotado no sofá. A observou, estava com uma expressão mais relaxada. Era linda dormindo. Merda. Linn se pegou sorrindo ao olhar para a garota.
- Deve ser só o álcool. - Anne dormia em uma posição meio desconfortável e provavelmente acordaria com as costas doendo. - Ei, Anne? Vem para a cama, o sofá é ruim. - Ela acordou meio desorientada.
- Não. A gente precisa conversar. Não quero ficar brigada com você.
- Olha para mim. Nós vamos esquecer isso. Está tudo bem. Não vai mais acontecer. - Anne assentiu e voltou a dormir, mas dessa vez no lugar certo.
As semanas foram se passando, Anne estava mais ambientada com o lugar em que estava trabalhando e se dando bem com os outros funcionários. Ela havia ido na casa de seus pais a uns dias, seu pai não estava lá e a mãe dela lhe fez uma proposta: poderia continuar trabalhando, mas teria que esquecer a "invenção" de gostar de mulher e assim poderia voltar para casa. Anne até considerou voltar, afinal, não estava focada em namoros no momento, sentia falta do colo da mãe. A mãe dela era praticamente outra pessoa longe do marido. E era uma mulher incrível que merecia muito mais do que tinha. Por outro lado, gostava da liberdade que tinha morando com Linn.
Cada dia mais ela descobria um pouco mais sobre a moça. E não se cansava. Linn era interessante e muito engraçada, mas a TPM dela era um pesadelo. Anne tinha medo de se apaixonar, não queria estragar as coisas, nem perder a amizade mais importante que havia construído em todos esses anos. E além do mais, Carly ainda estava presente na vida de Linn. Anne não conseguia confiar na quase namorada de sua amiga, havia algo nela que Anne não engolia e sabia que uma hora ou outra saberia o que era. Anne pensava tudo isso quando Linn chegou.
- Hey! Cheguei.
- Oi, como foi o trabalho hoje?
- Ah, o de sempre, mas acho que brechó está em moda. Mais jovens estão indo lá.
- Que bom, né? Melhor para você.
- É sim - Linn assentiu e disse que iria tomar um banho. Anne estava com preguiça, então continuou exatamente onde estava.
- Você tá afim de dar uma saída hoje? Estou cansada de ficar em casa. - Linn gritou do banheiro. Anne estava cansada, mas aceitou e foi tomar banho logo após a outra sair. Decidiram que iriam em algum pub, pois era mais calmo.
- O que te deu para você querer sair hoje?
Linn deu de ombros - Estou cansada de assistir netflix e talvez eu queira espairecer um pouco. Carly e eu brigamos. - Estavam no taxi a caminho de um endereço que Mike as deu e disse que era um ótimo lugar.
- O que foi dessa vez?
- Eu tenho observado que ela é diferente quando está comigo e quando estamos perto de outras pessoas, sabe? E eu acho horrível isso em alguém. Não dá para confiar. - Anne assentiu e seguiram viagem falando sobre outras coisas. Ela sabia que Linn só precisava beber um pouco. Ao chegarem, o lugar tinha a maior parte das mesas ocupadas, mas conseguiram uma mesa mais afastada.
- E aí, se interessou por alguém? - Anne deu uma olhada no local, mas ninguém mais a interessou.
- Acho que eu estou focada demais em ganhar dinheiro do que namoros. Ou qualquer coisa casual.
As duas ficaram ali, conversando e bebendo por um tempo. Anne convenceu Linn de comer algo para não ficar tão mal por causa da bebida depois, então pediram hambúrgueres.
- Meu Deus, eu tô muito apertada. Volto já. - Linn falou e foi atrás do banheiro. Estava levemente bêbada, porém, consciente. Quando fechou a porta do box, ouviu um barulho.
- Eu não acredito que vou transar em um banheiro desconhecido!
- Pode apostar que vai. - Linn reconheceu aquela voz e ficou sem acreditar e muito menos o que fazer. Tentava evitar pensamentos ruins, mas ouviu alguns gemidos abafados.
- Espera, eu nem sei seu nome!
- Carly. Meu nome é Carly.
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Nós
RomanceO amor não é algo que você encontre propositalmente. Amor simplesmente chega e te fascina gradativamente. Quando você vê, já não se imagina sem esse sentimento. Linn Somers definitivamente não estava a procura de um amor, mas foi escolhida para enc...