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- Meu bem, acorda vai. - Anne despertou com a voz de Linn e foi só assim que não acordou de mau humor. - já está de noite e seu celular não para de chamar. É sua mãe.

- Merda. Cadê ele? Que barulho irritante.

- Num é? Atende logo... diz que vai dormir fora... - falou Linn, dando uns beijos no pescoço de Anne enquanto ela atendia.

- Alô...oi. tudo bem sim e aí? Ok, que bom. Não precisa me esperar, vou dormir aqui na Linn. - Anne revirou os olhos com algo que ouviu. - é, mãe. Boa noite, tchau.

Desligou e jogou Linn na cama, dando tapas na menina, que gargalhava.

- Vagabunda! Minha mãe podia ter ouvido algo!

- Ai calma, meu amor! Ela não ouviu nada. Relaxa.

- Preciso comer, estou verde de fome.

Levantou-se e foi até a cozinha, Linn foi atrás. A morena morrendo de saudade da comida de Anne.

- Amor... você bem que poderia fazer aquele macarrão que só você faz, né? Tô com uma saudade... - pediu, agarrando Anne por trás.

- Hmmmm, será que eu devo? - falou fazendo uma cara pensativa e Linn fez um bico que derreteu Anne no mesmo momento. - tá bom, tá bom. Eu faço! Gostosa da minha vida.

Linn gritou um "eeeeeê" e lhe deu um beijo.

- É por isso que sei que você é o amor da minha vida.

- Sei... - falou e foi fazer o macarrão enquanto Linn entrava no banho. Logo ela saiu e ajudou em algumas coisas.

Quando terminaram, a panela estava vazia.

- Puta que pariu, viu?! Como vivi tanto tempo sem isso?

- Não sei nem como você sobreviveu. - Linn mandou o dedo do meio para Anne enquanto se levantava para lavar a louça. - o que você acha de sairmos hoje? Sabe, eu só começo a trabalhar depois de amanhã e se me lembro bem, eu tenho que te levar para mais lugares daqui.

- É verdade, hein. Tô até agora esperando você me levar para a lua.

- Olha, para a lua não, mas te faço ver ela perfeitamente. Vamos ao London Eye!

- Caralho, eu sempre quis ir naquela roda gigante mesmo.

- Então acho melhor a gente se apressar porque lá fecha às oito. Já é seis e meia.

- Eu acabei de tomar banho então vou só trocar de roupa.

- Vou tomar um banho rapidinho.

Com casacos pesados para se protegerem do frio, saíram e pegaram um táxi. O lugar era meio longe, mas foi uma viagem tranquila.

- Uau! - ela sabia que era uma roda gigante, mas não sabia o quão grande era quando estava perto.

- A vista lá de cima é muito bonita, vamos? - Anne chamou, estendendo a mão para Linn segurá-la. E ela prontamente agarrou a mão da moça.

Esperaram um pouquinho até poderem entrar e então foram para uma cabine com outras oito pessoas, totalizando as dez em cada cabine.

- Ai!

- Calma, é normal. - tranquilizou Anne quando deram um solavanco. - olha, foca aqui nessa vista.

Então Linn o céu a sua frente, a cabine ainda não tinha chegado no ponto mais alto, porém, era possível ver perfeitamente o céu estrelado. Ela ficou maravilhada, mas então viu Anne olhar para a vista e preferiu olhar aquela cena.

Os olhos brilhando pela claridade da lua cheia. Rapidamente pegou o celular e tirou uma foto.

- Acho que agora sei porque aqui é um dos pontos turísticos mais visitados, eu poderia dizer que é perfeita, mas só é perfeita quando você faz parte dela, então nem todos têm a sorte de ver o que eu estou vendo agora. - Linn falou abraçando Anne por trás e sussurrando as palavras.

A loira se virou e se jogou em seus braços, quase chorando. Talvez a TPM estivesse próxima.

- Eu te amo tanto, sabia?! És tão incrível e eu tenho tanta sorte de te ter. - Foi a vez de Linn a abraçar, enquanto beijava com paixão a namorada.

Logo pararam quando notaram alguma olhares.

- Que pouca vergonha... - ouviram um homem falar baixinho. Uma raiva subiu na cabeça de Anne, mas antes que pudesse falar qualquer coisa já estava sentindo as mãos de Linn em seus braços, tentando a acalmar. - ninguém precisa ver isso não!

- Qual o teu problema, cara?!

- Meu problema são pessoas como você achando que podem fazer o que quiserem. Eu tenho nojo.

E foi o ápice para Anne, uma mulher de um metro e sessenta e quatro avançou em um homem enorme, o empurrando na parede da cabine, que balançou.

Linn ficou com muito medo, mas não sabia se foi da briga ou da cabine mexendo.

- Calma, moça. Ignora esse homofóbico idiota! - um rapaz falou, apartando a briga. O homem estava levantando a mão quando o rapaz começou a falar. - você não é nem doido de encostar um dedo em uma mulher, seu filho da puta.

- Vão a merda seus doentes! - falou e foi para o outro lado da cabine. Para a sorte de todos, ela já estava parando para descer.

- Não liguem para pessoas assim. - o rapaz falou, quando já tinham saído.

- Que ódio! - Anne falou e saiu bufando na frente. Linn ficou para agradecer.

- Obrigada, moço. Acho que teria rolado muita merda se você não tivesse interferido.

- Não, que isso. Eu como um cara negro sei como é o preconceito.

- É uma bosta. Mas obrigada mesmo. Boa noite. - falou e saiu atrás da namorada, que estava comprando água.

- Acho melhor irmos embora. - Anne falou quando viu a namorada.

- Não, a noite é uma criança e não quero terminar a noite assim. - respondeu, estendendo a mão e esperando Anne.

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