Nós

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Leiam as notas finais, obrigada. Boa leitura, bebês ❤️

Entre soluços, ela falou que não queria perdê-la, e Linn lhe falou que não havia mais ninguém que ela quisesse tanto quando a Anne e que nada a tiraria dela.

Anne iria embora pela manhã e estava arrumando a mala na noite anterior, e quando pegou a mala, Linn decidiu sair da casa, segundo ela, para tomar um ar.

Anne ficou chateada, mas entendeu. Talvez fazer isso sozinha fosse um processo menos doloroso. Ela não sabia se Linn deixaria, mas pegou um moletom de Linn que ela gostava muito, para poder pelo menos dormir com ele.

Quando o pegou, havia um papel dobrado com a letra de Linn, para Anne. Ela abriu e pôde ver que era uma carta, escrita à mão por sua amada.

Primeiro, eu quero que saiba que isso não é para te fazer ficar. Eu entendo seus motivos e admiro o fato de sua bondade para com sua mãe ser maior que sua mágoa.

Desde que eu te conheci, no brechó, sabia que você era uma mulher forte e incrivelmente foda. Mesmo você tendo quase vomitado em meus pés depois.

Eu te conheci em um dia qualquer, numa hora qualquer e lembro que eu estava em um dia péssimo quando você me apareceu. Com aquele jeito, toda dona de si, me fazendo ficar envergonhada e mal sabíamos que isso aconteceria várias e várias vezes.

Eu fui te amando gradativamente e quando dei por mim, já estava completamente perdida nas tuas íris esverdeadas. Você me tira do sério, és irritante e chata, você molha o banheiro todo quando vai tomar banho e sai molhando a casa toda! E eu te odeio por não conseguir nem fodendo deixar de te amar, porque isso são coisas minúsculas comparadas a todos os motivos que eu tenho para te amar, tipo, você sempre me salva dos insetos! E eu amo isso.

Você me ajuda com todas as minhas crises e sempre tem algo bom para falar, fazendo eu me sentir melhor e quando não, só o seu abraço me satisfaz. Eu te amo por você ser incrível e irritante por que isso é quem você é.

Eu já sinto sua falta mesmo sem você ter ido, sua filha da puta. Nunca me senti tão vulnerável como agora, sem você. Mas eu sei que essa é uma das muitas barreiras que nosso amor enfrentará e, contanto que você esteja ao meu lado, eu conseguirei qualquer coisa.

É, eu não concordo com sua decisão, porém, eu te apoio. Sempre. Porque eu te amo. E ah, pode ficar com meu moletom, eu até passei meu perfume pra você lembrar de mim. É isso, meu bem.

com amor, Linn.

Ela desabou em lágrimas ao terminar de ler e abraçou a carta como se fosse a própria Linn.

Ela já sabia que havia encontrado o amor de sua vida na moça, mas quando tal fato era evidenciado ela sentia um impacto maior e ali havia sido diferente, por causa dos acontecimentos que viriam a se realizar.

Ela chorou por muito tempo até Mike bater na porta.

– Está aberta. – Ele entrou, e já sabia de toda a história, pois era o melhor amigo de Linn e de Anne também, então sabia a dor das duas.

– Sua cara está horrível, menina. Vem cá. – a abraçou, e ela não conseguiu segurar a tristeza quando voltou a chorar em seu ombro.

– Ela escreveu isso. Não consigo ficar sem essa garota, Mike. – Ele leu e viu como a amiga estava desabando.

Ela não demonstrava tanto quando lhe contara que a namorada iria embora, deduziu que ela era melhor se expressando com a escrita.

– Ei, olha pra mim. Você não vai perder ela. Vocês se amam e vão passar por isso. Você é forte, Anne. Respira fundo. A decisão de ir foi sua, então você tem que lidar com isso. Quer ajuda pra terminar isso?

Ela assentiu, se jogando na cama e cheirando o moletom com estampa camuflada. Mike havia jogado uma grande verdade em sua cara: era ela quem estava indo.

Ela decidiu isso e parecia que estava sendo forçada. Bem, tecnicamente sim, pois sua mãe podia ser bem persuasiva quando queria e com a inocência de Anne, ela acreditou na mãe facilmente.

Sua mãe não fazia por mal, ela queria sua filha de volta a qualquer custo, mesmo sabendo que ela não estava tão feliz em voltar para seu lar.

A alguns quarteirões de casa, Linn estava vagando por um parque. Ela estava bem, só não queria acabar com o resto de seu orgulho pedindo para Anne ficar.

Ela sabia que não se controlaria se ficasse. Ela tinha um pressentimento muito ruim em relação a essa mudança.

Pensava que se o amor delas fosse muito forte, elas continuariam juntas, porém, dúvidas rondavam sua cabeça; a pior era se Anne terminaria com ela um tempo depois.

– Linn? – A morena foi forçada a sair de seus devaneios pela voz que não queria ouvir tão cedo.

– Carly. – Deu um sorriso amarelo e a mulher em sua frente sorriu como se tivesse achado dinheiro no chão. – Quanto tempo.

– Infelizmente sim. Você está bem? – Linn assentiu. – Olha, eu realmente acho que temos uma conversa pendente.

Linn respirou fundo para não ser mal educada.

– Não. Não temos nada para conversar. Você nem tem que me explicar nada, Carly. Nós não tivemos nada sério. Eu não tenho nenhum ressentimento, mas... você não é o tipo de pessoa que eu gostaria de ter por perto, porque você mostrou que não tem consideração ou empatia por ninguém. Eu segui minha vida, você deveria fazer o mesmo.

– Eu sei o que fiz e me arrependo. Isso não conta?

– Conta e tá tudo bem. Mas eu não quero mais você na minha vida. – Carly se aproximou um pouco, a fazendo dar alguns passos para trás.

– Eu só queria mais uma chance. Uma segunda chance. – Linn nem sabia o que falar, então apenas virou-se e saiu andando de volta para casa.

Nunca sentirá por ninguém o que sente por Anne. Quando estava chegando na esquina do prédio, recebeu uma mensagem.

Hey, eu preciso saber se vocês gostam da história, pleeeease. ❤️