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Boa leitura, espero que gostem :)

Ao chegar em casa, tomou um banho e foi comer algo, infelizmente batendo de frente com seu pai no caminho.

– Ótimo, é com você mesmo que eu queria falar. – começou, com um sorriso perverso no rosto. Anne não respondeu – Eu acho que você não entendeu quando falei que não queria você andando com aquela vadiazinha. 

– Eu não faço ideia do que você tá falando. 

– Me chame de senhor. Eu sou seu pai. 

– Sorte a sua que eu te chamo de você e não pelo que você realmente é. Um monstro. – deu as costas tentando sair de lá, mas ele a segurou pelo braço, apertando-o. 

– Eu sei o que você faz, sua imbecil. Eu sei cada passo seu. Não tente me enganar. Não será só sua mãe quem vai pagar pelas suas ações. Sua namoradinha também. Linn Somers, não é? Mora no prédio Ivens St. Júnior, apartamento número 15. Se você não quiser que eu faça uma visitinha a ela, é melhor se comportar. – avisou e saiu para o andar de cima.

A visão de Anne saiu de foco. Sentiu o alívio do aperto no braço, estava sozinha com toda a sua agonia e medo. Então o homem que ela viu tinha ligação com seu próprio pai. 

Ela não podia, em hipótese alguma, deixar Linn correr perigo. Evitaria isso ao máximo.

Com a perda do apetite, voltou para o quarto, pensando no que fazer. Como agir. Tinha medo de denunciar o pai, pois sabia que a mãe não iria testemunhar contra. 

Para o azar de Anne, ela chegou a conclusão de que ficar longe de Linn era o melhor a se fazer. Para o seu bem. 

Mas não por muito tempo. Seria impossível ficar completamente longe de Linn. Seria só até pensar em uma solução mais viável e que funcionasse a longo prazo. 

Era véspera de natal e Linn já havia se acostumado com o fato de que iria passar a data sozinha. 

Fazia duas semanas que Anne tinha terminado com ela. Por mensagem de texto. 

"Podemos conversar?" Perguntou de madrugada. Linn confirmou e questionou o que ela queria. "Eu vou ser bem direta. Já que você não gosta de rodeios, mas primeiro eu quero dizer que eu te amo pra cacete."

"Eu te amo também… pode falar logo? Ansiedade já está batendo a porta" 

"A minha vida está um desastre completo e eu não quero levar você comigo para toda essa confusão."

"Puta que pariu, Anne. Você sabe que eu não me importo com confusão. Sabe também que eu estou aqui para você sempre e em qualquer circunstância! Me deixa te ajudar" 

Linn não sabia, mas ao ler aquela mensagem Anne se debulhou em lágrimas. 

"Meu bem, eu sei. Mas se põe no meu lugar… quando eu ajeitar minha vida e espero que seja logo, eu volto correndo para você. Volto melhor, menos complicada"

"Eu não quero você menos complicada. Eu quero você sendo você. Com toda a sua bagagem." Linn não sabia mais o que fazer para mudar a cabeça da namorada. Estava entrando em desespero. 

"Linn… eu espero que me perdoe um dia, mas é melhor ficarmos separadas. E eu sempre, sempre, sempre vou te amar"

"Eu nunca vou perdoar você. Adeus, Anne."

Com toda mágoa, raiva, tristeza e surto que teve, Linn jogou o celular na parede. Não dando tempo para Anne responder. O aparelho quebrou em várias partes. 

Ali, sentada no sofá com uma xícara de chocolate quente, ela via as reprises de natal. Estava vendo "esquecerem de mim". Ela apenas olhava para a tela a sua frente, pois não conseguia focar em nada. A todo momento o rosto de Anne invadia sua mente. 

Como presente de natal, ela comprou um celular novo e mais caro do que ela poderia, mas deu a desculpa de que ela merecia algo bom. 

Mike estava dando uma festa de Natal. Mas vinha a cada meia hora para vê-la. Segundo ele, passar o natal sozinha era deprimente, mas não iria insistir para ela ir a festa. Mesmo que todas as pessoas ali apenas se faziam presentes porque não tinham mais nada para fazer. 

Pelo menos ele a trouxe comida. 

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