Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)

Capítulo 05

        Nota: Kennedy na capa.
        Boa leitura <3

Bellatrix ON

     Betel parece realmente não conhecer nada da terra. Tento imaginar se ele veio do céu, ou se é um anjo caído, mas isso o tornaria um demônio.

     Rio sozinha com o pensamento, ele é um demônio nas provocações, isso sim, mesmo um simples sorriso parece atiçar algo dentro de mim.

     Ainda não tenho total certeza se a minha decisão foi certa, pode ter sido o pior erro da minha vida tê-lo deixado ficar.

     Porém, não sinto que foi errado, pelo menos não por enquanto. Afinal, eu devo isso à ele, salvou minha vida, só espero que não a destrua apartir de agora.

      Minha linha de pensamento é interrompida quando o ônibus chega no ponto, subo nele conseguindo um lugar vazio. Coloco os meus fones de ouvido e viajo nas músicas o trajeto inteiro.

 
×

      Caminho algumas quadras até o Moe's pensando se devo ou não contar ao Kennedy a novidade super gostosa, que guardo em casa. Consigo imaginar a expressão de surpresa e falsa inveja em seus olhos.

     Entro pela porta e encontro o dito cujo parado falando no celular com uma voz manhosa.
     Passo por ele, deixando um beijo estalado na sua bochecha.

    — Sua casa ou a minha não importa. — Comenta para a pessoa do outro lado da linha. Paro fitando seu rosto, abrindo a boca a medida que nego com a cabeça, lhe arrancando uma risada contida. — Ele é grande então? — Abro ambas as mãos, aumentando a distância entre cada uma, a medida que seu sorriso se alarga. — O cachorro dele sua tarada!...não, não, não foi com você e sim com uma amiga minha aqui. — Explica e não consigo conter a risada.

    — Au, au. — Provoco antes de passar pela porta até o vestiário. Me sinto com um humor maravilhoso, nem mesmo o espartilho dessa roupa linda me deixa estressada! Após alguns minutos, posso sentir a presença dele me encarando a medida que vou guardando a bolsa no armário. — Novo paquera?

    — Um carinha que conheci no mercado. — Kenn expõe tranquilo, apenas por seu tom de voz, tenho certeza que é algo momentâneo. — Aconteceu alguma coisa?

    — Como assim?

    — Você está...animada. Digo, normalmente olhar pra você é o mesmo que ver uma criança assistindo Teletubbies nos anos 90.

    — Você assistia Teletubbies?

    — "Das colinas tão distantes,
os Teletubbies vem brincar!" — Canta e segura minha mão, girando meu corpo.

    — Um, dois, três...quatro! — Entro na sua versão desafinada dessa música que marcou parte da minha infância, visto que meu pai amava me fazer assistir os desenhos mais antigos. Explicando que "os clássicos são os melhores", essa era sua frase para quase tudo.

    — Telettubies! — Completamos juntos. — Como era o resto? — Completa ao andar atrás de mim, em direção ao balcão.

    — O nome deles.

    — Você lembra?

    — Não e você?

    — Não. — Ri. — Eu sempre tive medo do Sol.

    — Aquele que mostra na abertura e meio dos episódios??

    — Esse mesmo.

    — Mas era um bebêzinho, era tão fofo!