Capítulo 117

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    - Amor...amor, acorda.

    - Uhm.

    - Levanta do chão, vai dar dor nas costas de vocês.

    - Uhm. - Repito me mexendo, mas uma cabeça cai do meu ombro e acerta minha coxa, soltando um murmúrio baixo de reclamação. - Tudo bem aí garoto?

     - Uhm...sim. - Afirma e ouço ele bocejar. - Bellatrix?

     - Sim, acabei de chegar. - Abro os olhos pela primeira vez, notando o banheiro com a luz acesa. Forço a vista até focar no anjo em minha frente, seu cabelo está solto, com pequenos cachos rebeldes caindo sobre a testa. Se encontra maior do que quando a conheci, mas não importa o tamanho, é lindo. - Estão aqui desde quando??

    - Acho que...três horas? - Arthur avisa em tom confuso e logo se lança nela em um abraço apertado. - Como foi com a Lana??

    - Foi bem chuvoso, cancelamos o sorvete ao ar livre. - O sorriso largo dela ao retribuir o gesto do filho, ilumina sua feição. Noto a blusa preta em seu corpo, cobrindo seus braços por completo, além claro do cachecol firme no pescoço. - Mas Lana comprou um pote de chocolate pra você, tá lá embaixo com o Betel.

    - E o Rígel??

    - Ele ficou lá fora pra ver umas madeiras que estavam...jogadas no quintal. - Completa me encarando de canto. - Vai lá pegar um pouco, eu já vou.

    - Mesmo??

    - Mesmo. - Sorri deixando um beijo em sua testa. Penso que vai embora, mas Arthur se vira e me abraça.

    - Obrigado, Saiph. - Sussurra no meu ouvido.

    - Eu que agradeço. - Devolvo no mesmo tom. - Vê se deixa sorvete pra mim! - Aviso assim que ele se afasta rápido até a porta escancarada.

     - Não prometo nada, pernudo!

     - Esse moleque. - Resmungo negando com a cabeça, mas não posso evitar aceitar o fato de que minha visão sobre esse serzinho franzino e mortal, mudou um pouco.

     - Você está sorrindo.

     - Estou? - Pigarreio. - É estou.
  
     - Se deram bem pelo visto.

     - Até que não foi tão ruim quanto eu pensei. - Bato na minha coxa, fitando seu rosto pensativo. - Vem aqui.

     - Saiph, o Arthur está acordado.

     - Não seja tão tarada, senhorita. - Provoco rindo. - Quero abraçar você no meu colo, posso?

     - Pode. - Cora, mas se aproxima e logo sinto o calor da sua bunda nas minhas pernas. Posso estar estressado e raivoso, mas nunca vou me tornar um santo com ela por perto. Porém, não menti. Enlaço sua cintura com ambas as mãos, deitando a cabeça nos seus peitos.

    - É bom aqui, sabia?

    - É? - Incentiva serena, e logo começa a soltar meu coque, iniciando um cafuné carinhoso.

     - Sim, é como fazer duas daquelas teias de açúcar coloridas e deitar a cabeça em cima.

     - Saiph?

     - Uhm?

     - Você acabou de chamar meus peitos de algodão doce?

     - Talvez. - Rio e ela puxa a ponta da minha orelha, porém sem me causar dor. - É gostoso de por na boca e ainda é macio.

     - E você um pirulito recheado.

     - Como? - Retruco atônito.

     - Chupo, chupo e mesmo quando acaba ainda tem recheio.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora