Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)

Capítulo 98

    - Estevan...? - Solto e balanço a cabeça com calma. - Não é possível...

    - Tudo é possível Betel! - Discorda com um ânimo que passa a esquentar o meu sangue. - Você queria vê-los, trouxe você aqui!

    - Como uma verdadeira estrela. - Verônica elogia apoiando um braço no ombro dele, depositando um beijo em sua bochecha. - Sabia que voltaria pra nós.

    - Eu nunca fui embora, querida. - Avisa carinhoso e segura a lateral da sua cintura.

    - Não fiquem de melação! É repugnante! - Tyler ralha e levanta. Mas ao invés de ir embora, começa a andar a minha volta, como um verdadeiro animal cercando a presa. Percebo que onde estou algemado, é uma pilastra de ferro. - Já posso brincar com ele?? Quero tanto ver ele gritar, posso ou não??

    - Calado! - Estevan ralha e volta a sorrir pra mim. - Ele é mais útil vivo.

    - Como pôde...? - Solto sem saber o que dizer. Não consigo acreditar nisso.

    - Simples, eu me adapto melhor aqui com eles, do que com vocês. - Dá de ombros.

    - Arthemis matou sua irmã! - Grito com ódio.

    - E? Ela mereceu morrer, não ficou do meu lado, todos eles mereceram.

    - Todos?

    - Meu pai, minha irmã, todos. - Solta com o rosto sorridente.

    - Você não é o Estevan que eu conheço...

    - Conhece? Cresça garoto, você nunca vai saber nada sobre mim.

    - Mas da sua sobrinha sim. - Verônica solta acariciando o rosto dele com a ponta das unhas. - Bellatrix, né?

     - Sim. - Pondera. - Aproveitou bem seu tempo com ela, Betel?

     - Se você tocar nela eu juro que mato você!

     - Tenta, tenta! - Tyler incentiva batendo palmas, o som ecoa no cômodo. - Quero ver você tentar! Brincando com o Saiph, aprendi a reforçar mais as correntes. - Ri. - Tenta!

      Aperto as mãos em punhos e junto energia, tentando criar uma corrente de ar forte o suficiente para arrancar as algemas.

     Meus dedos ardem e pontos brancos aparecem na minha visão.

     Meu grito alto ecoa na sala.

     Merda!

     Isso doeu mais que meu ouvidos quando tentei o feitiço de busca.

      Minha pele queima, como se o ferro estivesse tocando a carne viva.

    - Viu? Não consegue sair, reizinho. - Verônica ironiza.

    - Você... - Começo e solto uma tosse forte tentando recuperar o ar, me concentrar em meio a dor. - Me diga...que é mentira...Estevan.

    - É mentira. - Solta e se aproxima, abaixando na minha frente. - Satisfeito? - Ri. - Príncipes mimados como você estão acostumados a ter tudo, estou certo? Mas eu...sempre lutei, Betel. Vim do campo, uma família maldita, uma irmão ingênua e altruísta. Uma mãe fraca que se humilhou pelo amor do meu pai, que de fato, nunca se interessou por ela. Sabe o que é isso, não é? O seu pai nunca apreciou a rainha. Aqui é diferente, eu tenho uma familia feliz. - Dá de ombros e aproxima a mão no meu rosto, dando dois tapas leves antes de levantar. - Fique tranquilo que logo, logo, sua amada e seus irmãos se juntarão à você.

     - O que..?! Ela é sua sobrinha seu doente!

     - E...? - Tira um celular do bolso, virando na minha direção. Logo reconheço que é meu aparelho. - Você vai sair da vida deles por um tempinho...viagem de negócios? Uma boa.