Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)

Capítulo 31

    — Saiph...Rígel? — Betel pergunta atônito.

    — Vocês se conhecem? — Solto em voz alta, olhando entre eles enquanto o homem continua caído no chão gemendo de dor.

    — Caralho! — Boby pragueja entrando e vendo toda confusão. — Acabou a briga pessoal, voltem até suas bebidas! — Ralha falando mais alto, quando vê que todos estão obedecendo, se vira pra mim. — Sheila me contou, vou levar ele pra fora, e espero a polícia chegar. Tudo certo?

    — Tu...tudo bem.

    — O responsável pela surra vai precisar se explicar depois. — Avisa fitanto Betel antes de sair.

      Eles se conhecem.

    — Ella, tem algum lugar onde posso conversar com meus irmãos? — Rígel pede educado assim que Boby se afasta.

    — Ella? — Betel repete surpreso. — Vocês se conhecem?
 
      Irmãos?!

    — Na sala do Gael, está vazia. — Informo no automático ainda um pouco assustada. Surpresa. Impactada. E todos os adjetivos possíveis! Porra! Eles se conhecem! Eles são irmãos?!

    Então o irmão desaparecido do Rígel era o...Betel. Era o Betel!

    — Pode nos levar? — Dito isso, Rígel passa sua mão no meu braço tentando me acalmar. — Podemos explicar pra você lá.

    — Explicar pra ela?? — Ouço Saiph repetir com descrença, mas minha mente está ocupada demais queimando os neurônios para se preocupar em enfrentá-lo.

    — Bem, eu...sim, claro, por aqui. — Aponto um pouco perdida indo até a escada. Consigo ouvir os três me seguindo em silêncio.

      Minha cabeça parece girar. Então o loiro frio, os olhos cinzas gentis e o Betel...são irmãos?

      Isso faz com que Saiph e Rígel tenham o mesmo poder que meu colega de casa?

       Pela reação deles também não sabiam da existência um do outro na minha vida, não posso culpá-los, quando volto na memória percebo que nunca falei o nome do Rígel para o Betel, ou o contrário.

      Abro a porta deixando que eles entrem primeiro. Quando começo a sair ouço a voz de Betel e Rígel ao mesmo tempo.

    — Você fica.

    — Por que? Ela não tem nenhuma ligação com nossos assuntos. — Saiph intervém com frieza, nesse quesito eu aceitaria ficar fora dessa sala. Tenho a impressão que ficando aqui dentro com os três, vou receber informações demais.

    — Ela sabe que somos anjos. — Betel avisa calmo.

    — Anjos? — O loiro repete com o rosto mostrando confusão, ele é tão transparente, que só me faz ter ainda mais certeza da minha suspeita de um mês atrás. — Desde quando?

    — Sim, anjos Saiph, a batida foi tão grande que esqueceu?

    — Ah, anjos Saiph! — Rígel afirma com impaciência encarando o irmão, que parece perdido. — Não precisamos esconder dela.

    — Não importa se somos anjos ou não, não quero ela aqui. — Rebate apontando um dedo na minha direção, me despertando a vontade de morder pra descontar minha frustração!

    — Eu posso sair, vocês precisam conversar. — Começo a levantar uma mão até a maçaneta.

    — Seria ótimo! — O loiro concorda com um sorriso, que aparece tão rápido quanto desaparece.