- Namorados? - Ri. - Me sinto o amante agora, não que já não sentisse. - Ouço um estalar de língua do outro lado da ligação. - Posso aparecer vestido de bombeiro, todo coberto de carvão e arrombar a porta do seu quarto enquanto vocês dormem, sensual sem ser vulgar, né?
- Saiph! - Chamo rindo alto. Liguei pra ele querendo saber sua opinião sobre Betel, mas agora percebo seu bom humor. - Onde viu isso?
- Há alguns dias, estava sem sono e vi na TV, acredita que algumas mulheres tem tara com encanadores? - Questiona e ri sozinho. - Fascinante. E você?
- Eu? - Rebato e respiro fundo, impossível não sorrir com sua animação. - Depende do encanador.
- Depende? - A palavra soou ameaçadora ao mesmo tempo que sensual. - Espero que tenha pensado em um homem alto, loiro e lindo, Bellatrix.
- Esqueceu do cabeludo. - Lembro rindo. - Mas é sério, o que acha sobre tentar...falar com o Betel?
- Não tenha medo do meu julgamento ou da sociedade. - Solta e ouço quando ele digita em seu teclado. - Comecei nesse trisal com o Rígel, mas se arrastar Betel junto for positivo, Bellatrix, vá em frente. Afinal, como diria a secretária do Rígel, o que é um peido pra quem já está cagado? - Completa e não seguro a gargalhada. - Mas tenho um aviso.
- Qual?
- Isso não é festa, ou uma orgia comunitária. Ou você fecha com nós três, ou fecha com um de nós. Mas não quero mais nenhum outro, não importa se o desgraçado for de Fênix ou da Terra. Entendeu?
- Mais que entendido. - Sorrio. - O mesmo vale pra vocês.
- Ciumenta, é?
- Zelosa. - Corrijo, não quero nem imaginar algum deles com outra mulher. - Preciso ir, tenho que ajudar o Betel com o livro.
- Vai lá...Ah! Bellatrix?
- Sim?
- Vou falar com Lana depois daqui, então não me esperem pro almoço.
- Na delegacia? - Pergunto e levanto da varanda, andando até a grande árvore. - Pensei que seu trabalho acabasse só de tarde.
- Não, vou ao hospital, algo me diz que Lana fará o mesmo. Ela pode não ter aceitado ver nossos poderes, mas eu sou paciente, tentarei de novo. - Sinto um sorriso na sua voz. - E sim, acabava só de tarde.
- Boa sorte com ela, me liga se precisar que eu vou. E como assim acabava?
- Eu larguei o emprego.
Demoro alguns segundos pra realmente raciocinar o que ele disse.
- O que? Por que?? Mas você não é o dono junto com Rígel??
- Pelo óbvio, sem trabalho, mais tempo. - Ri. - Agora o dono é meu irmãozinho. Quando acabar tudo consigo outro, vou deixar tudo pronto e de tarde venho pegar o resto das minhas coisas.
- Isso é...inesperado. Pensei que gostasse. - Limpo a garganta. - Se quiser posso ir com você.
- Gosto de emoção e dinheiro, não perca de tempo. Sua companhia é sempre bem vinda. - Admite e resmunga um xingamento baixo. - Preciso ir, qualquer coisa me ligue sem pensar duas vezes.
- Você também, até de tarde. - Dito isso, ouço a chamada encerrada.
Sua demissão me surpreendeu. Mas não tanto quanto sua frase: "Quando acabar tudo, consigo outro."
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Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)
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