Capítulo 91

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    - Namorados? - Ri. - Me sinto o amante agora, não que já não sentisse. - Ouço um estalar de língua do outro lado da ligação. - Posso aparecer vestido de bombeiro, todo coberto de carvão e arrombar a porta do seu quarto enquanto vocês dormem, sensual sem ser vulgar, né?

    - Saiph! - Chamo rindo alto. Liguei pra ele querendo saber sua opinião sobre Betel, mas agora percebo seu bom humor. - Onde viu isso?

    - Há alguns dias, estava sem sono e vi na TV, acredita que algumas mulheres tem tara com encanadores? - Questiona e ri sozinho. - Fascinante. E você?

    - Eu? - Rebato e respiro fundo, impossível não sorrir com sua animação. - Depende do encanador.

    - Depende? - A palavra soou ameaçadora ao mesmo tempo que sensual. - Espero que tenha pensado em um homem alto, loiro e lindo, Bellatrix.

    - Esqueceu do cabeludo. - Lembro rindo. - Mas é sério, o que acha sobre tentar...falar com o Betel?

    - Não tenha medo do meu julgamento ou da sociedade. - Solta e ouço quando ele digita em seu teclado. - Comecei nesse trisal com o Rígel, mas se arrastar Betel junto for positivo, Bellatrix, vá em frente. Afinal, como diria a secretária do Rígel, o que é um peido pra quem já está cagado? - Completa e não seguro a gargalhada. - Mas tenho um aviso.

    - Qual?

    - Isso não é festa, ou uma orgia comunitária. Ou você fecha com nós três, ou fecha com um de nós. Mas não quero mais nenhum outro, não importa se o desgraçado for de Fênix ou da Terra. Entendeu?

    - Mais que entendido. - Sorrio. - O mesmo vale pra vocês.

    - Ciumenta, é?

    - Zelosa. - Corrijo, não quero nem imaginar algum deles com outra mulher. - Preciso ir, tenho que ajudar o Betel com o livro.

    - Vai lá...Ah! Bellatrix?

    - Sim?

    - Vou falar com Lana depois daqui, então não me esperem pro almoço.

    - Na delegacia? - Pergunto e levanto da varanda, andando até a grande árvore. - Pensei que seu trabalho acabasse só de tarde.

    - Não, vou ao hospital, algo me diz que Lana fará o mesmo. Ela pode não ter aceitado ver nossos poderes, mas eu sou paciente, tentarei de novo. - Sinto um sorriso na sua voz. - E sim, acabava só de tarde.

    - Boa sorte com ela, me liga se precisar que eu vou. E como assim acabava?

    - Eu larguei o emprego.

     Demoro alguns segundos pra realmente raciocinar o que ele disse.

    - O que? Por que?? Mas você não é o dono junto com Rígel??

    - Pelo óbvio, sem trabalho, mais tempo. - Ri. - Agora o dono é meu irmãozinho. Quando acabar tudo consigo outro, vou deixar tudo pronto e de tarde venho pegar o resto das minhas coisas.

    - Isso é...inesperado. Pensei que gostasse. - Limpo a garganta. - Se quiser posso ir com você.

    - Gosto de emoção e dinheiro, não perca de tempo. Sua companhia é sempre bem vinda. - Admite e resmunga um xingamento baixo. - Preciso ir, qualquer coisa me ligue sem pensar duas vezes.

    - Você também, até de tarde. - Dito isso, ouço a chamada encerrada.

     Sua demissão me surpreendeu. Mas não tanto quanto sua frase: "Quando acabar tudo, consigo outro."

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora