Capítulo 13

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Bellatrix ON


       Volto do trabalho e de primeira já sou surpreendida com uma bancada arrumada, tendo até um pano de mesa bordado. Em meio a essa surpresa, dou sorriso ao ver uma rosa vermelha dentro de um pequeno e fino vazo de vidro.

     Eu amo flores.

      Logo meus olhos se predem a Betel, que se mostra animado em arrumar os talheres com cuidado, cantando uma música toda fora do tom.

    — Boa noite, é uma festa e não estou sabendo? — Brinco e ao ouvir minha voz, ele se vira me deixando vítima do seu sorriso arrebatador. — Não sabia que você cozinhava.

    — Ótima noite! Bom minha culinária é peculiar, aprendi um pouco com meu irmão mais novo. — Explica secando as mãos no pano de prato em seu ombro.

    — Não acha que está muito tarde para cozinhar? — Questiono tentando beliscar um pouco da carne moída, mas ele bate na minha mão com carinho. — Só um pouquinho!

    — Nada disso mocinha, vai tomar um banho, daqui a pouco você come. — Repreende sorrindo. — E nunca está tarde de mais para se encher a pança, afinal, você deve estar faminta, trabalhou muito.

    — Sim estou... — Observo seu rosto, tentando descobrir o que ele está tramando. — E você também, como foi seu segundo dia na floricultura?

    — Esplêndido!

    — Esplêndido?

    — Sim, e tenho novidade, mas vai tomar banho antes.

    — Eu posso ouvir estando suja, sabia?

    — E comer? — Retruca e segura meus ombros, seguindo comigo até a base das escadas, me privando do cheiro delicioso de carne moída que toma a cozinha. — Tome seu tempo!

    — Eu quero é tomar carne. — Resmungo derrotada ao subir os degraus com o cansaço batendo a porta. Mal posso acreditar que já é sexta-feira, finalmente o domingo está prestes a chegar, me permitindo descansar o cadáver e mofar até segunda.

×

      Tomar uma ducha relaxante é quase orgástico!

      Ao invés de aceitar o fato que me tornei adulta, e fazer como muitas mulheres da minha idade, escolhendo uma camisola modesta, ou até mesmo dormindo pelada, algo que amo.
       Me encontro puxando o tecido do short do meio das pernas, desse que é meu pijama com estampa de unicórnio, podem achar infantil o quanto for, mas eu o vi fofo demais para não comprar.

      Desço as escadas e encontro Betel arrumando os pratos, observo atentamente seus movimentos precisos, ele parece conhecer essa cozinha até melhor que eu.

    — Porra de copo! — Pragueja indo pegar a pequena pá, que costumo deixar ao lado do armário, passando agora a juntar os cacos de vidro com uma vassoura.

      Talvez não conheça tão bem assim.

      Quando o moreno se vira, abaixando um pouco o corpo, tenho uma bela visão da sua bunda. E hoje, nesse momento, agradeço ao inventores da calça de moletom!

       Devo essa imagem majestosa e farta, a esse belo tecido realçando o atrativo físico de duas planícies, nesse homem desastrado.

    — Minha bunda tem cola? Seu olhar não deixa a coitada. — Ouço ele perguntar, coro ao ser pega em flagra.

    — Estava olhando essa calça ai. — Pigarreio. — E a comida? Sai hoje ainda? — Completo e posso ver seu sorriso de lado ao passar do meu lado.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora