Capítulo 29

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Bellatrix ON

       Troglodita mal educado! Pode ter me salvado e eu sou grata por isso, mas me tratar assim não dá, eu não tenho sangue de barata não!
        Me bateu uma vontade insana de enforcá-lo com essas mãos de "senhorita ingênua"!

      Meu celular vibra, desviando minhas ideias absurdas fruto da raiva. Mexo na bolsa e solto um sorriso ao ler o nome na tela, apoio o aparelho no ombro até conseguir abrir a porta do carro.

    — Oi Lana! Finalmente acabou aquela viagem à trabalho? Como você tá??

    — Estou ótima e você? Que saudade mulher! — Se anima. — Acabou sim, desculpa não te ligar, não podia levar nenhum aparelho eletrônico.

    — Tudo bem, eu entendo, o importante é que você está aqui agora. — Tranquilizo, sentando minha bunda no confortável banco do motorista. — E estou bem também.

    — Agora me conta, como tá sendo morar com o gostoso do Betel?

      Conto tudo, sobre Vanessa, os beijos, Rígel e a noite de ontem, deixando minha amiga furiosa com a atitude de Gael.

    — Não acredito que aquele maldito teve a coragem de gritar desse jeito com você, eu vou acabar com a vida dele!

    — Já acabou Lana, tudo bem agora, ele não vai mais me fazer mal, está na cadeia. — Reforço  me lembrando das palavras de Saiph no quarto do hotel.

    — Mesmo? Qual?

    — Mesmo, não procurei saber, não quero vê-lo de novo.

    — Entendi, vou procurar me informar. — Pondera. — Toma cuidado Bella, qualquer coisa você me liga, a qualquer sinal de perigo eu largo tudo aqui e vou até minha fedorenta.

    — Eii, eu não sou fedorenta! — Repreendo rindo. — Eu ligo sim, o mesmo vale pra você.

    — Não se preocupa, eu sou a mulher maravilha Irlandesa! — Afirma orgulhosa.

      Converso mais um pouco com Lana enquanto fico sentada no banco do carro, esse estofado é tão confortável que fazê-lo de cama sem problema algum.
       Desligo a chamada, me despedindo da minha amiga ao ver minha bateria no final. Saio do estacionamento da casa do Rígel, ou melhor, apartamento.

      A visita foi boa, a comida estava maravilhosa e o melhor foi ouví-lo cantar. A voz dele é linda, me acalmou, trouxe uma paz inexplicável. Me senti abraçada por cada letra.
     Nunca pensei que ele fosse capaz de cantar tão bem, parece que a cada dia que passa, me surpreendo mais. Entretanto, ainda me sinto distante dele de alguma forma.

      Vê-lo todo responsável cozinhando, depois protetor cuidando do meu machucado e então cantando todo despreocupado, foi como presenciar um ladrão saindo do banco com a bolsa de dinheiro escrito "dinheiro", pois ele nem parecia fazer força em cada ação!

    Analogia boba, mas real. Poderia passar um dia todo ouvindo ele cantar.

      Só não gostei de um detalhe.

      Dois, aliás: do inconveniente Saiph, e da sensação de que Rígel teria me beijado se meu estômago não tivesse roncado.

      Pode ter sido impressão minha, mas realmente acho isso.

     E o que eu faria se ele tentasse? Não beijaria.

     Mesmo querendo beijar Rígel, nunca iria trair a confiança do Betel, não importa o quanto a tentação seja grande. Enorme.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora