Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)

Capítulo 34

    — Já disse o quanto sua boca é linda?
   
    — Espero que não. — A resposta não vem da minha boca e sim da voz grave do Betel.

     Empurro de leve Rígel e vejo Betel parado a alguns passos de nós. Ele está com os braços cruzados, fazendo com que marque ainda mais seus músculos por baixo da blusa de moletom cinza.

    — Não estraga o momento, Betel. — Rígel ralha passando as mãos no cabelo em um gesto impaciente. Fito o mais novo após ouvir isso, e mesmo com minha atenção ele não parece esboçar nenhum arrependimento.

    — Estragar o momento? — Repete rindo sem vontade. — Como pode se aproveitar desse jeito dela?

    — Ele não está se aproveitando de mim! — Afirmo séria olhando para os olhos verdes que passam raiva.

    — Ah, não? — Betel provoca soltando um riso fraco, olhando entre Rígel e eu. — Então é isso que você quer Ella?

    — Eu—

    — Ah Betel, pare de agir como criança, não desconte em Bellatrix seu ciúmes. — Rígel intervém parecendo estressado. O que é raro de se ver, já que ele é sempre calmo.

    — De onde você tirou uma merda dessas?! — Betel esbraveja como se tivesse levado uma ofensa horrível.

    — Joga na mesa irmão, diz o que você sente por ela, esse jogo todo é cansativo de assistir. — Justifica se aproximando do Betel. Acho que meu trabalho deve atrair situações assim, pois mais uma vez estou confusa perto desse homens. Muito.

    — O que eu deveria sentir por ela, segundo você? — Desafia se aproximando, acompanhado do ato de descruzar os braços.

    — Você sabe melhor que ninguém, tem medo do quê?

    — Não sou você. — Essa frase pareceu ter gerado arrependimento nele assim que soltou. — Irmão-

    — Você pode estar certo, eu parei por medo. Medo de destruir a porra da minha alma! — Completa alterando a voz a um passo do Betel. — Você sabe muito bem do que eu tenho medo, agora ser sincero? Isso nunca.

    — O que você acha que estou fazendo agora?! — Questiona retórico e dá mais um passo a frente. Se antes eu estava em alerta agora me sinto uma sirene. — Não sabe o que eu quero, Rígel, assim como não sabe se vai seguir os passos do seu pai.

    — Quer jogar pro pessoal, irmão?

    — Você já não está jogando?

    — Vocês podem parar?! — Peço alto fazendo com que olhem na minha direção. — Porra parem, não faz sentido vocês estarem brigando desse jeito!

    — Ella tem razão. — Suspira. — Não posso fazer uma criança crescer da noite pro dia.

     Ah, Betel provocado com sucesso.

    — Que merda você quer Rígel?! Primeiro fica em cima da Ella como um abutre e agora tenta me atingir com seus enigmas!

    — Só quero a porra da verdade! — Rígel ralha bravo segurando o colarinho da blusa de Betel.

      Do que diabos eles estão falando?

    — Primeiro. — Anuncia segurando o braço do Rígel, parecendo apertar com força. — Não toque em mim. Segundo, não se meta nos meus assuntos com a Bellatrix.

    — Solta ele Betel! — Peço segurando seu outro braço.

    — Defende ele agora, Bellatrix? — Retruca me olhando com ceticismo.