Saiph ONUma pequena parte dentro de mim, quer socar a cara do Betel por ter feito a garota chorar. Mas a outra grande parte, sabe que eu não posso me meter, eles precisam resolver isso.
— Onde você está? — Pergunto assim que atende o maldito telefone. Três ligações ignoradas.
— Ocupado.
— Ocupado? O que aconteceu com você? Sumiu a tarde toda.
— Assunto do trabalho, Saiph. — Explica suspirando e no fundo ouço uma voz feminina. — Pode parar aqui, minha casa é ali.
— Uma mulher, Betel?? — Pergunto perplexo. Não quero e não vou acreditar que ele foi capaz disso.
— Tenho que desligar, Saiph.
— Betel...—
Desligou. Esse projeto de mula desengonçada desligou na minha cara.
Que merda, Betel! Eu conheço você o suficiente para saber que não faria isso com a Bellatrix. É um idiota, mas com moral!
Então por que diabos eu ouvi uma mulher, porra?!
Fico alguns minutos no quintal, mexendo as chaves na mão com uma incógnita irritante na cabeça: Ficar ou ir? Não tenho nada haver com essa situação, assumo que passar quase o dia todo nessa casa em companhia deles, não foi ruim. Mas o que houve na sorveteria, não é da minha conta.
Logo, não devo gastar meus neurônios ficando aqui. Porra, nem moro nessa casa.Cesso meus passos com a mão na porta do meu carro, abaixo o braço e fito as janelas fechadas, do lugar que a humana deve considerar seu lar.
— Uhm. — Murmuro com alguns pensamento vagos, ganhando forma. — Eu ainda não moro.
O vento frio da noite balança minha roupa, mas é a luz de dois faróis que me fazem olhar a rua.
O famigerado arrasador de corações chegou, cômico, pois ontem mesmo era o Rígel que estava a ponto de me queimar vivo por, aparentemente, tê-la feito chorar na sala.— Finalmente. — Comento sarcástico assim que Betel sai do carro.
— O que faz aqui ainda? Não mora aqui.
— Estou revendo meus conceitos. — Suspiro. Em minha mente ao ver Betel parado alguns passos de mim, tenho uma vontade insana de lhe socar por tamanha irritação que causou. Pois na minha lista de prazeres, não está incluso ver damas chorando em estacionamentos. — Que porra foi aquela?
— O que?
— O que? — Repito debochando desse energúmeno. Seu cinismo só não passa batido, por conta de sua expressão carregada. — Em poucas horas, você envelheceu mais anos do que já tem. Parece um moribundo arrependido.
— Arrependido de quê?
— De não se jogar na garota, feito o idiota apaixonado que se tornou? — Ironizo o óbvio.
— Não estou... — Para, me encara por alguns segundos, como se estivesse se perguntando se vale ou não a pena continuar. Suspira. — Não enche, Saiph.
— Betel. — Chamo e para de andar, mas ainda não olha pra trás. — Só me diz uma coisa, você não ficou com ninguém, não é?
Um silêncio longo é o que se segue, e a cada momento meu punho se fecha mais, não por ela ou ele, e sim a situação. Odeio essa porra de conflito besta, só serve para desviar ainda mais o nosso foco. Para a minha paz, seus ombros caem e noto que suspira alto.
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Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)
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