Capítulo 101

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Bellatrix ON

     Apoio o Betel de uma forma que ele fique sentado, tentando não fazê-lo cair no chão com muita força. Deixo o livro ao nosso lado, ainda sem tirar do pano.

    - Tudo bem?? Onde você machucou?? - Pergunto ansiosa, tentando olhar para cada parte do seu corpo visível, suas roupas estão cobertas por um pó preto.

    - Estou...bem. - Pausa tossindo. Sua mão toca a parte de trás da sua cabeça, e quando afasta, quase tenho um treco com o sangue em seus dedos.

     - Porra! - Exaspero e quando vou tocar me detenho. - Hospital! Preciso de um hospital! Não, preciso de um celular! Cadê o seu??

    - Ella, estou bem. Sou resistente lembra? Isso não é nada.

    - Um traumatismo não é nada?! Olha todo esse sangue Betel!

    - Mas eu consigo levantar, olha. - Dito isso, assisto aflita seus pés se firmando no chão. - Viu?

    - Me dê o celular.

    - Ella...

    - Eu vejo TV sabia?! A pessoa bate a cabeça e fica normal, sai andando e tudo, mas depois passa mal, eu sei!

    - Mas eu não vou. - Nega e sorri. - Não sou humano.

    - Eu sou metade humana e quando fico doente não quero nem tomar banho. - Suspiro. Onde já se viu uma coisa dessa? Sangue é sangue! Ainda mais saindo de um buraco na cabeça dele! - Esquece, eu tô com o do Kennedy. - Bato nos bolsos, agradecendo por ter tirado da bolsa e colocado na calça, antes de voltar com o Saiph pra casa. Se Maomé não me dá a montanha, eu vou até a montanha. - Onde já se viu sangrar desse jeito e não ligar.

    - Não é exagero, não?

    - Não. - Pego o aparelho e digito os três números simples.

    - O Estevan me contou tudo, era pra você estar longe daqui, o Kennedy foi embora né??

    - Fica tranquila, ele deve estar indo pros braços do Larry agora.

    - Pelo menos uma notícia boa! - Suspiro aliviada. Sou atendida e ouço a pergunta da mulher, e logo encaro Betel com um pouco de pânico. - Onde estamos??

     Assim como eu, seu olhar passeia em volta. Grama, terra e muito material de construção, enfeitam o chão.

    - North Sea. - Ouço ele dizer apontando para uma placa gigante.

     Acabo de dar a localização e devolvo o celular pro bolso, desejando que não quebre hoje.

    - Vou ajudar meu tio. - Me viro pro galpão, tentando soltar a tensão dos braços.

     - Nada disso. - Impede e segura minha mão. - Você não vai lá.

     - Como não?! Eu preciso ir, é perigoso-

     - Pra você. Não pra ele. - Ao fitar seu rosto com mais atenção, noto que está igual quando invocou o Teb. - O que?

    - Seu rosto. - Digo com carinho. Passo as mãos, tirando o máximo que eu posso. - Parece coberto de carvão. - Completo sorrindo ao ver que está respirando normalmente.

     - Devo estar assustador. - Sugere e olha em volta. - Aqui não é abandonado, está em construção?

     - Parece que sim, por quê?

     - Assim posso fazer algo. - Murmura e então se abaixa, pegando um punhado de terra na mão. - Por que veio até aqui? O que a bengala tem de especial?

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora