Fico parada igual uma idiota com a mão em cima da cabeça do ser monstruosamente...fofo?— Betel, me diz que isso tudo é um jogo que você está fazendo comigo por favor. — Peço rindo de desespero. Impossível.
Vejo o moreno passar a mão na cabeça mais uma vez e dizer o que eu não queria ouvir. Não mesmo.
— Não Ella, não é.
— Impossível.
— Na verdade—
— Não tem nenhuma chance de eu estar em uma alucinação?— Ella?
— O que?
— Eu não vendo ou uso drogas.
— Tem certeza? — Insisto me agarrando a última esperança, na qual meu novo amigo é na realidade um fabricante de uma pílula ultra-forte. — Digo, nada contra, mas seus pulmões vão queimar e com o tempo—
— Não, não. — Suspira. — Sem drogas, e isso é real.
— Me belisca.
— Como?
— Isso. Com a dor vou acordar, se eu não acordar—
— É a realidade. — Ri. — Boa lógica.
Como se entendesse a pretensão por trás da aproximação do Betel, ouço novamente o rugido do animal medonho e fofo.
— Calma, ele é meu amigo e não vai me machucar. — Acalmo passando a mão no seu focinho, vendo ele voltar a se animar. — Eu estou tranquilizando ele, Betel. E agora?
— Não... — Suspira fixo o olhar em seu rosto, procurando algum sinal de brincadeira, mas ele está sério, muito sério. — Não sei. Mas está indo bem.
— Pelo que você explicou, então o...o dono dele...morreu?
— Sim.
— Quem era?
— Não tem como a gente saber. — Suspira, deixando nítido, que assim como eu, também está cansado. — E respondendo a uma pergunta que você não fez, mas provavelmente faça, a resposta é; não tem como mudar a escolha dele, ou mandá-lo de volta, a não ser que seja diferente para humanos.
— E é?
— Não sei, você é a primeira humana que consegue um auxiliar. — Afirma arrancando fora a esperança que eu nutri. — Preciso de um remédio pra dor.
— Não tenho dúvidas, você voou alto, parecia uma galinha quando tenta dar uma de pombo.
— Estou bem Ella, obrigado por perguntar. — Ironiza rindo.
— Por nada. — Me viro para o animal, deixando um dedo levantado. — Não mate ninguém, ouviu bem? — Minha pose de durona se quebra em um sobressalto quando ouço seu uivo. — Certo, foi um sim.
— Como sabe?
— Ele é meu auxiliar. — Dou de ombros, exalando uma áurea de segurança mais falsa que os brincos de ouro em lojas virtuais. No fim, você fica sem seu dinheiro e recebe apenas um circulo de ferro. — Quer remédio? Se continuar esfregando sua testa assim vai alcançar o cérebro.
— Dá última vez que olhei não vi nenhum no armário.
— Comprei mais semana passada. — Me afasto do animal, tentando...ignorar sua presença. Beira o impossível, porém, não custa tentar.
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Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)
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