Capítulo 105

902 111 11
                                    

Rígel ON


    - Dublin acordou em choque na última sexta-feira, após a divulgação do caso de um quartel de tráfico, tendo como principais mandantes os banqueiros Camilo Belline e Fergos Bellucci. - A repórter anda ao redor da calçada, tendo como fundo o pub, que já teve dias melhores. - Está presa a acusada dos assassinatos de Tay e Gael Jones, ambos também estavam relacionados com o esquema, que envolvia sequestrar e prostituir mulheres e até crianças. Esse pub, que foi um dos locais usados para encobrir o nome de um dos participantes, também foi cenário para o confronto entre a polícia [...]

    - Então foi essa a história que inventaram? - Murmuro comigo mesmo, me ajeitando na cama do hospital.

    - A mandante que liderava os atos cruéis e desumanos, é uma modelo que acabou perdendo a vida na troca de tiros, ao tentar se esconder aqui mesmo. - Explica e estica uma mão na direção da porta do pub. Seu olhar sério, logo volta a fitar a câmera. - Graças aos esforços da policial Lana, que segue se recuperando de uma lesão na coxa, do detetive Jhosef e do delegado Dominic da Guarda Siochána, - Na tela, vejo a foto dos três, imaginando a carranca do Saiph em não ter seu mérito no caso.  - a cidade respira um pouco mais aliviada, tendo a gratidão de todos os cidadãos e vítimas dessa barbaridade. O julgamento ainda não foi marcado, tentamos entrar em contato com Camilo Belline, mas ele decidiu não se manifestar. [...]

    - Claro que não vai, ele é um covarde fodido. - Kennedy resmunga ao meu lado, por um momento esqueci da sua presença na pequena poltrona. - Fez a merda e nem limpar o cu sabe.

    - Pessoas estão se reunindo para protestar frente a câmara municipal, pedindo a pena de morte dos envolvidos, que até o momento dessa reportagem, conta com várias figuras públicas que não tiveram seus nomes divulgados. - Deito a cabeça na cabeceira, e logo Kennedy estica o travesseiro me ajudando.

      Até onde chega o privilégio dos abastados? Ou melhor, até onde isso poder ser chamado de privilégio, ao invés de suborno?

    - Pena de morte em Dublin? Não tem isso desde a década de noventa. - Ouço ele comentar com o rosto sério.

    - Morte é pouco.

    - Tem mais é que sofrer, apodrecer na cadeia. Quer saber? - Resmunga e toma o controle da minha mão. - Chega disso por hoje, você já sabe de tudo e o que não souber me pergunta! - Exclama e se recosta no sofá de um jeito frustrado. - Já sentou nessa coisa?? Que horror!

    - Como eles estão?

    - Você me perguntou isso há uns 20 minutos, Rígel. - Lembra me fitando sério, mas logo solta um suspiro. - Nem melhoras, nem pioras, por enquanto. Sossega essa bunda, vai ficar tudo bem.

    - E o Tyler?

    - Esse ridículo foi colocado na lista do tráfico, já que a identidade dele era falsa, vai ser enterrado como indigente.

    - Uma boa jogada, ele veio de Andrômeda, não tem nada no banco de dados daqui. Mas não é suspeito ele ser encontrado com um rasgo no peito em um depósito queimado?

     - O delegado gostoso deu um jeito nisso, junto com um outro policial cheio de graça, mas eu não lembro o nome não.

    - E o Estevan?

    - A explosão... - Suspira pesado, mas já aceitei sua morte. Mesmo não sendo próximo, tinha empatia por ele e sei o quanto a Ella vai sofrer com isso. - Deve ter sido muito forte pra deixar algo.

    - Com licença. - Olhamos na direção da porta, vendo a cabeça do Heitor sendo projetada. - Tenho boas notícias, Rígel.

    - Finalmente! - Kennedy exclama antes que eu diga alguma coisa. - Pra um demônio, ele demora mais que eu pra curar de resfriado!

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora