Capítulo 61

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Bellatrix ON


        Na época da escola eu gostava de pesquisar sobre vários assuntos que não eram muito apresentados, amava principalmente quando envolviam mulheres e suas conquistas históricas.
      Eu me sentia muito bem representada, como mulher, ciente de que no passado muitas lutaram tanto por espaço. Tento não comparar minha vida e atitudes, com às delas, mas é um pouco difícil quando paramos para ler cada detalhe.

       Um exemplo delas, que mesmo de tão longe o tempo, me faz sorrir de orgulho, é a Condessa de Lovelace, que eu conheci como Ada Lovelace, a primeira programadora da história.
         Uma matemática que criou o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, não entendo de tecnologia, mas acredito que deve ser um feito incrível. E é dessa mulher que me lembro agora, de uma forma doida. Na verdade de uma frase em questão, que marcou muito o começo da minha adolescência;

      "Estou em encantador estado de confusão."

     Afinal, o que estou fazendo?!

     O beijo do Saiph foi...foi forte, intenso. A sensação das mãos dele no meu rosto, no meu corpo. Sua boca se movendo junto com a minha, o ritmo, aquele momento foi...que droga Bellatrix!

       Mas o que eu estou fazendo? Será que a Ada Lovelace também tinha esses problemas? Será que ela sairia dessa situação de forma lógica?

      Ótimo, Bellatrix! Agora você quer um conselho de uma mulher que viveu em 1800, ótimo!

    Vou fazer o que disse, tomar um banho bem quentinho e me jogar nessa cama macia. Não sou uma programadora, e sim uma exímia procrastinadora. Ou seja, vou pensar em sair disso, outro dia. Foi só um beijo.

       Nada mais que isso.

×

      Esse domingo se resumiu em um fato intrigante: A cama do Saiph.

      Quando sugeri que morasse aqui, foi ontem, Sábado. Mas hoje ao levantar e tomar meu café da manhã, fui surpreendida por uma batida na porta. Quando sai para ver quem era, dei de cara com dois homens altos e uniformizados, com um colchão grande atrás de si.
      Estava pronta para avisar que foi um engano, logo após um cumprimento educado. Mas ao ouvir o nome daquele loiro meticuloso e beijoqueiro, entendi tudo.

      Como ele encomendou uma cama em apenas um dia? Pensei na hora, e ficou rondando minha cabeça grande parte do dia.

      Saiph desceu as escadas com um sorriso se abrindo ao ver os homens parados ali, chegou até a indicar o cômodo, pagando uma boa gorjeta por terem montado a cama. Enquanto ouvimos o som da madeira e dos passos na escada, o loiro ficou sentado na mesa tomando uma xícara de café, como se nada estivesse acontecendo.

      Mal consegui encará-lo em alguns momentos, sem lembrar do beijo da madrugada. Por sorte Rígel ficou o dia todo em casa. Já Betel só foi aparecer agora tarde, mesmo sem ter ido trabalhar, passou o dia visitando barracas de videntes no centro.
      Saiph se negou a ir, me deixando curiosa ao falar em certo ponto;

      "Não vou ser assado no forno por golpistas, cacete."

    — Ella? — Meu nome vem logo depois de duas batidas na porta, me levanto e ao abrir encaro um Rígel sorridente. — O filme ainda está de pé, certo?

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora