Capítulo 115

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    - Pode abrir?

    - Claro. - Devolvo o sussurro e acelero o passo, abrindo a porta do quarto do Arthur, já que Betel carrega o pequeno nos braços.

    - Obrigado.

      Aceno com a cabeça e arrumo o cobertor, deixando um espaço pra colocar seu corpinho cansado. Depois de jogar até os dedos doerem, Rígel colocou um desenho animado aleatório, e tanto o pequeno quanto Saiph, dormiram no sofá. Mesmo reclamando da presença dele, as pernas do loiro serviram de travesseiro.
     Por conta disso Betel se ofereceu pra carregá-lo, já que o mais novo foi o primeiro a ir pro quarto dormir.
    
     Me viro indo até a janela, a chuva não parou de cair nenhum minuto sequer desde que entrei com o Rígel. Precisei tomar outro banho, dessa vez sozinha.

      Apoio uma mão no vidro, que parece bem reforçado já que mal sinto um baque da água.

    - Gosta da chuva? - Betel pergunta no meu ouvido, e logo sinto seus braços rodearem meu corpo, pra de forma preguiçosa apoiar o queixo em meu ombro.

    - Amo, e você?

    - Amo, principalmente o que ela causa na natureza. Amava andar pelo reino após um dia de chuva, já o Saiph não posso dizer o mesmo, por ser muito alto acabava metendo a cabeça em algumas árvores. - Confidencia rindo fraco. - A água das folhas ia tudo pra cima dele.

    - Bellatrix? - A voz baixa e preocupada ativa o meu alerta e Betel logo me solta. Quando me aproximo da cama, sento ao lado do Arthur fitando seus olhinhos abertos.

    - Pode dormir tranquilo, vou estar lá embaixo. - Tranquilizo alisando seu cabelo de forma leve, assistindo suas pálpebras ficarem pesadas.

    - Obrigado.

    - Pelo quê?

    - Por hoje. - Começa e boceja, virando o corpo na minha direção. - Foi o melhor aniversário da minha vida.

    - Vão ter muitos, muitos outros, você vai ficar até perdido em decidir qual o melhor.

     - Não vou não.

     - Não?

     - Esse foi o primeiro. - Não respondo nada, imagino que dormiu ao ver sua respiração calma. Quando subo o olhar, noto Betel parado aos pés da cama, os braços cruzados, apenas fitando a gente, com um sorriso curto nos lábios. - Bellatrix?

    - Uhm?

    - Pode deixar a porta do corredor aberta?

    - Claro, posso sim. Mas não é melhor a luz do abajur?

    - Não. É que... - Abaixo a cabeça, preocupada ao ver seus olhos brilhando sem encarar nada em especial.
 
    - Pode falar, estou aqui.

    - É que lá, lá com meu pai, eu nunca podia sair do meu quarto sem que alguém abrisse. - Meu coração se aperta, e uso a outra mão pra alisar sua bochecha.

    - Você está comigo agora, pode sair desse quarto quando quiser. Nunca vou deixar você trancado, sabe disso, não é?

    - Sei sim. - Sussurra se aconhegando no travesseiro. - Mas só um poquinho...ela pode ficar aberta?

    - Claro, meu amor. - Abaixo meu corpo, apoiando ambos os joelhos no chão pra encher seu rosto de beijos. - E qualquer coisa, você me chama que eu venho correndo, tudo bem?

    - Tudo! -  Solta um pouco alto quando beijo seu pescoço de propósito, lhe provocando cócegas. - Bellatrix?

    - Sim?

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora