Capítulo 84

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    - Minha calça sujou de lama. - Reclama com um riso baixo, seu sorriso não deixa os lábios. Não posso julgar, estou igual.

     - Quem mandou você estacionar no meio da lama. - Rebato me virando para pegar seu sutiã.

     - Você não reclamou há alguns minutos. 

     - Claro que não. - Garanto e desenrolo as alças. Essas peças são tão fáceis de tirar, mas nunca precisei colocar. Por que diabos estou ajudando ela a se vestir?! - Dá os braços.

     - Por que não posso andar pelada? - Murmura birrenta pra si mesma. - Seria mais fácil se todos andassem pelados.

      - Para alguém que estava se cobrindo, agora está bem a vontade. - Rebato e colo meu corpo ao seu, para conseguir ver por cima do seu ombro. Feicho difícil pra cacete.

     - Para alguém que disse não ter a água como um afrodisíaco, - Me afasto e pego sua blusa. -  você estava bem animado. 

     - Levanta os braços. - Passo as mangas e quando acabo, seguro sua cintura. - E quem me trouxe aqui na intenção de me animar?

    - Justo. - Dá de ombros e entrelaça as mãos atras do meu pescoço. Seus olhos se focam em algo acima de nós. - É água nos postes?

    - Já ia me esquecendo. - Murmuro e faço com que a água volte para o lago que os humanos, porcamente transformaram em esgoto a céu aberto. - Privacidade pra você.

     - Quase me esqueci que você é um voyeur.

     - Sou, mas hoje outro prazer se sobressaiu a esse. - Assumo e deposito um beijo longo em seus lábios, apertando firme os dedos na sua cintura. Não quero soltá-la.

     - Qual? - Murmura recuperando o fôlego.

     - Você. - Subo uma mão e coloco atrás da orelha, alguns cachos rebeldes do seu cabelo. - Seu corpo nu é excitante de uma forma que você não faz ideia.

    - Deve dizer isso pra todas. - Brinca mas não acompanho seu riso.

    - Não, você é a primeira. - Assumo e por um momento é como se eu esbanjasse a mesma surpresa que ela, só que a minha resolvo manter interna. - Sabe que não estou mentindo.

    - Sim, isso me assusta.

    - Por que?

    - Sou facilmente influenciada por isso.

    - Mas não será.

    - Como pode ter certeza?

    - Antes que algo assim aconteça, garanto estar longe. - Deposito outro beijo em seus lábios.

    - E se não estiver?

    - Não vou me afastar. - Dou de ombros. - Não sou o Betel.

    - Você tem noção do que acabou de dizer?

    - Claro, me comparar ao Betel seria um insulto. - Brinco.

    - É sério, Saiph. O que você diss-

    - O que eu falei já está dito, não posso mudar e nem quero. Mas o peso disso faz parte de um futuro que nunca vai acontecer, entende? 

    - Você pode ser bem adulto às vezes. - Provoca com um riso baixo.

    - E você bem fantasiosa. Inimigos não ficam juntos.

    - E arqui-inimigos?

    - Esses transam, e muito. - Garanto e deixo um beijo nos seus lábios antes de me afastar. - Eu dirijo.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora