Capítulo 113

1K 104 10
                                    

Betel ON

    - Corredor 6. - Ouço a Barbie postiça resmungar pela terceira vez, crente que estamos no caminho certo. Eu devo contar? - Corredor 6, ali.

    - Saiph, eu já disse pra você que isso não é corredor, é o número da vala.

    - Óbvio que não, eu já enterrei soldados, Betel. Conheço como funciona.

    - Mas aqui, não é lá. Dá esse papel.

    - Não, eu sei onde estamos indo.

    - Dá o papel, Nieven.

    - Corredor 6. - Repete e continua andando. Solto uma respiração alta, lembrando que matar ele seria um desperdício de tempo. - Vem logo, princesa!

      Ou talvez nem tanto assim.

     - Tenta ligar pro Rígel e pra Ella. - Opino andando ao seu lado. - Ele memorizou os números, não foi?

    - Já devem estar lá. - Concorda franzindo o cenho. - Mas é melhor não.

    - Por que?

    - O garoto acabou de saber um podre da família, e vai visitar o túmulo da mãe. - Olho seu rosto, que mostra determinação e uma ponta grande de preocupação. - Eu não sou bom em dizer algo pra ajudar, você é até legalzinho, mas a Bellatrix nem se compara.

    - Nem consegui me sentir ofendido. - Suspiro e coloco ambas as mãos no bolso, fitando o chão de pedra, vez ou outra noto algumas folhas secas que caíram das árvores em volta. - Foi por isso que insistiu em estacionar o carro?

    - Precisava de você, quem eu iria irritar até achar o túmulo certo?

      Não ouso assumir que Saiph teve consciência pra ter pensado em deixar Rígel e Ella a sós. Por consequência, aguentei ele quase partindo pra briga com um cara que estacionou em duas faixas. E depois de alguns longos minutos, comecei a duvidar de quem estava mais errado na situação.

     - Ali um coveiro, a gente pode perguntar pra ele. - Comento distraído, fitando a figura franzina e uniformizada com uma vassoura na mão.

    - Pelas minhas contas é esse.

    - Esse o quê?

    - Corredor 6.

      Fecho os olhos com força ao ouvir sua resposta e passo mais rápido ao seu lado, direcionando meus passos até o homem com a bendita vassoura. Ele acha o quê? Isso não é a biblioteca da Ella.

    - Com licença, boa tarde. - Cumprimento e ele retribui com um sorriso, me incentivando a falar após acenar a cabeça. - O senhor sabe me dizer onde ficam os túmulos mais antigos?

    - Antigo quanto?

    - Por volta de...1800? - Sua reação de confusão é imediata, mas logo se recompõe e se vira na direção que eu deixei o Saiph.

    - É um caminho pra baixo, depois de onde o garoto loiro entrou, aí é só seguir reto.

    - Entendi, obrigado! - Me viro pra sair, já preparado para os comentários fervorosos do Saiph, e sei que se eu usar o fato de ele ter errado a fileira, o brutamontes vai contrapor falando que chegou mais perto que eu, sem nem ao menos precisar perguntar.

    - Moço?

    - Sim? - Viro de volta para o homem, esperando que ele prossiga, com isso posso analisar seu rosto mais de perto. Um dos olhos ao invés de ter a íris totalmente preta como a outra, está branca. Talvez uma doença ou até mesmo um acidente no trabalho tenha causado isso.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora