Betel ON
- Corredor 6. - Ouço a Barbie postiça resmungar pela terceira vez, crente que estamos no caminho certo. Eu devo contar? - Corredor 6, ali.
- Saiph, eu já disse pra você que isso não é corredor, é o número da vala.
- Óbvio que não, eu já enterrei soldados, Betel. Conheço como funciona.
- Mas aqui, não é lá. Dá esse papel.
- Não, eu sei onde estamos indo.
- Dá o papel, Nieven.
- Corredor 6. - Repete e continua andando. Solto uma respiração alta, lembrando que matar ele seria um desperdício de tempo. - Vem logo, princesa!
Ou talvez nem tanto assim.
- Tenta ligar pro Rígel e pra Ella. - Opino andando ao seu lado. - Ele memorizou os números, não foi?
- Já devem estar lá. - Concorda franzindo o cenho. - Mas é melhor não.
- Por que?
- O garoto acabou de saber um podre da família, e vai visitar o túmulo da mãe. - Olho seu rosto, que mostra determinação e uma ponta grande de preocupação. - Eu não sou bom em dizer algo pra ajudar, você é até legalzinho, mas a Bellatrix nem se compara.
- Nem consegui me sentir ofendido. - Suspiro e coloco ambas as mãos no bolso, fitando o chão de pedra, vez ou outra noto algumas folhas secas que caíram das árvores em volta. - Foi por isso que insistiu em estacionar o carro?
- Precisava de você, quem eu iria irritar até achar o túmulo certo?
Não ouso assumir que Saiph teve consciência pra ter pensado em deixar Rígel e Ella a sós. Por consequência, aguentei ele quase partindo pra briga com um cara que estacionou em duas faixas. E depois de alguns longos minutos, comecei a duvidar de quem estava mais errado na situação.
- Ali um coveiro, a gente pode perguntar pra ele. - Comento distraído, fitando a figura franzina e uniformizada com uma vassoura na mão.
- Pelas minhas contas é esse.
- Esse o quê?
- Corredor 6.
Fecho os olhos com força ao ouvir sua resposta e passo mais rápido ao seu lado, direcionando meus passos até o homem com a bendita vassoura. Ele acha o quê? Isso não é a biblioteca da Ella.
- Com licença, boa tarde. - Cumprimento e ele retribui com um sorriso, me incentivando a falar após acenar a cabeça. - O senhor sabe me dizer onde ficam os túmulos mais antigos?
- Antigo quanto?
- Por volta de...1800? - Sua reação de confusão é imediata, mas logo se recompõe e se vira na direção que eu deixei o Saiph.
- É um caminho pra baixo, depois de onde o garoto loiro entrou, aí é só seguir reto.
- Entendi, obrigado! - Me viro pra sair, já preparado para os comentários fervorosos do Saiph, e sei que se eu usar o fato de ele ter errado a fileira, o brutamontes vai contrapor falando que chegou mais perto que eu, sem nem ao menos precisar perguntar.
- Moço?
- Sim? - Viro de volta para o homem, esperando que ele prossiga, com isso posso analisar seu rosto mais de perto. Um dos olhos ao invés de ter a íris totalmente preta como a outra, está branca. Talvez uma doença ou até mesmo um acidente no trabalho tenha causado isso.
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Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)
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