Capítulo 35

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        Quando vou me virar pra sair, noto Betel encarar Rígel de uma forma estranha, um tanto arisca. Contanto que eles não briguem de alguma forma, está tudo ótimo.

       Não vou duvidar da capacidade dele, afinal, não sei realmente até onde vai os poderes de cada um. Sempre quando penso nisso, me sinto um pouco distante deles. Espero que um dia eu possa conhecê-los por completo.

      Pelo menos agora eu tenho bombons. Poderia jogar fora Poderia, talvez o certo seria dizer que deveria. Ele pode estar enganado? Pode.
       Mas eu quero esse chocolate e amo flores, ainda mais rosas.

       Insisto em dizer que tudo bem eu ir no banco de atrás, mas eles são muito insistentes. Portanto Rígel toma o assento, me deixando ao lado do Betel na frente.
        O silêncio que recai no carro, é um prelúdio de que a atmosfera pode piorar, e vai se um de nós não abrir a boca. Resolvo tomar atitude, pois é visível que nenhum deles está disposto.

    — Que tal uma música? — Me arrumo no banco, ansiosa pela resposta de ambos. Mal se passa um minuto, e Rígel se estica pra frente, colocando a cabeça entre o banco meu e do Betel.

    — Boa ideia.

    —  Olha tem como criar uma playlist. — Comento tocando na tela. Não ousei mexer nisso estando sozinha, pois se algo quebrasse não gostaria de ser a culpada, ainda mais com esse carro sendo novo em folha.

    — Lista de música?

    — Isso mesmo, tem no celular também, Rígel, alguns aplicativos especiais só pra isso. — Explico tentando desvendar essa tela. — Mas vou de rádio mesmo. — Completo com uma careta.

      Chiado, mais chiado e mais chiado.
       Quando finalmente acho uma rádio boa de Rock, aumento o volume e começo a batucar minha coxa, repetindo baixo as letras da música. É incrível como consigo lembrar das letras de canções, que ouvia quando criança, e não guardava nem por dois dias direito o que ensinavam na escola.

    — Não sabia que gostava de Rock, Ella. — Betel comenta com a voz sorridente.

    — Eu amo todos os estilos de música. — Assumo animada. Aperto um pequeno botão na porta e começo a sentir o vento da janela entrar, bagunçando um pouco meu cabelo como consequência. Amo isso. Não tenho como descrever o quanto amo os elementos e a natureza.

    — Highway to Hell do AC/DC...bom gosto Ella, sempre supreendendo. — Rígel elogia me olhando do banco de trás.

    — Me acompanham? — Questiono divertida trocando o olhar entre eles. — Vamos cantar.

    — Cantar? — Betel repete desviando o lhar da estrada por alguns segundos. — É injusto quando sou o único aqui que não sabe cantar bem.

    — Eu não sou boa cantando também. — Rebato arqueando uma sobrancelha.

    — Não é? Já ouvi você cantando no chuveiro e discordo. Você canta bem sim.

    — Eu estava no chuveiro, Betel! Todos cantam bem no— Corto quando paro pra pensar no que ouvi. — Você me ouviu cantar no chuveiro?

    — O banheiro fica no corredor, eu sempre ouço você cantar.

    — Que vergonha! — Solto me afundando no banco, sentindo meu rosto esquentar.

    — Vergonha nada, eu amo ouvir suas apresentações lá do corredor. — Rebate com um sorriso na voz. Não sei como está seu rosto, já que minhas duas mãos foram para o meu, tentando aliviar a vermelhidão.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora