Capítulo 38

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Bellatrix ON

        Minha cabeça parece o arroz de Betel, cheio de coisas misturadas, que juntas mostram uma só verdade: Estou ferrada.

        Rígel me encontrar nua ajoelhada no chão junto com Betel, me deixou sem ação. Eu não sabia se falava alguma coisa ou me cobria, no final acabei ficando parada feito uma estátua com meus peitos pendurados igual uma indígena.

       Não pensei que ele faria piadas ou algo do tipo, afinal é o Rígel, ele não costuma ser maldoso. O que me fez ficar mais tímida foi ter que encará-lo novamente.

       Enquanto comia mais da comida do meu mais novo cozinheiro particular sem remuneração, fiquei pensando em como olhar em seus olhos. Nesse ponto senti algo querendo escalar meu pés. Surtei e gritei de surpresa.
       Não tenho tanto medo de ratos, se comparado ao que tenho por baratas. E logo após meu susto, ouvi os miados agressivos do Teb.

     Tudo aconteceu muito rápido, por impulso, subi em cima da mesa de centro, enquanto Teb corria insistentemente atrás do rato. A cena toda foi tão inédita, que merecia pipoca, mas no lugar levei de bom grado mais comida até a boca.

      É oficial, nunca mais vou comer tanta comida a essa hora da madrugada, com o sol prestes a nascer no céu.

     Quando Rígel apareceu, eu já nem estava com aquele ocorrido na cabeça mais. Só continuei comendo. Afinal, meu estômago não estava acostumado com uma comida tão boa.

      Tentei ignorar o fato de já estar quase amanhecendo.

      Depois de me ajudar a descer e oferecer ajuda nas coisas, Rígel continuou comigo assistindo desenho. Foi mais do que interessante saber sobre ele.
     Fico pensando o quanto deve ser difícil precisar tomar a T todo mês. Tentei não entrar muito na sua vida, assim como ele falou sobre esse assunto por iniciativa própria e, claro, apoio meu, não vou lhe cobrar nada.

    Foi tudo natural.

     Tão natural que quando acordei dei de cara com Rígel, não sabia se me afastava ou ficava mais perto, mas pela surpresa acabei recuando e caindo no chão. Bela forma de acordar.

       Não me lembrava de ter pedido pra ele dormir comigo. Mas assim que ouvi Betel falar do Rei gelado, me lembrei da voz do Rígel cantadando pra mim. É inesquecível, mesmo um sussurro sereno de madrugada.

      Foi tão bom tê-lo ali do meu lado. Não tive pesadelos como as vezes costumo ter. Mesmo me assustando quando acordei, me senti muito bem.

       E por um momento quase o beijei, me senti culpada quando vi Betel ali parado, mas ao mesmo tempo queria tê-lo beijado.
 
     Não sei mais o que fazer.

    — Vão almoçar com o Saiph? — Pergunto e me sento na bancada da cozinha, sentindo se aproximar o ronco do meu estômago.

     Não sei como ainda tenho fome depois do tanto que comi, mas sei que a caloria vai vir em formato de um pneu de pele.

    — Sim, com tudo aquilo do rato acabei esquecendo de comentar. — Foco nos lábios do Betel respondendo, antes que o copo cheio de água encoste neles. — Ele quer decidir o que vamos fazer agora.

    — Quando vocês vieram não tinham nenhum plano? Nada?

    — Nada. — Dá de ombros. — O desespero as vezes é inimigo do planejamento, Ella.

    — Se vocês precisarem.... — Pigarreio. — Quero dizer...bem, se caso vocês precisarem de algo e eu puder ajudar, vou ajudar com prazer. — Tento disfarçar a tímidez, mas as palavras são sinceras, quero poder ajudá-los. Mesmo não tendo o mesmo poder.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora