Capítulo 103

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Betel ON

    ‐ Nunca abaixe a guarda, lembre-se que independente do que acontece ao redor, seu inimigo está armado.

    ‐ E se ele não tiver mais a arma?

    - Oras Betel, então você o mata, simples, até pra um pirralho como você.

      Bem que poderia ser tão simples, como na vez em que Saiph me treinou pra momentos assim. O que muda, é o fato de ter um inimigo a altura, mesmo sendo humano, Arthemis esbanja um poder que se equipara ao meu.

     Ao lembrar que parte disso ele pegou do Saiph, me enfurece.

      Me afasto do chão, tomando impulso com o ar, até ficar com os pés firmes em cima de um amontoado de tijolos.

      Sinto meu corpo doer em diferentes partes, o interior da minha pele queima com tanta magia que usei até agora, a maioria pra me defender. Passo a mão no rosto, limpando um filete de sangue que me impedia de enxergá-lo.

     Arthemis está abaixado, a bengala apoiada em uma mão. As roupas intactas, mas seu rosto demonstra cansaço e alguns arranhões.

     Bastardo maldito! O único motivo de me enfrentar de igual pra igual, é o roubo que cometeu. Nunca vou absolvê-lo dos seus pecados, creio que a morte é pouquíssimo sofrível para alguém tão pobre e sem escrúpulos, seria quase um presente. Não, é muito pouco.

     Ele merece perder o que sempre esbanjou. Dinheiro, poder e principalmente liberdade. Seu lugar é uma prisão, pena perpétua sem direito à nenhum tipo de saída.

    - Vamos Betel! Ainda é pouco, não acha?!

    - Tem razão! - Grito de volta, abro ambas as mãos com as palmas pra cima, esticando um pouco o braço para longe do corpo. - Ainda pode se entregar, Arthemis!

     - Nunca, criança!

     - Pensei que você era mais inteligente! - Dito isso, concentro meu poder, direcionando o ar ao redor, tendo uma imagem mental clara de uma rede, algo como um estilingue. Os tijolos ao meu redor, começam a flutuar na altura do meu corpo.

     Impulsiono os dedos pra frente, esse ato faz com que os objetos flutuantes se joguem na direção do meu inimigo. Como esperado dele, usa uma barreira roxa com a mão direita, atingindo os tijolos com precisão, até que pedaços caiam pelo chão com um som oco.

     Não desisto, repito o ato várias vezes. A grama verde ao redor dele, fica parcialmente coberta por pedaços de argila duros e vermelhos.

      Mesmo focando nele, minha preocupação está na Ella, já que não pude deixar de vê-la entrando naquele carro com Lana e a mulher armada.

      Rígel ficou, então Saiph foi ao socorro dela? Espero que seja isso, pois assim fico tranquilo.

      Mas quem era ela? Foi tão rápido que meus olhos só captaram um cabelo curto.

     Os tijolos acabaram.

     Pulo no tempo certo, antes que seu raio roxo me acerte.

    Preciso pensar. Saiph me ensinou a agir na hora, felizmente eu sou mais afiliado ao planejamento.
     Meu caro irmão oxigenado sempre odiou com todas as forças da sua existência irritante, me ver demorar em algo. Prova disso, foi o tanto que me infernizou para ir atrás da Ella, me xingando de todos os adjetivos possíveis ligados a covardia.

    Mas eu não seria um rei provisório, se não fosse estratégico ou no mínimo capaz de traçar um plano de momento.

    Encaro o terreno, enquanto pulo para longe dos seus ataques.

Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora