Betel ON
Eu nunca senti tanta raiva do Saiph quanto estou sentindo agora, posso chegar a pensar isso em outro momento, final, ele me desperta essa emoção com facilidade.
Assim que Ella vai embora, me viro na direção desse sem noção, dou dois passos rápidos, mas logo sinto Rígel me segurar com força pra não dar mais do que um soco no nosso irmão.
— Calma cara! — Rígel brada sério, conseguindo me afastar desse imbecil.— Calma o caralho, eu quero quebrar a cara desse filho da mãe!
— Não vai valer de nada você bater nele agora, a merda já foi feita, a gente precisa resolver tudo com a Ella.
Ella.
Porra, o olhar que ela me deu me quebrou. Mágoa, eu vi mágoa em seus belos olhos pretos cobertos de lágrimas.
— A gente vai completar a missão ainda ou vocês vão continuar correndo atrás de uma humana? — Saiph zomba. Mas logo ajeita a postura. — Não revidei em respeito a você seu pirralho mimado, mas se tentar me acertar agora, não vou ter dó de novo.
— Dó? — Repito quase cuspindo as palavras. — Sabe muito bem que não é tão bom quanto pensa.
— Quem foi que lhe ensinou o que sabe? — Retruca com sarcasmo.
A janela atrás da mesa se abre e o vento roda pela sala bagunçando papéis e derrubando livros.
— Quer uma lembrança do que eu sou capaz? — Questiono fechando os punhos, ato esse que impulsiona o vento para o lado fazendo a mesa acertar a parede.
— Venha com tudo, ventania. — Provoca dando um passo a frente. Como eu quero fazer com que seu corpo saia voando por essa janela.
— Parem! — A voz do Rígel ecoa no cômodo, chegando aos meus ouvidos como um estrondo, distraindo tanto eu quanto o Saiph. — Esqueceram onde estamos?! — Sua fala não é alta, afinal ele não é de gritar. Mas o timbre é forte, encobrindo o silêncio que se formou na sala.
— Rígel tem razão. — Murmuro a contragosto. Relaxo os músculos fazendo parar o resto de vento que ainda circulava com força.— Como sempre.
— Eu sei o seu passado com os humanos Saiph, mas não generalize, nem todos são iguais à eles — Rígel prossegue sério olhando pra ele, ignorando o comentário irônico.
— São iguais. — Retruca com o olhar sombrio, me seguro para não continuar o que estava fazendo antes, pois sei os motivos dele. Por mais literal que seja ao descontar sua ira, me forço a ser paciente. — Cada um deles, e com essa mulher não é diferente.
— Se tivermos tempo aqui, fica vai que está errado. Vamos atrás da Bellatrix, mas não vamos fugir do nosso dever, pense nas suas ações de hoje irmão.
Sinto meu braço ser puxado por Rígel, desvio sem hesitação o olhar do rosto desse insensível e sou levado até o lado de fora da sala. Assim que a porta se fecha, sou encostado nela com força.
— Se concentra Betel! Sua prioridade agora não é bater nele! — Adverte olhando nos meus olhos. — Você não é tão irracional assim!
— Eu sei! — Rebato impaciente, passando as mãos no rosto, esperando que esse ato me ajude a acalmar os pensamento. As vontades. — Vou atrás dela.
Me afasto dele e começo a descer as escadas, de dois em dois degraus, ciente que meu irmão mais novo me segue no mesmo ritmo.
Pense Betel.
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Cinturão de Órion (COMPLETO/REVISÃO)
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