Capítulo 18 - Marcela

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Merda, como o Mauricio é pesado. Tinha que tirar o peso do braço dele de cima de mim, estava me esmagando, logo eu perderia os movimentos com o peso dele. Ele tinha corpo de um jogador de futebol americano, e o inferno era que eu adorava aquilo.

Mas eu precisava muito ir embora, minha cabeça estava explodindo pra porra, e eu ainda estava com vontade de vomitar.

Olhei em volta e vi meu celular, ai caralho quase meio dia, preciso ir pra casa e tomar um banho e tomar algo, porque tinha plantão hoje. Amanda, isso vou ligar pra ela.

Arrastei-me vagarosamente enquanto a montanha que era Mauricio ainda roncava e alto, ai que merda. Tinha que parar de tomar tantas tequilas e cervejas juntas e deixar que elas me levassem a fazer mais merda.

Peguei algumas roupas minhas que estavam espalhadas pelo chão e fui para o banheiro.

- Cacete de ressaca, atende logo Amanda, atende...

- Oi.

- Sua vaca, preciso que venha me buscar, tipo ontem! – estava de péssimo humor, podia até ter finalizado a noite trepando gostoso com o meu nerd favorito, mas nada de monogamia, eu ainda era uma mulher independente e forte.

E ele tinha estragado meu rolo com Fabio. Cacete, queria que ele estivesse acordando do meu lado e não o “donzela” abandonada do Mauricio. Iam ser as coisas do meu jeito, ou nada. Era totalmente sexo sem compromisso. Era só isso que permitiria ter com ele.

- Pede pro Mauricio te levar... Eu... Ai Thiago, espera to no telefone com a Marcela, eu to ocupada.

Filha da puta, estava dando pro Thiago. E eu aqui morrendo de dor de cabeça.

- Puta merda Amanda, to no banheiro do Nerd do Mauricio, pelada e tentando não vomitar, porra, larga o pau do seu primo e vem me buscar, faça seu papel de amiga, se não me esqueça quando estiver tendo uma crise existencial! – sabia que isso ia funcionar, era tão fácil usar de psicologia com ela, tinha sido a minha melhor matéria na faculdade.

- Tá, ta sua chata, vou demorar uns trinta minutos... Ai Thiago... “uma hora” – Thiago dizia no fundo, enquanto eles riam -... Não surta e nem se pega nos tapa com o Nerd aí hein...

- Vinte minutos Amanda.

Desliguei e sentei no vaso com a tampa ainda abaixada. Que bosta, odeio resseca, ainda mais quando tinha que ir trabalhar. Eu só me fodo. Primeira coisa banho, porque essa coisa de cabelo pós foda ser bonito só funciona nos livros, estava parecendo Maria Betânia, uma bucha só. AQUI!

Chuveiro quente, estava com a xoxota ardendo, definitivamente álcool e Nerd, davam uma dose de sexo maravilhoso e intenso, ainda bem que eu também estava bêbada o suficiente para deixar a coisa mais gostosa, mas não o suficiente pra esquecer a grosseria dele.

Olhei pros meus seios que são fartos e várias marcas roxas estavam presentes, porra parecia uma tigresa, e não no sentido legal da coisa. Ia ter que usar uma blusa fechada por uns dias.

Dez minutos depois de me sentir melhor, ouço o som ligar ao longe, era musica sertaneja, mas que cacete, o Mauricio acordou.

- Marcela, anda logo, preciso mijar. – ele bateu na porta e eu quase levei um tombo de susto e dor. Deixei cair metade das coisas que tinha na prateleira de xampu e cremes.

- Espera. – gritei de volta, segurando a cabeça.

- Aí que merda Marcela, abre... Eu juro que não olho você nua, só preciso usar o banheiro...

Nem fudendo que eu iria tomar banho com ele fazendo numero um, dois o qualquer outro junto comigo, isso é muito intimo, ia esperar ou fazer na pia.

- Se vira, ainda não terminei aqui... – ria imaginando ele se contorcendo lá fora. Idiota.

- Você que sabe... – ele disse e depois silêncio. Merda não gostei disso.

De repente a porta se escancara e ele me olha com cara de deboche, quase enfartei de vez com ele arrombando a própria porta do banheiro.

- TA LOUCO! – gritei.

- Não, você disse se vira, e esse banheiro é meu... – disse se posicionando pra começar a urinar e completou-... E outra, os incomodados que se mudem.

- Babaca... – desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha saindo do banheiro, com as roupas ainda nas mãos.

Coloquei a lingerie e depois minha calça e a blusa tomara que caia. Segui para cozinha em busca de algum remédio, analgésico pra fazer a porra da minha cabeça parar de bombar como uma escola de samba.

Mas não encontrava nada, que saco.

- O que procura, precisa de algo? - Mauricio parava na porta da cozinha, de braço cruzado e somente de cueca.

- O que eu não preciso é de você... – virei e continue a procurar, mais que puta que pariu, porque ele tinha que ser tão gostoso e cheiroso, droga, Amanda tinha que chegar logo.

- Você esta na minha cozinha, mexendo nas minhas coisas e ainda diz que não precisa da minha ajuda, essa é boa...  – Ele riu e virou indo pra sala -... Achei que poderíamos ter uma conversa como pessoas adultas e bem resolvidas, mas pelo jeito me enganei. Espero que encontre o remédio na terceira gaveta do bufê.

Fiquei parada olhando aquela bunda durinha e perfeita indo embora enquanto eu ia ao lugar que ele tinha indicado. E lá estava. Tomei dois comprimidos de uma vez, ia trabalhar a pulso, mas ia.

Voltei pro quarto, pra pegar minhas coisas e tentar me acalmar, quando ouço a musica ser substituída por o som de tiros e falatório em inglês, e ainda Mauricio repetindo algumas coisas em português, parecia que estava dentro de uma guerra.

Segui pra sala já sentindo a dor da minha cabeça piorando e me deixando ainda mais irritada. Mauricio estava sentado em frente a uma gigantesca TV de plasma com um redset na orelha, de cueca Box preta, e uma camiseta do super homem, com um controle do Xbox nas mãos e falando que nem um retardado com alguém.

O som aumentava a minha insanidade e gritei pra ele.

- Merda Mauricio, desliga essa porra... – tampei as orelhas, e encarei-o.

Ele disse algo como pausa ou parecido com isso e olhou pra mim.

- Que foi agora, não posso jogar? - ele levanta as mãos e esperava uma resposta, mas fiquei muda. – Olha, sei que você ta puta da vida e provavelmente vai embora, me dispensando de novo, então não estou me dando o trabalho de me importar com isso, já que você faz o mesmo.

- Eu... – não sabia o que dizer, droga, ele tinha me deixado sem palavras.

A companhia tocou e ele continuou me olhando.

- Não vai atender? - Falei pra ele.

- Não, não estou esperando ninguém, você esta?

Bufei e sai em direção à porta, o ouvindo voltar a jogar. Abri a porta e graças a Deus era Amanda e Thiago.

- Aleluia, vou pegar minha bolsa e vamos. Se não vou enlouquecer com esse... Uuuuurg.

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