Sabe como é estar com o cú na mão. Então era exatamente assim que eu estava. Porra quais são a chances de minha irmã aparecer no meu jantar romântico com Thiago no Riacho Grande, num dia de semana, e ainda com a pior parte da família. A galinha da minha prima Fernanda.
- Que surpresa. Oi Thiago quanto tempo... – eles se abraçavam e Thiago parecia manter a calma.
- Olá Marina, verdade bastante tempo.
- E ai maninha, como vai? - ela me abraçou e eu tremia mais que velho com Parkinson.
- E-eu to bem, o que fazem aqui?
- Vim ver o orçamento para o jantar de casamento aqui. Ideia do Marcos. – ela olhou ora para mim e depois pra Thiago com aquela cara de “eu sei o que vocês estão fazendo” e continuou falando - Então, como estão às coisas, desde o ano novo não vejo você, ta sabendo do aniversário do Luiz né?
- Sim... – mas eu mal prestava atenção enquanto aquela periguete da Fernanda fica se insinuando pra cima do MEU HOMEM. Cacete queria arrancar o aplique de prestação que aquela vaca usava.
- Amanda?... Amanda? Porra então ta séria a coisa hein... – ela sorria pra mim, quando voltei minha atenção pra ela.
- O quê? - fiquei vermelha quando ela me encarou sorrindo.
- Você e o Thiago. Eu achei que era só pegação e uma foda sacana de vez enquando... Mas to vendo que a coisa vai sair mais rápido do que eu e o Marcos...
Ela ria, e eu ficava cada vez mais nervosa, cacete, éramos tão transparentes assim?
- Não é isso, é só um jantar, nada demais Marina, e-eu, quer dizer, nos encontramos, um dia desses e-e...
- Para de besteira maninha, porra, você não é mais criança e eu não sou a Claudia, que acha que é nossa mãe. Aliás, - ela chegou mais perto de mim – eu nunca vi ele como nosso “irmão”, se é que me entende. Então aproveita.
Eu dei um sorriso sem graça, mas aliviada pra porra. Ela sempre foi mais desencanada. E eu sabia que podia contar com isso.
- Obrigada. – finalmente disse, já tava tudo fudido mesmo.
- Imagina, mas diz aqui, ele é grande, tipo “kid bengala”? - ela ria tirando um barato da minha cara.
- Para com isso... – dei um empurrão nela quase fritando de tão vermelha e envergonhada. Cacete uma coisa é falar com as taradas das suas amigas quanto fuder com seu primo, outra é falar com sua irmã, que também é prima dele.
- Sua vaca, eu ouvi vocês no natal, e porra, até fiquei excitada, diz aí, ele foi seu primeiro não foi?
- NÃOOOO... – gritei no desespero da confissão dela, pronto eu tinha que ser escandalosa quando estava tendo uma conversa pra lá de inconveniente em um restaurante lotado, com minha irmã safada, enquanto a ninfeta da minha prima com fogo na buceta ta de graça com o meu namorado! Peraí eu pensei isso mesmo? NAMORADO? Ai caralho, to fudida de verde e amarelo. Já to classificando ele.
- Bem, estamos indo né Fê, bom jantar pra vocês. Foi bom te ver Thiago... – minha irmã voltou a falar depois do momento mico -... Espero te ver no aniversario do Luiz, os dois viu!
- Pode deixar. – ele sorriu, e merda, ele estava feliz, muito feliz, como se estivéssemos sendo abençoados por Marina.
- Tchau Thi... – essa era a “NINFETA possuída” da minha prima, Uuuuuuuurg, a se pego, arranco aquela cara de santinha do pau oco da cara dela.
- Tchau. – e ele respondeu sempre simpático demais pro meu gosto.
Sentei, e fechei a cara. Droga, ciúmes era uma merda, podia sentir indiferença, dor de barriga, raiva até calor, mas ciúme é de fuder, ainda mais com a cara do Thiago de satisfação.
- Que foi amor?
- Nada! – e com isso eu queria dizer TUDO.
- Tá, não vou cair nessa, não quero estragar a noite, então é melhor falar, porque a minha bola de cristal tá quebrada amor... – ele ria.
- “Tchau Thi...” que porra é essa de Thi? - é isso mesmo, eu estava BOR-BU-LHAN-DO de ciúmes.
Preciso assumir uma coisa aqui, PUTA QUE PARIU o que eu sentia era algo de matar dentro de mim, e não era mais uma paixonite por meu primo gostoso, que me fazia gozar maravilhosamente bem, era algo muito, muito maior. Porra, acho que eu estava quase amando ele, estava literalmente de quatro por aquele homem na minha frente.
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CONCEDA-ME SEU PRAZER
RomanceThiago Nunca fui chegada em histórias de amor, nem em grandes finais românticos. Mas quando envolvia a minha vida, a coisa era outra. Não sou um cara de meias atitudes, nem de deixar oportunidades passar. Eu sempre a quis, e eu ia ter ela pra mim...