Capítulo 23 - Amanda

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“Jesus, eu estava no céu?” Claro que não, isso seria uma bizarrice depois de tantas safadezas e sacanagens que já tinha feito com Thiago, mas porra, eu tinha um anjo ao meu lado, ele era meu, e eu o amava, sim amava muito, que até doía. Quando ele me tirou a venda e vi o quanto ele tinha se esforçado pra me fazer ver que éramos dois retardados lutando contra algo inevitável, eu fiquei em estado de choque, puta merda, quando isso ia acontecer na vida de alguém?

No máximo o cara te leva pra jantar, ou pra um cinema, e quando vai ver já ta de quatro gemendo e se entregando. Mas Thiago era diferente, sempre foi, em cada momento, até nas nossas trepadas sacanas, era sempre olho no olho, era entrega total, era aquele ponto perfeito entre a putaria e o amor, que assusta qualquer mulher.

Tá, você acha que é fácil, você se apaixonar pela foda mais gostosa da sua vida? E o medo de ser apenas uma foda e nada mais? Além das demais loucuras e neuras que minha cabeça de batata fazia, e se o sentimento não for o mesmo, o cara te usar, e se acabar tudo e nunca mais poder olhar pra cara dele? Isso é foda também!

Olhei Thiago dormindo, espalhado na cama, com metade do corpo coberto pelo fino lençol, sua pele era morena, quente, sedutora, perfeita, seu corpo era um espetáculo, e fazia maravilhas, por um momento me veio à ideia louca de um GO GO Boy, “Hum... Daria um bom stripper no Clube das mulheres, não daria?”.

Essas porras desses pensamentos loucos pós noite de foda e amor eram de enlouquecer. Ele tinha me dado uma noite perfeita, simplesmente perfeita, tipo, inesquecível, e tudo o que eu pensava era, cacete, preciso ligar para Marcela e contar TU-DO!

É, nós mulheres temos que dividir a alegria com alguém. Só nós entendemos essas coisas.

Levantei e segui para banheiro, estava muito apertada, e precisava escovar os dentes, não acho muito legal aquele bafinho logo de manhã, mesmo que meu amado dissesse que não liga, eu ligo, todo mundo liga e isso é verdade, bafo de onça pela manhã não rola né?

Momento “vamos pensar na vida”. Tenho certeza que todo mundo adora pensar enquanto esta fazendo as três coisas que só nós podemos fazer no banheiro, numero um, numero dois e banho. É quase uma terapia, você planeja a vida, memoriza todas as falas que vai fazer nas próximas vinte e quatro horas com pessoas importantes, faz um flashback de todas as coisas que te aconteceram, e no final se autoaconselha. Maluquice né? Mas vai dizer que não faz isso? Claro que faz porra, deve até ler enquanto caga, e eu estava fazendo quase isso agora mesmo, minhas necessidades básicas e revendo minha vida.

Estava repassando todas as coisas que Thiago tinha me dito, todas as palavras lindas, perfeitas, tudo que achei que não poderia ouvir dele, tudo que sei que é verdade, puta que pariu, nós nos amávamos, muito, sabe quanto isso é estranho, quando você nota que sempre foi assim e nunca vi com tanta clareza? Eu estava em êxtase.

Lavei o rosto e me olhei no espelho, merda, preciso de um dia de beleza, meu cabelo ta estilo bandido, quando não ta preso, tá armado! E o meu tinha munição pesada. Claro que eu era exagerada, não era tão ruim, mas nós nunca estamos satisfeitas não é?

Sai do banheiro, e meu amor, MEU, só meu, ainda dormia. Como era perfeito falar MEU, saltitava em pensamento só me pensar, que nem uma retardada. Era minha vez de retribuir o café da manhã que ele havia me dado, e eu fui uma vaca de ter recusado.

Fui pra cozinha e comecei a preparar as omeletes, tentando não me matar com as coisas e queimar todos os ingredientes que tinha. Eu sou uma negação, eu sei, nossa péssima, tipo, só entendia de fast food e delivery sabe? Era só o que eu conhecia. Fato. Vergonhoso, mas uma verdade que precisava mudar, tipo pra ontem, afinal já me fantasiava cozinhando pra ele, ele me pegando por trás na pia, aí, ele é um tarado e eu tinha virado uma ninfomaníaca, tá, até nisso combinávamos.

Então rezei que o café não fosse ruim demais, e as omeletes salgados demais. Achei a bandeja e arrumei-a, estava realmente apaixonada, amando pra cacete, porque fazer isso pra alguém é mais difícil do que parece.

Entrei no quarto e ele estava acordado, saindo do banheiro, com aquele sorriso maravilhoso, sua cueca box cinza, e seu cabelo bagunçado.

- Bom dia meu amor... – falei nervosa, ainda não tinha me acostumado com essa nova fase de apelidinhos, e é meio... Não é completamente bizarro no começo, quando você fala e escuta aquela vozinha dentro da sua cabeça fazendo “Uuuuuuuuh”.

- Bom dia meu anjo... Se arriscando na cozinha? - ele sorriu e pegou a bandeja das minhas mãos enquanto sentava ao seu lado na cama.

- Tentando... Não botar fogo na sua cozinha.

- Hum, o cheiro pelo menos tá bom... – ele me deu um selinho, e senti a barriga embrulhar de felicidade, Deus se for um sonho, por favor não me acorde!

Ele deu uma garfada, seguido de um gole no café e eu fiquei olhando ele comer, rezando pra não envenená-lo ou que a nossa primeira manhã juntos como um casal não terminasse no hospital. Ele sorria, olhando pra mim.

- E aí que tal? Ainda me ama, ou já posso chamar o SAMU? - falei nervosa, e de repente ele engasgou e tossiu, me fazendo levantar num estalo e já começar a procurar algo pra ele beber...

- Merda, merda, merda sabia que não devia ter feito isso, droga... – corri pra porta.

- Amanda, espera... – ele ria de se dobrar -... Calma, eu...  Eu estava brincando, vem aqui... Amor vem aqui...

Olhei pra ele revoltada.

- Seu... Thiago, eu odeio quando faz essas brincadeiras... – sentei no seu colo e cruzei os braços com um bico do tamanho do mundo.

- Tá, desculpa amor, mas porra, não resisti. Obrigada pelo café, está “comível” meu amor! – o belisquei pelo comentário - Tá, to brincando, tá uma delicia meu amor!!! - ele ainda ria, e acabei rindo junto com ele.

- Hum, ta bom... – suas mãos me apertavam e já senti o pau dele me cutucando, tomando vida, porra, já tava ficando molhada. Foco Amanda, vamos falar de outra coisa, não pode pensar somente em sexo, mesmo que a ideia seja maravilhosa. – Você não tem que trabalhar hoje?

Senti-o ficar tenso, como se tivesse tocado em algum assunto proibido.

- Vou, mas mais tarde, acho que sairei tarde hoje de lá amor... – disse colocando mais uma garfada na boca e comendo, sem me encarar.

- Hum, entendo. – não sabia o que dizer, fiquei ansiosa com a reação repentina dele.

- Tem plantão hoje?

- Amanhã. Preciso ir fazer umas coisas, arrumar minha casa. – peguei um pouco da minha omelete, tentando não ficar ainda mais nervosa com sua mudança de humor, é coisa da minha cabeça, só podia. Eu estava viajando na maionese.

- Quer que eu passe lá mais tarde, quando sair do trabalho, ou quer que a traga pra cá?

Ele começou a passar seus lábios por meu ombro me fazendo arrepiar de um jeito maravilhoso, esquecendo-me de tudo. Eu não podia mais dizer não pra ele.

- Acho que poderia dormir lá, se quiser? - eu estava fazendo cara de vadia, claro, tinha algo picante e delicioso em mente, e sua pica dura encostada na minha bunda. Graças a minha visita a Sex Shop da Juliana e a insistência de Marcela, tinha uma coisa especial para ele.

- Hum é? Porque tem alguma ideia em mente?

Mordi sua orelha e a chupei.

- Tenho! As piores idéias meu amor...

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