Capítulo 47 - Mauricio

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Que se foda tudo. Pra mim agora ia ser nova vida, eu ia ser o putanheiro mais famoso dessa cidade, caralho, eu fiz tudo que podia, pra dar uma digna relação tanto pra mim quanto pra Marcela, e no final eu tinha me tornado o vilão de mim mesmo, caralho de vida que imita os livros mela calcinha que li, é mela calcinha, termo que aprendi com a Marcela, droga.

Só que eu não era autor dessa porra, ate agora, se não, teria mudado tudo não é?

Pois bem, agora eu ia começar a mudar o cenário, ia pegar meu “pincel” e pintar as bucetinhas dessa cidade nos últimos sete dias que me restam aqui no Brasil! Isso mesmo, ia fazer a porra toda pegar fogo, a começar pela bela morena que ia comigo para China, caralho, vamos e venhamos, eu era pai e não sabia e quando soube não tive tempo de fazer nada por essa criança, pois ela entrou na minha vida como tinha saído, em questão de minutos, eu amava e não era correspondido e agora eu simplesmente perdi tudo, TUDO pelo que eu achei que valia a pena um dia lutar.

Pois bem o que vai valer a pena agora vai ser meu trabalho e as trepadas sacanas.

Marcela iria ser uma lição, uma bela e fudida lição daquelas que marca a vida e transforma um homem, e eu estava me transformando neste exato momento.

Segundas feiras sempre são um pé no saco, e a minha tinha mais motivos pra ser, muitos relatórios, muitos emails, muitos bugs no sistema e muitas coisas que ainda não faziam as coisas sumirem da minha cabeça. A dúvida de saber se um dia essa criança poderia ter mudado o ruma da história, se pudesse ter mudado Marcela, ou a nós.

- Hey, quer um café? - Thiago entrava na minha sala com a minha xícara já cheia e a fumaça subindo.

- Obrigado.

Peguei da mão dele e sentei-me à mesa de novo, com os relatórios, datas, horários, locais e tudo mais que envolvia a viagem dali uma semana.

- Vai mesmo pra China né? - Thiago disse sentando na cadeira a minha frente. Parecia tão cansado e perdido quanto eu.

- Bom, se você não mudou de ideia, ainda acho que sou eu que vou viajar com a gostosa da interprete. – ri tentando dar um ar mais leve ao ambiente, parecia que estávamos morrendo ali.

- Hum , gostosa é? Interessante... Preciso conhecê-la, falando nisso.

- Verdade, hoje ela vem pra acertarmos umas coisas, estava pensando em levá-la para um happy hour... Já que vamos ficar seis meses juntos, poderemos estreitar o nosso... Relacionamento. – claro que eu não tinha a menor intenção de “ter” um relacionamento com a tal mulher, e com mais nenhuma, na verdade a única com a qual cogitei tal ideia tinha me dispensado um dia antes.

Mas como se diz por aí, não se cura uma amor com outro? Eu estava usando a minha versão do ditado, se cura uma foda inesquecível, com várias sem drama, tá, talvez não fosse o melhor ditado, mas era o que tinha em mente, nada de sentimentos, a não ser o do puro prazer do orgasmo e da gozada! Nossa até eu me assustei com esse pensamento, mas era melhor ele do que a as imagens que começava a se formar nos meus pensamentos, sonhos idiotas comigo, Marcela e um filho. Porra, era uma merda de um sentimento de perda, que não ia embora por nada.

- Relacionamento? - Thiago disse, em encarando sério e preocupado.

- Profissional, claro. – tentei parecer indiferente, mas falhei.

- Mauricio, se quiser conversar sobre o que aconteceu...

- Não. Definitivamente “falar” se provou ser uma péssima ideia pra mim, eu to... Eu to bem. Na verdade ninguém saiu machucado não é mesmo? Então, vamos seguir com a vida, que as contas não tem dó de ninguém e as dividas não tiram férias...

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