Capítulo 48 - Thiago

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Bem, vamos recapitular, eu tinha uma noiva agora, ela tinha me aceitado como seu futuro marido, mas caralho, eu tinha perdido um filho, que na verdade nem existia e que eu já estava fazendo planos, pra ele. Aí vem todo o furacão da perda do bebe da Marcela, que devia ser o meu, e agora eu tenho um amigo achando que é o moleque piranha, com uma ex-namorada que estava sobre os cuidados da minha noiva, que ainda não tinha certeza se coseguiria virar minha esposa.

PUTA QUE PARIU, vou ter que procurar um psiquiatra logo de vez, porque desse jeito eu ia fritar com tanta informação pra um tico e um teco só.

Quando voltamos do hospital, Mauricio já tinha partido, me deixando preocupado com seu estado mental e emocional também, cara, ele tinha de repente mudado a fisionomia dele, como se tivesse sido possuído, bloqueado tudo o que tinha acontecido. Deu vontade de pegar ele pelos ombros e sacudi-lo e gritar: TÁ MALUCO MEU IRMÃO?

Mais meu maior medo era que ele virasse um louco, psicopata, daqueles que acordam um dia em epifania e resolve matar todo mundo. Claro, eu não tenho mais nada pra me preocupar né?

Calma, tá achando que é só isso, não cara, quando você acha que a coisa não pode piorar aí que você se engana, porque ainda tinha a historia que Amanda não tinha vontade de ter um filho, tá, eu sei que com a gente foi tudo uma confusão dos infernos, mas porra, um filho é uma dádiva e não um problema não é?

Marcela ia sair do hospital somente na segunda a noite, então eu e Amanda voltamos pra São Paulo, afinal a nossa vida continuava. Ela ficou muda durante todo o caminho, como se tentasse me evitar.  Perto da casa dela, quando não suportei mais, tive que quebrar a porra do silêncio.

- Como Marcela esta?

- Péssima... Como, como todos nós, mas acho que ela vai se recuperar... Um dia... – ela parecia estar pensando sobre como me dizer algo, senti meu cu na mão, ao imaginar a possibilidade de ela romper o noivado.

- Amor, não precisa trabalhar hoje, estamos todos exaustos... – não queria dar tempo de ela pensar. Queria apenas deitar na minha cama com o corpo quente dela nos meus braços e o cheiro dela me embalando. Porra, era pedir demais?

- Não. Eu preciso ir Thi, eu... Eu preciso conversar com nosso superior sobre Marcela, e eu prometi a ela que...

Ela parou de falar e finalmente me encarou. Quase bati o carro, quando as ultimas palavras dela saíram.

- Prometi a ela que cuidaria para que nossa relação desse certo. Afinal, acho que ainda me ama, não ama?

As lagrimas dela desciam, e eu senti cada uma delas me quebrar. Porra que homem aguenta ver uma mulher chorando? Eu prefiro martelar meu dedo, um chute no saco a ver Amanda sofrer assim.

Tínhamos chegado ao apartamento dela e eu parei o carro para poder encará-la.

- Que absurdo amor, CLARO, que te amo, o que sinto não é uma gripe, não é uma febre, que vem e passa porra, é mais que isso, É COMO... RESPIRAR, merda, se eu não te amar como eu... - senti a garganta secar com o meu pavor –... Como eu vou viver Amanda?

Ela ainda encarava as próprias mãos, tremendo. Achei que tudo isso era mais do que a historia de nós, era como ela tivesse me pedindo pra ama-la acima de qualquer coisa.

- Você me amaria mesmo que eu tivesse errada, ou mesmo que eu não te desse um filho?

Eu fiquei olhando para seu olhar desesperado, ela tinha medo de que afinal? Ela era tudo pra mim, e de repente me veio à mente o que tinha acontecido a Marcela e Mauricio, e o quanto tudo isso tinha machucado eles. Ela estava na minha frente me dando a seu medo, seu pavor para que eu pudesse ajuda-la, ela estava pensando que eu a queria por que apenas achei que ela estivesse grávida, e eu sabia que isso ia vir à tona uma hora.

 Deus, eu queria ela, sempre quis, mas que todas as coisas que já desejei na vida. Amá-la até doía, caralho, podem falar que isso não existe, mas pra mim é real é como se fosse uma cacete de um vírus, que entra e toma todo o seu sistema nervoso, motor e cerebral. Tudo que você faz de certa forma é tomado por ela, pelo a porra do amor.

- Amanda, eu não te pedi em casamento porque achei que estava grávida. Por Deus, eu só descobri, quer dizer, achei que tinha descoberto horas antes de te fazer o pedido. Claro que fiquei feliz, por Deus, ia ter mais de você do que tinha imaginado. Mas...

Ela começou a chorar mais quando voltou a falar.

- Mas eu não querer um filho te decepcionou, não é? Não minta Thiago, porque eu posso ser uma louca, mas não sou burra, eu vi seu olhar... – ela soltou minha mão quando não respondi, caralho, eu não tenho resposta pra tudo também, essas DR’s, são de fuder com qualquer um. – Acho que preciso entrar tenho um plantão daqui uma hora.

- Quer que eu te leve amor? - vi-a se fechando de novo, e por um momento pensei que estaríamos voltando pra estaca zero.

- Não, eu preciso... Preciso de um tempo! – ela disse abrindo a porta do carro, e saindo.

Desci, quase tendo um impulso louco de tomar ela nos braços e levá-la pra sua cama e terminar com suas duvidas com minha boca na dela e meu pau duro enterrado em sua entrada quente e apertada. Cacete, eu podia suportar a duvida de não ter um filho, mas de não ter Amanda, não, definitivamente, eu não ia permitir isso.

- Obrigada amor... – ela disse baixinho, me dando um selinho e pegando a mala da minha mão – Eu...

Puxei-a contra meu corpo e encostei sua testa na minha. Não ia deixa-la ir assim, sem que soubesse que tudo ia ficar bem, eu ia lutar pra que isso acontecesse.

- Amanda, diz que não, que não me quer mais, que eu juro que paro de lutar... – ela suspirou fundo, como se pudesse tomar todo o ar que tinha em volta.

- Eu, acho que jamais serei capaz de deixar de te amar Thiago, mas eu só preciso de um tempo... – ela olhava nos meus olhos, tão frágil como uma flor, minha Amanda, minha.

- Então vou te dar o tempo... Mas não vou parar de lutar.

Na segunda acordei sozinho na cama, sem a pele quente e a cara de anjo dela dormindo ao meu lado, isso ia ter que se ajeitar.

Cheguei mais cedo na empresa, praticamente tinha acordado com as galinhas, como dizia a mãe da Amanda. Não falei? Igual a um vírus, tudo girava em torno dela.

Mauricio estava vivendo como se fosse inquebrável e eu sabia que ia meter os pés pelas mãos com essa historia de “Relacionamento com a tal interprete”, porra, eu podia fazer o que? Sai da empresa perto da hora do almoço, pensando nas merda do meu amigo e nas neuras da minha noiva.

E Amanda não atendia a merda do celular, isso mata sabia? Então pra que tem essa porra? Ok, nada de desespero, você disse que ia dar um tempo, então foco no trabalho, e deixa-a respirar.

Afinal, Mauricio tinha me dado uma ideia do caralho. E essa ideia ia me ajudar a salvar meu relacionamento. Mas antes tinha que conhecer essa tal interprete que cheirava encrenca e salvar meu brother de fazer mais uma cagada.

Como disse a Amanda, eu nunca ia parar de lutar. 

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