Deus, esse plantão foi o mais terrível da minha vida, eu estava um caco, podre, quebrada e só o bagaço. Sem contar que tinha as palavras de Thiago rodando a minha mente, como se fosse mosquito rodeando a bosta. Bosta essa que foi jogada no ventilador, quando Marcela tinha passado mal e tudo tinha virado uma confusão sem fim.
Às vezes queria ser criança de novo, que pensar em dar um role na pracinha e ver o moleque mais gostoso da rua me esnobar, e eu achar aquilo o máximo, essa era a emoção mais forte que eu tinha.
Agora eu estava enfrentando coisas que porra, não desejo pra ninguém.
Sai do plantão as 6h da manhã me arrastando, caralho, dava 2014, mas não dava a hora de eu ir embora. Cheguei em casa, e o silêncio me derrubou de novo. Já tava tão acostumada com a presença barulhenta e nua do Thiago, ele falava o tempo todo, e quando não falava, simplesmente me entretia, me deixa nas nuvens, como ele dizia “quando eu estou em casa com você, não preciso de roupas”, e simplesmente ficava andando de uma lado pro outro com o instrumento a disposição. Eu ri do meu pensamento.
Ele era a metade da minha laranja, óbvio tinha que citar Fabio Junior, o momento deprê pedia, não é? NÃO, nada de colocar musicas fossas, e nada de me acabar no sorvete e nada de auto piedade, porque no final eu ia acabar com as porras das olheiras, três quilos mais gorda e ainda mais enlouquecida.
Deitei na cama, e fechei os olhos, capotei sem perceber, estava tão exausta, que era questão de minutos pra adormecer.
Acordei já era mais de três horas da tarde, meu celular tinha cinco ligações perdidas e três mensagens de Thiago. Cara eu “ódio” ter que manter distancia quando o que mais quero era pular em cima dele e me esbaldar, cavalgar, tremer e gozar ate que a gente não tivesse mais fôlego. Isso sim é algo bom, que poderia me deixar cansada. Mas o foda era que ele ainda queria o filho, e eu ainda não estava pronta pra sonhar com isso. Não tinha como simplesmente deixar isso pra lá e empurrar com a barriga.
Fiquei lendo as mensagens dele repetidas vezes, escrevendo respostas e apagando, é, eu era uma filha da puta de uma covarde, essa coisa de escrever e apagar era coisa de adolescente. MERDA.
Quando eu finalmente fui mandar uma mensagem pra ele, o celular começou a vibrar na minha mão me dando um puta susto, porra, caiu no chão, nem vi quem era.
- Alô?
- Puta merda Mandinha, onde você tava? Fudendo com seu noivinho é?
- Oie Marina. – minha irmã e seu poço de sutileza e delicadeza.
- Olha, a Marcela teve alta, e como não conseguimos falar com você, eu fui buscá-la, ela ta em casa já, nossa, ela vai ter um bebezinho que lindo... Só falta você né irmãzinha!
O QUÊ???? MARINA SABIA DISSO? E pra piorar ela me dizendo que eu tinha que ter um, quase me caguei com ela falando isso.
- C-como assim? Você sabe? - eu tremia mais que vara verde. Porra, eu tinha que guardar segredo e a retardada tinha contado pra minha irmã linguaruda e faladeira. Vai se fuder né?
- Claro que sei, eu sempre sei tudo. – ela ria com a minha resposta.
- Tá, tá, eu to indo lá ver ela. – disse sem paciência. – Depois nos falamos.
- Que isso, Thiago não te deixa nem falar com sua irmã? Fala sério, vai ter que fazer banho de assento assim Mandinha... – ela ria, totalmente sem noção.
- Ele não tá aqui. Porra Marina, você é minha irmã... – credo era tão safada quanto Marcela.
- E? Cresce Amanda, a vida é muito curta pra gente ficar levando tudo a sério, e mais, homem nesse mundo tá difícil minha querida, quando não é casado é viado, ou come os dois, tanto home quanto mulher. – tive que rir, mesmo achando um absurdo ela dizer isso pra mim – Entenda uma coisa, quando você tem alguém como Thiago na sua vida, tem que deixar tudo de lado e viver esse amor, porque isso Amanda, só acontece uma vez.
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CONCEDA-ME SEU PRAZER
RomanceThiago Nunca fui chegada em histórias de amor, nem em grandes finais românticos. Mas quando envolvia a minha vida, a coisa era outra. Não sou um cara de meias atitudes, nem de deixar oportunidades passar. Eu sempre a quis, e eu ia ter ela pra mim...