Eu tive que aguentar a Marina me enchendo o saco, o DIA INTEIRO QUE DEUS DEU! Tá, ela não era tão ruim assim, mas ela ficava falando do Mauricio o tempo todo, tudo bem que eu também pensava nele o tempo todo.
Mas isso era eu e minha consciência, já a arara azul da Marina falando o quanto ele é legal, o quanto ele é bonito, o quanto ele ia arrasar com as chinesinhas, o quanto eu era burra, o quanto eu perdia tempo sendo orgulhosa, o quanto eu podia ser feliz, o quanto ela queria me bater... Blá blá blá. Porra eu tava quase cometendo um homicídio ali.
- Marina eu já disse que ele tem os planos dele, que merda para! – estávamos cortando os enfeites que iriam à piscina.
- Não paro. Na verdade quem tinha que parar era você. Já pensou se ele soubesse disso, ele podia te fazer feliz Marcela. – ela disse me encarando séria.
- Não, ele tem uma vida, e eu fui uma diversão. – eu rezava pra que o que dizia não fosse realmente verdade e que algo nele fosse diferente do que achava que ele era.
- E você o tratou da mesma maneira, achava que ele ia ficar se arrastando aos seus pés o rainha da cocada preta? Homem não é assim, tem que domar, doutrinar e ensinar... – ela falava como uma professora, é mole?
- Ah tá, falou a sabidona! – disse rindo da loucura dela.
- Não é sabidona não. – ela pegou as flores brancas que íamos distribuir no altar improvisado. – Eu falo o que eu vejo gata, e mais, eu vejo que se ele souber, e te pedir pra ir com ele pra China, você vai. Na verdade é tudo o que você quer, só não tem coragem pra assumir.
Eu abri a boca pra contestar, mas ia falar o que? Mentira? Que eu não queria ele? Que ele não tinha sido mais do que todos os outros tinham sido? Que se ele tivesse me convidado pra ir com ele, eu não largava tudo e ia? Caralho, ela tinha razão, tinha toda a razão, mas isso era sonho. E eu era uma trouxa, mas agora que a merda tava feita ia levar até o final.
- Bom quem cala consente, mas ainda tem tempo Ma... Vem vamos arrumar o altar... – ela me disse puxando da mesa e me levando pra fora da casa.
Fiquei remoendo a tarde e a noite inteira o que ela tinha dito, odeio admitir que to errada, mas eu tinha errado, e ele também, erros encima de erros, misturados com mais orgulho e cagadas. Sem contar que eu o amava, mas e ele?
Essa coisa de se entregar e esperar a mesma coisa já tinha me destruído uma vez, e eu não queria passar por tudo aquilo de novo. Eu ia enfrentar tudo aquilo de cabeça erguida, ia aguentar estar do lado dele e ia fazer meu papel de madrinha bem feito.
Só que agora eu precisava dormir, e muito. Estava quebrada e sonolenta. O dia tinha sido puxado, mas cada coisa tinha valido a pena. Ia ser o casamento mais fofo e meigo que tinha imaginado e sabia o quanto minha amiga merecia.
Deitei, e em questão de segundos estava perdida em emaranhados de sonhos e sensações, pelo menos neles não tinha que me manter firme o tempo todo. Mas como disse Marina, essa casa devia cheirar a confusão, ouvi ao longe alguém gritar meu nome, e algumas vozes alteradas, porra se for Marina e Amanda me acordando vou dar um soco em cada uma, odeio ser acordada no meio da noite.
Me virei e dei de cara com ele, me encarando furioso, parecendo um touro, parado ao lado da minha cama, enquanto Thiago e Amanda nos observava logo atrás nervosos e assustados.
- Que merda ta acontecendo aqui? - Disse limpando os olhos e sentando na cama.
- Eu é que pergunto Marcela, que merda você acha que esta fazendo? - ele disse baixo e rouco, confesso que vê-lo me olhar daquele jeito quase me fez mijar nas calças.
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CONCEDA-ME SEU PRAZER
RomanceThiago Nunca fui chegada em histórias de amor, nem em grandes finais românticos. Mas quando envolvia a minha vida, a coisa era outra. Não sou um cara de meias atitudes, nem de deixar oportunidades passar. Eu sempre a quis, e eu ia ter ela pra mim...