Capítulo 41 - Thiago

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Abri o olho e não vi Amanda. Nossa estava quebrado. Depois de tê-la satisfeito, eu tive meu momento de perdição, e porra, duas vezes seguidas! Gozadas fantásticas! Amanda sempre tinha esse efeito em mim, estiquei a mão e senti o gelado do novo adereço no meu dedo, a aliança era a realização de uma vida cara. Sorri pra mim mesmo, pensando em todas as mudanças que viriam, e nada me deixa abalado, na verdade me deixavam feliz pra caralhoooo!

Olhei ao redor e tava uma zona o quarto, comecei a pegar as minhas roupas e achei a calcinha da Amanda debaixo da cama enquanto puxava minha bermuda. Estranho, tá eu não sou a porra de um ginecologista, mas peraí, uma mulher grávida geralmente não usa absorvente, usa?

Tá bom, tava “limpinho” sem vestígios se você quer saber, e eu não tinha nojo de pegar na mão, nessa vida já tinha pegado na mão coisas piores! Mas era uma coisa que me deixou ainda mais intrigado, olhei em volta pensando e vi a mochila dela caída, com tudo espalhado pelo chão e o palito de plástico que já tinha visto, caído próximo de mim.

- O teste... – sussurrei, boa Sherlock.

Peguei-o na outra mão, ainda segurando a calcinha. Tá desse bagulho eu já não manjo mesmo, tinha dois risquinhos rosas nele. Isso queria dizer que eram gêmeos? Ai puta que pariu, porque mulher é tão complicada.

Ouvi gritos vindos da cozinha, e as vozes eram sem duvida de Amanda e Claudia. Droga, não achei que ela ia fazer caso disso! Logo os passos se aproximaram e a porta abriu.

Amanda abre a porta e me encara como se eu tivesse pegado, sei lá, um monstro na mão, mas caralho, eu tava tentando entender tudo aquilo!

 - Amor, eu... – estiquei pra ela as coisas que estavam em minhas mãos, parecendo um idiota ali parado com aquelas coisas absurdas na minha frente. Ela fechou a porta correndo e virou –... Acho que perdeu sua calcinha.

- Ai que merda... – ela disse tomando ambos de mim e ficando roxa de tão vermelha –... Que vergonha, que vergonha, que merda...

- Amor, relaxa, eu já sei! – disse pra ela acalmando-a, tentando a deixar confortável para me contar sobre o bebe, ou para pelo menos me explicar o sentido de tudo aquilo.

- Você sabe o quê? - Ela virou ainda segurando o teste na mão.

- Do bebê. – cheguei perto dela e sorri.

- Como você sabe? - Ela parecia em surto, quase tão enlouquecida quanto estava na hora que entrou no quarto após a discussão com a irmã.

- Ora, do jeito que andava estranha, me evitando e nervosa. Alem do que ver um teste de gravidez nas coisas da namorada quer dizer muita coisa né? - a puxei nos braços, e tentei beija-la. Mas ela se esquivou pra trás.

- Minhas coisas? - ela arregalou os olhos em total pânico e continuou – Você acha que eu to GRAVIDA?

Soltei-a e franzi o rosto, ai cacete, tá, ela ta estranha, tudo ta estranho e não achei que minha primeira manhã com minha futura esposa seria tão maluca.

- Não esta? - senti um arrepio na espinha, e não foi do jeito gostoso não.

Ela olhou o teste na mão e sentou na cama chocada. Merda, o que será que isso tudo queria dizer.

- Amanda! Será que tem como me dizer o que tá acontecendo, eu to meio... – perdido, confuso, louco, insano, curioso, querendo uma bela dose de uísque...

- Eu... Esse teste não é meu Thiago. – ela disse colocando o teste sobre a cama e me encarando seria.

- Não? - disse vendo tudo desmoronar, ai meu caralho esquerdo. Senti aquela ponta de decepção me tomar e é claro que ela viu isso também, puta que pariu, podia ser mais transparente, por favor, né?

- Não. – ela respondeu seca, mexendo na aliança no seu dedo.

Alguns minutos de silêncio e ela baixou a cabeça, enquanto eu tentava entender tudo aquilo, ela estava nervosa e esquiva esses dias, mas não era por que estava grávida, e sim porque estava menstruada, tá eu sou um jegue, ela tinha me dito alguns dias atrás que estava com cólicas, mas porra, homem não guarda essas coisas, eu mal sei o que eu comi ontem.

Mas... Se não era dela, se não estava naquele banheiro fazendo o teste, quem estava grávida era...

- Thiago... – ela disse me tirando dos pensamentos loucos. – Você mexeu na minha mochila ontem?

- Sim, eu... Querida... – me aproximei dela. Mas ela levantou e colocou uma mão entre nós.

- Thiago, acho que cometeu um erro, droga, eu tava tão fudida com tudo que tava acontecendo que não notei que você achava que eu estava grávida... – ela passou por mim puta, seguindo pra porta. – Eu, eu...

- Amor, deixa eu te explicar... – tentei argumentar, segurando seu pulso, mas ela continuou, sabia que alguma merda ia acontecer, mas não achei que fosse tão maluca.

- Não, deixa EU explicar Thiago. Não sou criança e não quero que case comigo por dó, ou obrigação, pois ficou claro que era isso que estava fazendo ontem. Eu acho que... – ela começou a tirar a aliança do dedo dela e eu corri ate ela, segurando sua mão.

- Por favor amor! Não faça isso... – a puxei pra mim e colei minha boca da dela. – as lagrimas delas desceram.

- Thiago, eu não quero que isso seja uma obrigação pra você... Tudo estava tão perfeito, eu queria isso, nós, só nós... – ela olhou tão profundamente em meu olhar, que era como se ela tentasse ver alem da minha decepção por tudo aquilo, pelo que ela ia me dizer - Não quero que fique comigo porque se sente responsável por mim. Porra... Eu... Eu nem sei se... Não sei se quero um filho, eu acho que você não vai me querer agora que sabe disso...

Claro que as palavras dela cairam como uma BOMBA em mim! Eu já estava sonhado e fazendo planos e de repente tudo não passou de um mal entendido. Eu estava em choque, estava tão perdido quanto ela, quanto a todos naquela casa. E pra me deixar ainda mais confuso, tinha alguém gritando pelo corredor.

-AMANDAAAAAAA! – era uma Marcela histérica e furiosa.

- Podemos conversar sobre isso em casa... – falei com ela ainda em meus braços, ao ver o desespero no seu olhar -... Mas nunca, NUNCA TIRE ESSA ALIANÇA do dedo.

Ela confirmou com a cabeça, e beijei sua testa após enxugar suas lagrimas.

- Tá... – ela sussurrou, e os gritos dos dois loucos que eu já sabia quem era continuavam aumentando.

- Vem, vamos apagar mais um incêndio...

Puxei ela pela mão e saímos para o corredor.


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