Capítulo 12 - Thiago

1K 61 2
                                    

Puta que pariu, o homem na minha idade não devia ter que bater uma punheta por causa de uma mulher. Porra mas a Amanda estava me testando.

Sai do chuveiro, me arrumei e fui até a empresa. Costumava muito ir lá, principalmente quando acordava de assim, pensando nos momentos que tinha com a Amanda e precisava  ocupar minha mente, evitar o pensamento, mas cada dia ficava mais difícil.

Mauricio parecia de bom humor, pra estar num sábado na empresa e ainda sorrindo.

- E aí veado, caiu da cama, ou a Marcela não quis lembrar os velhos tempos ontem?

Uma coisa, homens se tratam de forma carinhosa como veado, cusão, corno, tranqueira, retardado, bosta, trouxa e coisas do tipo, às vezes sai um “mano” ou um “brother”, mas fato é que somos muito mais felizes com nossas palavras carinhosas.

- Tenho certeza que a minha noite foi melhor que a sua! Pelo menos não fiquei batendo uma, pensando na minha priminha...

Rimos, mesmo quando me sentia mal a ele se referir a Amanda assim, sabia que era apenas uma provocação.

- Passei a noite com ela... – falei meio desolado, pensando na saída dela do meu apartamento.

- Porra, por isso Marcela tinha dito que ela tinha ido embora, pensei que ela tinha arranjado uma desculpa... E aí, já marcaram a data do casamento??? - ele ria enquanto mexia no computador.

- Ta louco, não consegui manter ela um dia inteiro comigo, quanto menos o resto da minha vida.

- Bom se ela amanheceu ao seu lado conseguiu mais que eu... – ele agora me encarava sério.

- Vai me dizer que a Marcela estava acompanhada, casada e com doze filhos??? - era assim que imaginava algumas meninas que tinham estudados com gente, principalmente as que nos esnobavam.

- Cala boca... – ele atacou um papel amassado em mim -... Não cara, ela estava... Porra deliciosa, não deu tempo nem de chegar em casa véio...

- Seu cusão, vai me dizer que pegou ela no banheiro? Que classe... - olhei pra ele sorrindo.

- Não... – ele riu de volta – Foi no estacionamento cara, porra ela estava tão gostosa e cheirosa, que meu, tive que terminar o que começamos ali e caralho, foi a foda!

- Ixi, ta ferrado cara, to vendo que já ta de quatro... de novo, mas não levou ela pra casa?

Ele parecia novamente irritado, quase tão frustrado quanto eu. Merda, será que Marcela era tão louca quanto a Amanda.

- Depois de gozar e gemer, ela simplesmente disse que precisava ir embora... Porra, ela me dispensou... – ele bateu a mão na mesa -... To parecendo uma puta usada e descartada falando né?

- Tá... – ri dele, quase sentindo os olhos encherem de lagrimas de tanto que riamos das nossas desgraças. -... Mas o foda é que sei o que tá sentindo. Acho que precisamos beber. Talvez as coisas se encaixem melhor com uma cachaça na cabeça.

- É, mas antes, precisamos decidir algumas coisas sobre a viagem pra China cara, você sabe que serão seis meses lá né?

Tínhamos fechado um novo contrato com alguns empresários chineses, e sabíamos que um de nós tinha que ir pra lá, começar a colocar algumas coisas pra funcionar. E ia levar algum tempo ate as coisas ficarem em ordem. Eu tinha decidido ir durante esse ano separado da Amanda, até a noite anterior com ela que tinha me feito querer fazer as coisas funcionarem, as coisas se acertarem, ter ela na minha vida.

Mas essa manhã ela tinha me deixado puto da vida, merda, queria coloca-la no colo e lhe dar muitos e muitos tapas. Mas na verdade se isso realmente acontecesse, acabaríamos suados, molhados e melados de nossos próprios prazeres.

Ela tinha esse poder de me fazer amá-la e odiá-la ao mesmo tempo, e pior que isso me enchia de tesão e mais ideias pervertidas.

- Vamos beber Mauricio talvez, eu encontre a certeza em uma cerveja gelada. 

CONCEDA-ME SEU PRAZEROnde histórias criam vida. Descubra agora