Ai que bosta, desde aquele jantar fatal que Mauricio tinha dado eu não pensava em mais nada, a não ser, tê-lo dentro de mim, que cacete, eu o queria demais, mais que tudo, e isso estava me enlouquecendo, porque não podia ficar assim, me proibia sentir isso, até que ele decidiu que isso seria apenas uma amizade colorida, quando ele falou aquilo, eu quase cai dura.
Sabia, todos os homens são iguais. Ele não seria diferente do meu ex-noivo, de todos os caras que só queriam sexo.
Liguei pra ele dois dias depois, porque porra, ele não deu sinal de vida após o jantar, achei tinha ate desistido de mim. Tá, eu tinha pedido isso, eu sei, mas não achei que ele ia levar ao pé da letra a história de amizade colorida. Ao menos ele ia comigo no churrasco do cunhado da Amanda, ideia da própria Amanda.
Claro, não íamos como namorados, ele tinha deixado isso claro, já que tinha o promovido a PA e agora eu seria BA dele, como tinha me dito durante nossos encontros sexuais.
- Vamos Marcela, temos que arrumar tudo. Que horas seu namorado vai passar aqui. – Amanda ainda não tinha contado pra Claudia, sua irmã mais velha sobre o namoro com o primo. Frescura no rabo, Marina já sabia.
- Namorado o caralho, ele é meu PA, e tá de bom tamanho. – olhei pra ela séria, mesmo que isso fosse uma mentira deslavada.
- PA? Aff, que eu saiba esse conceito é pra quem tem outras opções e também recorrendo a um amigo, e você não tem recorrido à outra opção que não seja Mauricio pelo que eu saiba. – ela ria enquanto guardava o biquíni na mochila.
- Cala a boca. E você que ta indo com a gente, pra que sua “irmãzinha” não desconfie que ta trepando com o priminho quase irmão? Aff, zuada.
Ambas rimos.
- Zuada mesmo, porra, esqueci-me de emendar a cartela do anticoncepcional, e to de “chico”, e odeio usar aqueles absorventes internos, é desconfortável...
- Adiantou pra você? - olhei pra ela, pensando, pois sempre menstruávamos juntas com um ou dois dias de diferença, devido à quantidade de tempo que passávamos juntas, isso é cientificamente comprovado e quase uma tabelinha compartilhada.
- Não. Na verdade veio na data certa, ainda bem que está no final, provavelmente amanhã acaba. Por quê?
PUTA QUE PARIU, peguei o calendário na porta. Comecei há contar os dias. Sabe quando você sente todo o sangue do seu corpo sumir, esvair de você, e não do jeito que eu queria, da minha vagina, como tinha que ser. PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER PORRA!!
- Merda, merda, merda, merda, merda... – comecei a andar de um lado pro outro, tentando não enfartar, fazendo as contas.
- Que foi Marcela? Tá me assustando amiga...
- Ai, caralho, eu sou uma JU-MEN-TA, uma filha da puta de uma burra, retardada...
Comecei a tremer, isso era uma brincadeira de Deus? Só podia, porra, era pra ter menstruado há cinco dias, ai caralho.
- Tá atrasado amiga! – eu falei pra ela, sentindo minhas pernas amolecerem.
- Quem, o Mauricio? - ai que eu queria estapeá-la ali.
- Não a porra da minha menstruação, eu to com ela atrasada...
Ela ficou me encarando, e eu tentando não ter um colapso. Será? Isso não podia acontecer, afinal, nós não tínhamos feito merda, a não ser aquele dia, ai cacete, aquele dia que ele esmurrou Fabio no bar, e acabei liberando geral pra ele. Não me lembro de vê-lo usar camisinha.
- Porra Marcela, você não ta tomando nada? – agora Amanda andava de um lado pro outro na minha frente e eu sentava na minha cama, tentando controlar meu sistema nervoso.
- Não, cacete, eu tenho muito enjoo, sem contar que sou fumante, saco, não quero morrer aos trinta com infarto, se bem que AI QUE MERDAAAAAA!
- Vou à farmácia aqui da esquina, comprar um teste, você faz antes de o Mauricio chegar...
Ela saiu correndo e eu fiquei lá, rodando que nem um peru tonto, quase fazendo um buraco no chão, de tanto andar no mesmo lugar. Que cacete, eu tinha que apanhar na cara, porra, trabalho na área da saúde, tinha que dar o exemplo, e não embuchar, caracoles, eu sou uma retardada de uma lesada. Eu não podia estar grávida. Fiquei mentalizando ali “desce, por favor desce, por favor desce...”, como se o poder da mente fosse tudo.
Comecei a tentar ser positiva, mas que porra de positividade que não aparece nessas horas, eu estava me imaginando, gorda, elefanta, enorme, cheia de estria, inchada, e sozinha, porque do jeito que minha relação estava com Mauricio, ele ia é dar no pé, claro que ia, como qualquer homem faria. Ai que droga, ia ter que fazer teste de DNA no programa do Ratinho. Já tava me vendo no barraco, e ele dizendo que não acreditava em mim. Cacete de pensamentos malucos.
Em pensar que eu cheguei acreditar nele naquele jantar, que podia amar alguém, que podia confiar em alguém, que ele podia me fazer feliz. Claro que era uma cena, era parte do jogo dele, e quando ele finalmente achou que tinha ganhado, mostrou quem realmente era.
A campainha tocou.
- Ahhhhhh... – me assustei – JÁ VAI.
- Prontas? - Abri a porta. OMG! Mauricio estava delicioso, ultimamente estava ficando cada vez mais gostoso, se arrumando cada vez mais, e me provocando ainda mais com essas mudanças. Eu estava de boca aberta com a imagem a minha frente. Ele tirou seus óculos escuros, me encarou por um momento. – Que foi?
Ele tinha ficado tão seco e direto desde daquele jantar, porra o sexo continuava incrível, como não era com mais ninguém, mas ele era cada vez menos carinhoso e mais pratico a cada dia que passava, como se tudo fosse apenas um jogo, e eu sabia que era, desde o começo, sonhei por um momento que finalmente tinha encontrado alguém diferente com ele, mas no fim, ele se tornou igual aos demais.
- Nada, a-a Amanda, ela deu uma saída e já vem...
- Que bosta, sabe que odeio esperar Marcela. – ele entrou e se jogou no sofá.
- Aff, larga de ser chato, aliás, “sinta-se a vontade”... - falei cheia de sarcasmo. Cada dia ficava mais irritada com ele. -... Gostaria de algo senhor, um chá, uma cerveja... Enquanto espera?
Coloquei minhas mãos na cintura e o encarei ainda mais nervosa, batendo o pé no chão, cacete, preferia o nerd que se arrastava por mim e não o gostoso, rei do sexo, escroto na minha frente que fazia tremer e suar. Ele parecia o dono da casa, jogado lá, como se fosse o bom em tudo, porra pior que ele era. Ele riu alto e levantou.
- Bom se for pra esperar, podia me dar algo mais “interessante” não acha? - sua mão apertou minha bunda e me puxou pra si. Sua boca tomou a minha com força e violência e já sentia ficar molhada. “Autocontrole Marcela, autocontrole Marcela, auto...”.
De repente senti sua mão dentro da minha calça, deslizando dois dedos na minha buceta encharcada, ai que merda, eu não conseguia me soltar, porque na verdade não queria que me soltasse, ele estava sendo tão rude e direto, mas era o Mauricio, “cale a boca e beija ele é o pai do seu filho”, odeio não conseguir desligar o cérebro.
- Amiga já comprei o teeeees... UEPAAAA, desculpa, eu... – Salva pelo gongo, quer dizer pela Amanda, que abria a porta e dava de cara com a gente quase transando ali.
- Relaxa Amanda, estávamos apenas passando o tempo, o banheiro é ali né? - Mauricio me soltou sem cerimônia e fiquei que nem uma besta parada olhando ele sair com aquele sorriso sarcástico na boca, como se não tivéssemos fazendo nada demais ali, como se não fosse nada pra ele.
- Cacete... Ele mudou mesmo amiga. – Amanda disse me tirando do devaneio.
- É, mudou e acho que não foi só ele.
- Tudo bem Marcela? - ela me deu o teste de gravidez. - Se quiser podemos ficar, eu ligo pro Thiago e para minha irmã, invento uma desculpa...
- Não, nós vamos, afinal, ele é apenas um amigo, e nada vai mudar isso... Eu faço o teste lá Amanda.
O grande problema era não que ele não tinha sido o único a mudar em toda essa história, e eu não seria a única coisa que mudaria nela.
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CONCEDA-ME SEU PRAZER
RomanceThiago Nunca fui chegada em histórias de amor, nem em grandes finais românticos. Mas quando envolvia a minha vida, a coisa era outra. Não sou um cara de meias atitudes, nem de deixar oportunidades passar. Eu sempre a quis, e eu ia ter ela pra mim...