Capítulo 24 - Thiago

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Cacete, eu sou um covarde, ela me deu espaço pra falar da viagem, sem ao menos saber, e eu dei pra trás e não falei. E o medo de ela fugir, agora que a tinha, ela era minha? E eu não podia estragar isso, merda. Ela tinha me dado uma noite maravilhosa e uma café da manhã excitante.

- Bom dia, quer dizer, boa tarde... – Mauricio era só sorriso.

- Tarde.

- Nossa senhor mau humor, dormiu com a bunda descoberta? Ou Amanda não quis brincar de médico cara?

Ele ria e sentava na minha mesa, do outro lado da sala. Nossas salas eram uma do lado da outra, praticamente unidas, mas cada um tinha seu espaço.

- Não, a noite foi... Ótima. – falei olhando pela janela, com uma caneca de café na mão e lembrando das palavras da Amanda.

- Tá, e porque a cara de cú então?

- Não contei a ela ainda... Da viagem.

- Hum, entendi. Você acha que ela vai surtar?

- Bem ela é amiga da Marcela – olhei pra ele sorrindo – existe uma possibilidade de ela enlouquecer e tentar me cortar em mil pedaços...

Rimos juntos, quebrando um pouco do gelo. Mas eu tinha que pensar em algo, eram as nossas vidas, simplesmente que estava em jogo, caralho, eu só queria que tudo fosse fácil. É pedir demais?

- Bem, vamos trabalhar, eu já coloquei o perfil da vaga de tradutor no site, tem duas entrevistas pra tarde, pode fazê-las pra mim? – disse a Mauricio.

- Claro, tem algo pra fazer?

- Sim, acho que vou ter que contar para ela antes do que tinha planejado, mas antes disso preciso me afundar no trabalho, muitas coisas atrasadas, quem sabe assim crio a porra da coragem.

Entreguei-me ao trabalho, e não vi as horas passarem, eu tinha que colocar a cabeça pra trabalhar, me ocupar, tinha tomado uma decisão, ia contar pra Amanda esta noite, como um band-aid, puxar de uma vez só. Pois teria tempo até a viagem de arranjar uma maneira de amansá-la pra que ela não me matasse, ou pior, cortasse meu pinto fora, porque essa é a maior ameaça de uma mulher, e foda, nós morremos de medo disso. Por Deus, eu estava numa sinuca de bico.

Segui para o estacionamento já era quase 22h, estava cansado pra porra, e só pensando em ter Amanda nos meus braços e ter forças para falar a verdade.

Mauricio havia me mandou uma mensagem e só vi quando entrei no carro. Ele tinha saído mais cedo, ido encontrar sua mãe para um jantar em família.

“Cara, fiz as entrevistas, marquei um horário com você na sexta, para entrevistar a selecionada juntos, o nome dela é Maria Diana Souza, abraço.”

 Esse nome me era familiar. 

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