- Marina, ainda bem que me ajudou, será que Amanda vai gostar? - estava inseguro pra porra.
- Claro que vai primo, quer dizer, cunhadinho, aí sempre achei vocês dois um casal sem vergonha delicioso... – Marina era a mais cômica das irmãs. E graças a Deus a que já sabia de nós, bem antes de Amanda contar.
- Você acha que ela vai ter coragem de contar pra Claudia? - estávamos olhando ela conversando com um mauricinho amigo do Luiz, que Marina havia me dito ser o pretendente que Claudia queria apresentar a ela.
- Bom, é bom que ela conte, antes que a Luiz tome umas e outras e ache que o cabelo de fogo engomado ali seja nosso cunhado e comece a fazer as brincadeiras de mau gosto dele, sem contar que se ela não der um jeito nisso eu acabo batendo nela. – ela riu.
Fiquei vendo o cara totalmente sem jeito, olhando para minha Amanda como se ela fosse qualquer mina em um buteco, como se ela fosse fácil, puta que pariu, ele era um zero a esquerda mesmo, fazendo aquela pose de “eu sou o foda aqui e ela tá na minha”. Cacete, quem vem para um sitio, no verão de fevereiro, com o sol estralando, com uma calça social bege e camisa de manga listrada? Esse merecia ser virgem pro resto da vida dele, se ele não fosse um né.
Tá, não quero ser cruel, mas cara pedia, ele mal sabia com quem competia. Deixei a coisa rolar, vendo ela se desesperar quando Claudia deixou os dois a sós, enquanto eu e Marina riamos do esquisitão.
Eu nem ciúmes senti, estava apenas preocupado. Quando ela disse que não queria vir comigo, aquela maldita dor de barriga de medo de ela mudar de ideia quase me fez cagar nas calças. Ela podia fugir com a surpresa que havia preparado, algumas mulheres simplesmente amariam ela, mas Amanda não é qualquer mulher e isso eu já sabia. Mas confiei na sua promessa de contar a todos que estávamos juntos. Assim podia ter certeza que tinha planejado tudo certo.
- O que vocês estão fazendo? - vi Mauricio bufando, carregando três malas enormes.
- Nada. Porra brother virou super homem? - ri dele, pegando uma das malas pra aliviar.
- Não, mas to quase virando super babaca. – ele largou as duas malas restantes no chão. – Porra, acho que não foi boa ideia vir com a maluca da Marcela, sem contar que ela ta achando que vamos passar um mês aqui no sitio? Uma mala dessas pra dois dias, aff, deve ter trago a casa aí dentro...
- Opa, esse departamento já não é meu... Meninos, nos vemos depois! – Marina saiu e foi falar com o noivo na piscina.
- Ta difícil? - falei pra ele, ajudando a levar as coisas pra dentro da casa.
- Tá impossível. Caralho, essa coisa de ser durão é mais foda do que imaginava, a Marcela ta explodindo com qualquer coisa, e o pior que o tesão só aumenta. Acho que vou precisar de terapia até a viagem, e de pelo menos umas dez fodas bem dadas nesse fim de semana pra aliviar.
Eu ri dele e da sua cara de impaciente. Entramos na casa carregando as malas.
- Isso só acontece com você, sabia. Depois eu que sou a maluca. – Marcela falava nervosa, quando passamos pela porta do quarto de Amanda.
- Ai que merda, devia tá aqui Marcela, porque você não guardou? - ouvi Amanda falando alto ao pararmos no quarto ao lado, onde ficaríamos. - Achei que você tinha guardado o teste de gravidez na sua bolsa, afinal eu tive que comprar sozinha, e você ainda tava de safadeza com o Mauricio enquanto eu me fodia de preocupação...
Marcela bufou e saiu do quarto indo em direção à gente. Fingi não ter ouvido nada até aquele momento e assim fez Mauricio, ou ele realmente não tinha ouvido.
- Ah, você tá ai... Trouxe minhas malas? - ela falou olhando pra nós extremamente irritada, agora entendia meu amigo, ela era completamente louca das ideias.
- De nada, madame... – ele disse ainda mais irritado que ela, quando ela arrancou a bolsa dela das mãos dele.
- Mas que sua obrigação, afinal quem tem sorte aqui é o Thiago não é? - não entendi o que ela quis dizer com isso, mas enfim quem entende esses dois?
Ela virou e entrou no quarto batendo forte a porta. Uau, acho que quem precisava de terapia era ela e não meu amigo, e algumas sessões de eletrochoque não seriam de todo mal.
Entrei no quarto do fundo junto com ele, e coloquei a bolsa que carregava, que era a da Amanda sobre a cama. E foi aí que parei pra pensar no que tinha ouvido. Fiquei curioso com o que elas falavam, “teste de gravidez?... Teste de gravidez... Ai CARALHO TESTE DE GRAVIDEZ!”, quando cai na real, das palavras de Amanda, senti meu corpo gelar. Minha curiosidade foi enorme, quando fui ver já tinha aberto a mochila dela, enquanto Mauricio se lamuriava como uma velha sobre Marcela.
E logo no primeiro zíper que abri, lá estava a pequena caixinha branca. A que todo cara teme que a namorada compre, ou que peça pra ele comprar.
Porra, será que eu iria ser pai? Isso explicaria porque ela não queria vir comigo, porque ainda não tinha contado a irmã, porque tinha me pedido pra nunca abandoná-la. Porque eles tinham chegado atrasados aqui, afinal ela tinha ido à farmácia, me senti um CSI praticamente juntando todas as peças em descobrir que ela tinha comprado um teste, ia fazer na casa da amiga, claro, coisas de mulher, afinal ela tinha um pânico com essa coisa de família e tals... De repente tive mais certeza do que jamais tive em toda a minha vida. Eu estava a um passo de fazer a coisa mais correta que sabia que tinha que fazer. Porra eu estava estralando de alegria.
Fechei a bolsa e a mantive como estava e deixei que ela me contasse. Afinal eu também tinha a minha surpresa, e eu teria que fazer antes que ela achasse que era por causa do bebezinho, nosso bebezinho, porra, eu VOU SER PAI.
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CONCEDA-ME SEU PRAZER
RomanceThiago Nunca fui chegada em histórias de amor, nem em grandes finais românticos. Mas quando envolvia a minha vida, a coisa era outra. Não sou um cara de meias atitudes, nem de deixar oportunidades passar. Eu sempre a quis, e eu ia ter ela pra mim...