CAPÍTULO QUATRO

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RENATO

Saio da casa da mãe do Léo chateado, não esperava essa atitude dele. Eu só queria ajuda-lo e é assim que ele me agradece? Sendo um ignorante e rude? Eu não merecia isso.

Eu entendo que ele esteja chateado com o término do namoro, mas isso não é desculpa para ficar daquele jeito. Posso até estar sendo ignorante, mas eu estou chateado de verdade, mano.

Acelerei a minha moto pelas ruas de Londrina, sabe quando você começa a sentir uma necessidade ridícula de proteger alguém, mas seu orgulho é maior e não deixa fazer tal coisa!? Era assim que eu me encontrava naquele momento, apesar de Léo ter me tratado daquele jeito eu entendo, só estou um pouco chateado, mas eu entendo.

Não é fácil terminar um namoro de mais de um ano. Eu amo meu amigo, ele é meu irmão e eu preciso descobrir o que aconteceu. Afinal, para Léo me tratar daquela forma, deve ter sido algo sério. Ainda mais considerando que ele não quis me falar e Léo me fala tudo, quer dizer, nem tudo, porque desde que ele voltou de São Paulo ele ficou meio diferente comigo.

Ele tenta agir normalmente, mas percebo que algo o incomoda. Porém ele não me fala o que é para que eu resolva de uma vez. Sou muito lerdo em perceber algumas coisas e só percebi que ele estava diferente comigo porque Thales havia me falado que Léo contou algo para ele e não para mim. E foi nesse momento que comecei a perceber que meu melhor amigo estava mudado, apesar de apenas um pouco, mas estava. E aquilo me incomodava muito, mas não queria invadir o espaço dele com isso.

A expressão de Léo chorando me parte o coração, eu nunca o vi chorando por nada. Acredite em todos esses anos de amizade eu nunca o tinha visto chorar como vi hoje. Ele estava... Muito estranho comigo desde o momento que entrei no seu quarto. Quando ele falou aquelas palavras eu fiquei em choque, ele nunca havia me mandado embora, não daquela forma. Meu amigo está passando por algo difícil que ele não quer compartilhar comigo e nem com ninguém pelo que parece.

Chego em casa arrasado com o que aconteceu hoje, assim que coloco minha moto na garagem, subo para o quarto e no caminho encontro o Eduardo, que é meu irmão.

– Renato você pode me ajudar com um vídeo? – Ele me pede.

– Posso não Edu, foi mal. Não tô com cabeça para isso hoje. – Falo e sigo meu caminho sem esperar resposta alguma dele.

Mas antes que eu suma do seu campo de visão o escuto perguntar:

– Você tá bem Reh?

Não o respondo, vou para o meu quarto e me jogo na cama. Olho para o teto e fico pensando no que aconteceu hoje.

– O que você tem Léo? – Pergunto para mim mesmo.

Pego meu celular, abro o aplicativo de mensagens, vou até o perfil dele e vejo a foto sorridente do mesmo. Decido enviar uma mensagem falando que o entendo, que estava tudo bem, que ele podia contar comigo para qualquer coisa, que ele era meu irmão e que eu o amava. Enviei a mensagem, mas ele só recebeu nem sequer leu o que eu escrevi.

Vi que a última vez que ele visualizou foi há quarenta minutos, suspiro e coloco celular ao meu lado na cama. Me sinto impotente nesses momentos em que não posso fazer nada para ajudar.

A voz de Léo ecoa em minha cabeça falando que eu não podia o ajudar, me senti estranho. Sabe aquela dor que você sente, porém você não sabe o motivo ou causa? Talvez seja o fato do meu amigo ter chorado na minha frente e eu não poder ajudá-lo. Não da forma que queria.

Se pudesse tirava a dor dele e colocava em mim para que eu também sentisse a sua dor, para o entender. Eu precisava entender meu amigo. Por que fui embora? Por que não fiquei com ele? Agora sei que tudo o que ele falou foi para me afastar. Talvez ele não queria que eu o visse tão vulnerável. Como fui burro.

Pego meu celular novamente e ligo para ele, pois eu precisava falar que eu estava do lado dele e nunca o abandonaria. No terceiro toque alguém atende, mas diferente do que pensei não era Léo e sim a mãe dele.

– Oi Renato. – Fala Joana do outro lado da linha e solto um suspiro decepcionado.

– Oi Joana, posso falar com o Léo? – Pergunto com a voz suave.

– Ele está dormindo agora Reh. Ligue outra hora, tá bom? – Fala com calma e eu xingo internamente, não ela, e sim a mim mesmo.

– Tudo bem Joana, obrigado viu. – Falo e escuto ela falar um "Tá" do outro lado da linha e desligo a ligação.

Jogo o celular com frustração ao meu lado e coloco a mão no rosto, cobrindo os olhos e vários pensamentos tomam a minha mente.

Por fim me pergunto uma coisa, o que a Nicole fez para deixar meu amigo assim? Eu preciso saber, preciso dessa reposta e eu vou saber. Me levanto da cama decidido a descobrir o que Nicole fez com meu amigo.

Eu vou descobrir o que aconteceu ou não me chamo Renato.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora