CAPÍTULO TRINTA E NOVE

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LEONARDO

Aquela desculpa que o Renato inventou para falar aos meninos foi fraca e tão hilária que pensei que os meninos não iriam acreditar, mas não pensei em uma desculpa melhor que aquela então só me restava tentar. Sorte que os meninos acreditaram, quer dizer, Thales me olhava vez ou outra como se soubesse o que, de fato, havia acontecido.

Estava com medo dele não ter acreditado na mentira que contei, a preocupação que eu estava me fazia mexer um pouco a perna e não devo dizer que isso me causou uma onda de dor na minha bunda que me fez fechar os olhos com força.

– Tá bem Léo? – Thales pergunta olhando para mim com um pouco de preocupação. Olho para ele com os olhos meio arregalados, não vou mentir em dizer que não estava com muuuito medo e vergonha deles descobrirem.

– Estou mano. – Falo nervoso, meu rosto esquentou e abaixo a cabeça. Miguel me olha estranho e sinto um aperto no estômago de tão nervoso que eu estava.

– Tem certeza, mano? – Miguel pergunta e eu assinto com um certo desespero, era por essa questão que não queria sair do quarto, eles iriam perguntar, tinha certeza. Renato seu filho da mãe, você disse que eles não iriam perceber.

– Tenho merda! – Falo meio exaltado, me levanto do sofá rapidamente e isso me faz quase gritar de dor. Meu rosto esquenta, mas não de vergonha e sim de raiva.

– Calma Léo, a gente só está perguntando se você tá bem. – Thales fala me olhando um pouco culpado e Miguel assente concordando com o Thales.

– Mas já falei que estou bem e vocês ficam insistindo, eu estou bem e ponto final. – Falo com raiva e dou as costas para os meninos que me olham sem entender nada. Vou mancando para a escada, mas encontro tia Íris, ou melhor, minha sogra. “Nossa que pensamento viu Leonardo” falo a mim mesmo.

Íris olha meu estado e franzi o cenho com certa preocupação, quando vi não tinha como fugir dela e de suas prováveis perguntas. Respiro fundo me preparando psicologicamente para as perguntas de dona Íris.

– O que aconteceu com você Léo? – Ela pergunta me olhando de cima a baixo, segurei com toda as minhas forças a vontade de revirar os olhos e suspirei. Sério, já estou me cansando disso, não sei onde Renato se meteu, mas quando o ver vou dar um bom soco naquela cara linda. Pensando bem melhor não, vou me arrepender depois que o fizer, mas ele merece e muito. Falei que não queria sair do quarto, mas aquele moreno sabe como me fazer mudar de ideia.

A minha vontade era de falar a verdade, que Renato e eu transamos e estou doído devido a Renato ter me rasgado com o pau dele, mas claro que não falei isso, afinal ainda não tenho coragem para falar que transamos. Olho para a mão de Renato e sorri de lado sem nenhuma vontade de responder a sua pergunta.

– Me machuquei na cama. – Falo sem ânimo nenhum, Íris franzi o cenho em confusão e me analisa. Sabe aquele olhar que sabe que você está mentido? Imaginem dona Íris com esse olhar e de braços cruzados me encarando como se eu fosse o pior mentiroso do mundo.

Eu senti um frio na barriga quando ela negou com a cabeça e estalou a língua entre os dentes. Engoli em seco.

– Mas machucou feio? – Ela pergunta olhando para minha perna, respiro em alívio e mostro o joelho para ela.

– Não, só machuquei o joelho que já é machucado. – Falo olhando para o meu joelho que não tem nada a ver com a situação. Por um momento pensei que iria para o inferno por estar tentando enganar todos da casa, mas é para um bem "maior" então creio que não.

– Mas como você se machucou? – Ela pergunta olhando para o meu joelho. Íris nega com a cabeça.

– Foi na cama. – Falo sem ânimo algum para responder a ela. Só queria sair o mais rápido possível daquela conversa, uma pena eu não poder correr.

– Mas como? – Ela pergunta, AI MEU DEUS EU MEREÇO ISSO, minha vontade é de gritar de tanta frustração que estou sentindo nesse momento, mas não posso explodir, não com a tia Íria.

Em meio a chateação pensei na hipótese de falar a verdade, que Renato e eu havíamos transado e que estou mancando porque provavelmente ele me rasgou, mas claro que não falei isso, até porque não sou louco. Respiro fundo para manter a calma e olho para ela.

– Eu bati a perna Íris. Agora você me dá licença que preciso fazer uma coisa no meu quarto. – Falo já passando por ela, a mesma me olha de cenho franzido não entendendo nada da minha reação ignorante.

Nossa, parecia que eu estava com agulhas na minha bunda e isso me deixou ainda mais chateado. Estou me martirizando por ter ouvido Renato e ter saído do quarto.

– O que você tem Léo? – Thaís pergunta quando chego no último degrau da escada, suspiro já cansando de todo mundo estar me perguntando isso, fecho os olhos e em seguida olho para Thaís que me olhava de cenho franzido, assim como todo mundo, menos o Renato porque ele foi o causador de eu estar mancando.

– Não foi nada. – Falo indo para o meu quarto sem dar chance da Thaís perguntar mais alguma coisa, estou de saco cheio de tudo isso. – "Eles não vão perceber." – Murmuro as palavras de Renato em pura raiva.

A verdade é que eles perceberam e perceberam muito. Não me culpem por estar chateado, tenho todo o direito de estar assim. Aquele filho da mãe do Renato me paga.

Entro no meu quarto bufando, bati a porta com força e me joguei de bruços na cama. Resmunguei de dor com o meu ato de frustação, não me arrependo de ter feito o que fiz com o Renato, mas cara o pós-sexo é horrível, acho que já falei isso. Principalmente para mim que foi a primeira vez.

Pego o meu celular e começo a ver os stories que me marcaram, vejo muitos comentários sobre o vídeo em que falei sobre minha sexualidade, como já disse uma vez alguns apoiavam e outros não. Mas não liguei nenhum pouco para a opinião daqueles que não me apoiam, não sobrevivo a custa deles.

Não sei quantos minutos depois, eu estava quase dormindo com o celular na mão, escuto alguém bater na porta e suspiro não querendo conversa com ninguém agora.

– Quem é? – Pergunto sem ânimo algum na voz e nem me dou ao trabalho de olhar para quem acabou de abrir a porta.

– Posso entrar? – Escuto Renan perguntar, faço um murmuro afirmando que sim e ele senta ao meu lado. – Você tá bem? – Ele pergunta me olhando com cautela.

– O que você quer Renan? – Pergunto sem olhar para ele, meu amigo suspira e olho de soslaio para o mesmo.

– Tudo bem se conversarmos um pouco? – Ele pergunta me olhando com uma sobrancelha erguida, olho para ele sem muito interesse.

– Sim. – Falo desligando a tela do meu celular e o olho. Renan sorri de lado.

– Em primeiro lugar me desculpa por falar isso, mas sei que você perdeu o lacre. – Ele fala me olhando sério, olho para ele em pura confusão.

– Que lacre, louco? – Pergunto o olhando nos olhos, vejo ele suspirar e me olhar com uma certa vergonha.

– Fico sem jeito de falar isso... Mas eu sei que você e o Renato... Transaram. – Fala sem jeito e com uma coloração vermelha no rosto, arregalo os olhos e sinto o desespero tomar de conta de mim.

– O quê?

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora