RENATO
TRÊS DIAS DEPOIS– Você está muito nervoso? – Pergunto olhando para Léo que estava tremendo, estávamos sentados na cama no meu quarto, são exatas 13:00 da tarde e hoje Léo tomou uma decisão de que queria falar para os pais dele.
Ele chegou comigo alguns minutos atrás dizendo que estava decidido a falar para os pais dele que estávamos juntos e eu, claro, fiquei muito feliz, afinal precisávamos que os pais dele soubessem para eu poder fazer a surpresa.
Na verdade, eu já meio que iria fazer uma cobrança de leve em relação a isso, na verdade iria fazer uma pequena sujestão, mas não foi preciso. Léo falou também que já tinha pensado nisso depois daquele episódio ruim em que ele ouviu uma conversa minha com a minha mãe e interpretou errado.
– Eu estou cagando de medo, Renato. – Fala me olhando temeroso, pego em suas mãos que estão frias de tão nervoso que ele estava.
– Nossa Léo, calma. – Falo apertando as mãos dele de leve para lhe transmitir apoio, ele suspira para se acalmar. – Você me falou que sua mãe iria apoiar você nas suas escolhas, certo? – Pergunto olhando para ele que assente em concordância, eu o entendo, afinal eu já passei por isso. É horrível em todos os sentidos, principalmente na sua mente porque você pensa mil e uma reações, aceitações e negações por parte da família.
– Mas o que me preocupada não é a minha mãe e sim meu pai Renato, ele ficou puto com você pelo que você falou para mim naquele dia em que nós brigamos, ele não demonstrou naquele dia, mas ele ficou puto. – Ele fala me olhando preocupado, lembrar do dia em que brigamos feio me fez abaixar a cabeça principalmente por causa das minhas palavras. Léo me faz olhar para ele. – Hey, já passou. – Fala me olhando com carinho vendo que eu fiquei desconfortável.
Saber que Sandro ficou com raiva de mim por causa da burrada que eu fiz a primeira vez, me deixou com um certo medo. Não sabia que ele tinha ficado desse jeito e suspiro olhando para o loiro a minha frente.
– Eu sei que é difícil, mas eu vou ficar do seu lado o tempo todo. Vou dar apoio para você. – Falo o olhando no fundo dos olhos que suspira de olhos fechados e em seguida me encara decidido.
– Tudo bem então, vamos lá. – Fala se levantando da cama e me puxa junto consigo. Sorri de lado e o puxei para um abraço apertado dando um beijo em seu pescoço.
– Vamos então. – Falo com um sorriso entusiasmado, Léo suspira mais uma vez e saímos do quarto de mãos dadas. A propósito todos aqui da casa já sabem, todos os nossos amigos e, nossa, isso foi um alívio do caramba para cada um de nós. A reação do Diego foi a melhor, ele ficou parado olhando de mim para o Léo com um sorriso descrente, Diego perguntou se era de verdade e claro que Leonardo, os meninos que já sabiam e eu afirmamos, mas ele só acreditou vendo e foi o que fizemos.
Nossa, a cara dele quando viu Léo e eu nos beijando na frente de todo mundo, sim, todo mundo porque o Miguel, o Felipe, a Thaís, a Lara e o resto que vocês já sabem estavam ali. Minha irmã ficou de boca aberta por longos minutos, Miguel fez uma cara de nojo, Felipe assistiu tudo aquilo com um sorriso quase que desacreditado, Lara ficou meio em choque e bem, o Diego arregalou os olhos e olhou para nós dois como um idiota por um longo tempo, mas tivemos o apoio de todos.
Esse foi o mais legal, não que fosse mudar alguma coisa se eles não apoiassem, mas é sempre bom ter apoio dos amigos e da família, não é? Deixa as coisas mais leves.
– Onde vocês estão indo? – Meu irmão pergunta ao nos ver indo para a garagem, ainda estávamos de mãos dadas e o Léo ainda estava tremendo e estava com as palmas das mãos geladas. Olhamos para o Eduardo.
– Vamos na casa dos pais do Léo. – Falo apertando a mão do meu bebê, o mesmo assente olhando para o meu irmão que sorri para nós.
– É o que eu estou pensando? – Eduardo pergunta me olhando e depois olha para o Léo com uma certa expectativa, franzi o cenho e dei de ombros.
– Depende do que você está pensando. – Léo fala e morde os lábios nervoso os deixando ainda mais rosados e chamativos.
– Vocês vão falar para eles? Sobre vocês, eu digo... – Meu irmão pergunta me fazendo suavizar a expressão, Léo assente e o meu irmão sorri empolgado. – Nossa mano, então boa sorte para vocês. – Completa nos abraçando, Léo assentiu com um sorriso nervoso, eu bati nas costas do meu irmão quando o mesmo me abraçou e assim fomos para a garagem.
– Estou muito nervoso, Renato. – Léo fala assim que entramos no Porsche, ele estava tenso era evidente, peguei em seu ombro e o olhei.
– Vai ficar tudo bem, relaxa. – Falo para o acalmar, mas a verdade é que eu estou um pouco nervoso também e não quero que ele veja que eu também estou nervoso porque senão ele vai ficar pior e não quero que o loiro fique inseguro. Léo inspira e expira para se acalmar e assente me olhando.
Dou um selinho nele que retribui e assim seguimos nosso destino em direção a casa dos pais do Léo. O caminho todo eu ia conversando com o Léo para ele não ficar tão nervoso, mas quanto mais nos aproximávamos da rua em que os pais dele moravam o garoto ao meu lado mexia a perna freneticamente, roía as unhas e as vezes ficava pálido como um papel. Por um momento achei que ele iria passar mal.
– Tudo bem Léo? – Pergunto olhando para ele que estava encarando a paisagem com os olhos perdidos, o loiro assente incerto sem me olhar. Eu entendo o medo dele e fico preocupado. – Se você quiser voltar não tem problema. – Falo, mas dentro de mim eu desejei que ele não pedisse isso, Leonardo me olhou pensativo por um instante e negou com a cabeça.
– Não, eu preciso que eles saibam e não seria justo com você já que falou para os seus pais. – Ele fala me olhando com os olhos firmes, mas ainda assim eu podia ver medo, apreensão e nervosismo em seus olhos, embora a firmeza estivesse presente ali também.
Sorri com o que ele falou, meu peito chegou a aquecer com a sua fala, por um momento achei que ele iria pedir para voltarmos e falo com seriedade para vocês que ficaria um pouco chateado, mas iria respeitar até porque é tudo no seu tempo.
– Tudo bem então. – Falo e acelero o carro para chegarmos logo ao nosso destino, fui o resto do caminho todo com a mão segurando a do Léo.
Quando chegamos na casa dos pais de Leonardo, o mesmo me olhou preocupado, mas logo se recompõe e puxa o ar devagar para se acalmar. Quando sua mãe abre a garagem para entrarmos já nos recebe com sorrisos e abraços.
– Oi meninos, que bom ter vocês por aqui. – Joana falou com um sorriso nos olhando e franziu o cenho para Léo que estava com o medo e nervosismo estampado no seu rosto. – Que foi Leonardo? Você está bem? O que aconteceu? – Pergunta indo até o filho e o analisando de perto, Léo nega com a cabeça.
– Não aconteceu nada mãe. – Ele fala olhando para ela que me olha em questionamento, engoli em seco. Tudo bem, eu estou nervoso para caralho, mas não posso me entregar ao nervosismo.
– O que você tem? Por que você está assim então? – Joana começa a perguntar novamente com uma preocupação evidente em seu rosto, suspiro ao ver Léo abrir e fechar a boca tentando falar alguma coisa, mas suas palavras morrem na garganta.
– Joana, precisamos conversar com você e o Sandro. Ele está? – Pergunto olhando para ela que franze o cenho, olha para o Léo e depois para mim em questionamento e confusão.
– Está, por quê? O que aconteceu gente, vocês querem me matar do coração? – Joana fala nos olhando, Léo suspira e me olha.
– A gente precisa conversar com vocês um assunto bem sério. – Léo fala olhando para a mãe que franziu o cenho ainda mais para o filho, vejo Léo engolir em seco e me olhar. A mãe dele nos olhou novamente, mas assentiu
– Vamos para dentro. Vamos conversar na sala.
Engoli em seco totalmente apreensivo com aquela conversa, mas dentro de mim algo me alertava que naquela tarde eu podia não gostar do que estava por vir, por favor que esse alerta esteja enganado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)
RomanceLeonardo e Renato tem uma amizade de longa data, ambos sempre foram confidentes um do outro. Para Renato aquela amizade não passava de amor fraterno, de irmandade, porém para Léo a coisa é bem diferente e mais complicada. Ao longo de tantos anos de...