CAPÍTULO OITO

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RENATO

Meus amigos me olham sem falar nada, Léo arqueia uma sobrancelha em minha direção. Eles pareciam pensar na possibilidade. Esse pensamento me veio à cabeça de uma hora para outra e resolvi comigo mesmo que era uma boa ideia.

Assim Léo iria se distrair da traição que passou. Meu amigo merecia sair e se distrair um pouco, tenho certeza que ele não saiu da casa dos pais todo esse tempo. Por mais que os meninos não fossem, daria um jeito de lavar Léo nem que fosse pelas orelhas.

Ele já ficou na fossa por muito, muito tempo. O que me doía era saber que ele passou por tudo isso sem minha ajuda, quer dizer, nossa ajuda. Minha e dos meninos.

– Acho que não vai dar para mim Reh. Tenho filha viado. – Thales fala me olhando com olhar de desculpa, ele é o único de nós que é casado e tem uma linda filha, o mesmo não mora de fato com a gente na nossa casa, mas sempre quando dar está lá, afinal ele também grava vídeos. Eu o entendo e não o julgo, afinal ele é casado e muito bem casado. Tamires é uma ótima esposa. Olho para os outros três meninos, que se entreolham.

– Não tenho nada marcado para hoje. – Eduardo fala dando de ombros. – Então, por mim tá de boa.

– Por mim também. – Renan fala olhando para Léo e acompanho o seu olhar. Léo parecia indeciso, dava para ver em sua expressão que ele estava tendo uma luta interna. Ele morde os lábios rosados e esse ato me faz olhar para sua boca avermelhada por alguns instantes, engoli em seco e voltei meu olhar para seus olhos, após me dar conta do que estava fazendo.

Léo olha de mim para Renan e de Renan para o meu irmão. Thales estava assistindo a série novamente, mas vez ou outra dava uma espiada em nós.

– Vamos Léo, você precisa sair viado. – Falo tocando na sua coxa e sinto ele tensionar o corpo, o que me faz franzi o cenho. Léo limpa a garganta.

– Vamos Léo, aceita logo mano. – Meu irmão fala balançando o mesmo pelos ombros e isso faz nossos corpos se tocarem e sinto um choque quando sua pele toca na minha. Sabe aquele choque bom que percorre seu corpo quando você toca em alguém? Foi exatamente assim. Mas deve ser pelo fato de que Léo é meu amigo.

– Tá bom, eu vou. Eduardo, peste, para de me balançar. – Fala meio desconfortável e se afasta um pouco de mim, acho que ele também sentiu o mesmo que eu porque me olhou meio estranho.

Nós comemoramos bastante e acabamos fazendo uma guerra de travesseiros, o que fez uma bagunça no quarto do Léo. Mas pelo menos ele estava gargalhando e me dei conta de que sentia saudade daquela gargalhada meio escandalosa que só ele tem.

Em meio aquela guerrinha de travesseiros reparei no brilho dos olhos do meu amigo, a forma como ele ficava passando a língua nos lábios e Renan me deu uma travesseirada na cara.

– Acorda o bobão. – Fala enquanto me recupero da porrada na cara e, como gosto de ser dramático, faço um pouco de drama.

– Você me cegou Renan. – Falo com uma cara de dor e a mão nos olhos.

– Nem acertei com força Renato, deixa de mentira. – Fala com tom brincalhão.

– Não para, é sério viado. – Falo, mas vocês e eu sabemos que é mentira. Léo me olha preocupado.

– É sério? – Renan e Léo perguntam em uníssono.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora