CAPÍTULO DEZESSEIS

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RENATO

No meio do vídeo em que Dayana e eu estávamos gravando, Eduardo e Thales invadem meu quarto fazendo a maior bagunça. Dayana e eu gargalhávamos com as doideiras que Thales falava e meu irmão nos acompanhava.

– Espera aí seus filhos da mãe, tenho algo para falar. – Digo tentando os parar e por sorte eu consegui.

– Então fala mano. – Thales fala me olhando e depois olha para Dayana.

– Você enrola um monte Renato. Fala logo que até eu tô curioso. – Edu fala me balançando pelos ombros. Olho para Dayana e ela me olha de volta com um sorriso de lado. Faço suspense por um tempo.

– Dayana e eu estamos namorando. – Falo e meu amigo e irmão olham de mim para Dayana. Meu irmão parece não acreditar e Thales me olha todo empolgado.

– Huuuum, tá namorando. Renato tá namorando, Renato tá namorando. – Thales começou a gritar e eu olho para câmera rindo. Eduardo balançou a cabeça como se tivesse saído de um transe.

– Parabéns irmão. – Fala com um sorriso forçado. Me cumprimenta e logo depois a Dayana.

– Pois é gente, Dayana e eu estamos namorando há um tempo. Alguns de vocês já haviam descoberto porque vocês são muito espertos. A gente tenta esconder algo de vocês, mas vocês são muito inteligentes e percebem as coisas facilmente. Fala alguma coisa Day. – Falo olhando para câmera e logo a minha namorada começa a falar.

– Pois é gente, já faz um tempinho em que estamos namorando. E comentem aqui embaixo se vocês já sabiam ou desconfiavam. A gente quer saber a opinião de vocês galerinha. – Fala, me olha, a olho de volta e sorrimos um para o outro. A abraço e sinto seu cheiro, Thales e Eduardo começam a fazer uma algazarra no meu quarto.

Falamos mais algumas coisas no vídeo, perguntei o que os meninos achavam e recebemos aprovações. Nesse vídeo sorrimos muito e por fim dou um selinho na Dayana para finalizar o vídeo, porém mais uma vez meus pensamentos são tomados pela imagem de Léo. Ali revivi a sensação que vivi no banheiro da boate, mas não era a mesma coisa pois no lugar do Léo estava Dayana e o beijo foi totalmente diferente, Dayana estava meio relutante, enquanto a Léo se entregou ao momento.

“Para de pensar isso Renato!” me repreendo e finalizo o vídeo. Mas sinto um peso no peito que me incomoda tanto que até me irrita.

– Cadê o Léo que não vi ele o dia todo? – Edu pergunta e dou de ombros, eu sei onde ele está nesse momento, mas não quero pensar muito sobre ele.

– Talvez esteja no quarto dele. – Falo dando de ombros e meu irmão assente.

– Vou ver, quero falar com ele. – Fala já saindo do meu quarto, Thales também sai e ficamos só Dayana e eu. Fico olhando para a porta por um instante.

– Você tá bem? – Ela pergunta tocando no meu ombro e a olho com carinho.

Não queria que ela percebesse que eu não estava legal, por isso a abracei e beijei seu rosto.

– Tô sim, só um pouco nervoso do que vão falar. – Falo rindo de nervoso e ela ri negando com a cabeça.

– Vai ficar tudo bem, tem bastante gente que nos apoia. – Fala ela fazendo carinho no meu rosto. Tomo iniciativa, porque eu precisava provar para mim mesmo de quem eu realmente gostava e tirar aquele beijo da minha cabeça. A beijo com calma e deixo que ela aprofunde o beijo. Logo começamos a nos beijar de verdade e a puxo para mais perto de mim colando nossos corpos. O beijo é calmo, mas lembro do beijo bruto que dei em Léo, foi forte, profundo e ele se entregou em meus braços. Dayana me empurra quando a aperto em meus braços.

– Calma. – Ela fala com um sorriso desconfortável.

– Tudo bem desculpe. – Falo desconfortável, porque em meio aquele beijo lembrei do corpo de Léo ao meu. DROGA, não consigo tirar isso da cabeça. Isso não é para mim.

– Melhor eu ir agora, marquei de fazer uma coisa com minha irmã. – Ela fala pegando suas coisas de cima da cama.

– Tudo bem, mande mensagem quando chegar em casa, tá? – Falo dando um selinho nela e a mesma assente.

– Pode deixar, até amanhã... Amor. – Fala ela com um sorriso travesso e sorri de volta, mas dentro do mim aquela palavra causou um embrulho no estômago.

– Até. – Falo somente e lembro de levá-la até o portão. – Deixa eu te acompanhar até o portão. – Falo colocando meu boné na cabeça.

Descemos juntos para a garagem, não encontrei ninguém na cozinha o que quer dizer que os meninos estão na sala de jogos. Será que Léo está com eles? Lembro-me que Renan entrou para o quarto do Léo, mas sinto um aperto no peito ao pensar certas besteiras. Renan estava muito interessado em falar com Léo isso não é bom. Nunca é.

– Tchau pequena. – Falo dando mais um selinho em Dayana e a mesma retribui.

– Tchau. – Fala e entra no seu carro. Abri o portão para a mesma e logo ela ruma para sua casa. Suspiro e vou para a sala de jogos com os meninos, queria muito que Léo não estivesse lá para que eu não possa olhar em seu rosto, pois eu me sentiria um merda. Sinto um frio no coração com a ideia de ter que olhar na cara de Léo novamente.

Vou andando como se não tivesse acontecido nada demais, porém por dentro eu estava nervoso como nunca antes. A ideia de ver Léo junto com os meninos e ver que o deixo triste me parte o coração. Lembro-me de sua reação hoje pela parte da tarde quando nos encontramos no corredor dos quartos e dos seus soluços dentro do quarto, sozinho.

Entro na sala e vejo todos ali reunidos, inclusive, justo quem eu não queria que estivesse. Léo está gargalhando de algo que o Thales havia falado, já falei como ele fica lindo quando sorri?

Eu sorrio de lado ao ver ele tão descontraído assim.

– Olha lá o novo atado da casa. – Meu irmão fala apontando para mim, os meninos começam a me zoar, quer dizer, Thales, Eduardo e Renan porque o Léo nem se dá ao trabalho de olhar para mim.

– E aí seus veados? – Falo me sentando ao lado de Léo, sim sou um ser humano horrível, mas senti vontade de sentar ao lado dele. Principalmente porque Renan está com os braços por cima dos ombros dele.

Léo olha para Renan não demonstrando nenhuma reação ao fato de eu estar sentando ao lado dele, ergo as sobrancelhas com a intensidade com que eles se olham. O que está acontecendo?

– Fale para gente como está esse coração depois que se assumiu, mais leve? – Thales pergunta e de canto de olho vejo Léo sussurrar algo no ouvido de Renan e o mesmo coloca sua mão na coxa de Léo. Que porra é essa? Até um momento atrás Léo estava chorando e agora está com maior intimidade com o Renan?! Mano que porra essa, velho? Sinto meu coração acelerar e sinto uma vontade de separar aqueles dois.

– Ah mano tá de boa, mais tranquilo com certeza. – Falo, porém minha mente grita: MENTIRA.

Os meninos começam a tirar sarro da situação, Léo levanta do meu lado e passa para o outro lado. Ergo uma sobrancelha, sem perda de tempo Renan passa seus braços pelos ombros de Léo novamente. Mano que porra? Será que não dá para eles pararem? Respiro fundo com aquilo, comecei a balançar a perna incomodado com aquilo.

Léo encosta a cabeça no ombro do Renan, a não mano isso já foi demais, olho bem para eles. Aquele aperto e desconforto no peito aumentando, tento voltar minha atenção para o que o Thales está falando, mas Renan começa a fazer carinho no cabelo do Léo. Puta que pariu, não dá mais. Olho para eles de cenho franzido e uma carranca.

– Que porra é essa?

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora