CAPÍTULO DOZE

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RENATO

Não consigo me concentrar em absolutamente em nada, minha mente está uma confusão total. A lembrança do Léo me beijando se repete várias e várias vezes na minha mente.

Ao vê-lo tiraria essa dúvida, tinha em mente que precisava conversar com ele sobre o que aconteceu.

Por que ele me beijou? Precisava saber. Toda vez que fecho os olhos lembro do que meu amigo fez.

A sensação dos seus lábios macios junto aos meus me faz morder os lábios e tocar os mesmos. A forma como aquilo aconteceu me deixou em choque total, mas não vou ser hipócrita e dizer que não gostei. Por que sim eu gostei bastante. Eu aprofundei no beijo o puxando para mais perto de mim.

Meu coração acelera só de lembrar o quanto Léo estava entregue aquele momento. Sinto uma satisfação crescendo em meu peito, toda vez que lembro dos lábios rosados de Léo nos meus sinto um frio na barriga e um arrepio na espinha.

Não sei porque Leonardo fez isso comigo, talvez ele goste de mim ou simplesmente tenha feito no calor do momento. Eu estou tão confuso, não sei o que pensar em relação a isso. Léo nunca havia me beijado, não de verdade que nem ontem. Já tivemos muitas brincadeiras em que ele tentava me beijar.

Mas eram só brincadeiras, não entendo ou simplesmente não quero acreditar que meu amigo gosta de mim de outra forma. E o pior é que eu desejo repetir aquilo. Minha mente trabalha rápido em relação ao Léo. A vontade de unir meus lábios com os dele novamente me dá medo.

Isso não é certo, somos amigos a mais de treze anos e talvez isso só seja coisa do momento. Talvez Léo só esteja assim porque está com o ego ferido devido a traição e resolveu fazer uma loucura.

Mas não tira o fato de, por que comigo? Eu não entendo porque logo comigo ele fez isso. Lembro também daquele homem tentando o beijar e sinto um desconforto no estômago. Eu não aguentaria ver meu amigo beijar aquele cara. Foi por isso que tomei aquela atitude.

Léo e eu nos encontramos no corredor dos quartos e eu paralisei. Lembra que eu disse que iria conversar com ele sobre o ocorrido? Pois é, a ideia evaporou da minha mente assim como a quase coragem que tinha.

Ver ele ali me fez o olhar de cima a baixo e lembrar de cada detalhe da noite passada. Como ele ter ficado estranho comigo depois que falei que Dayana iria com a gente.

A Dayana, eu não podia fazer isso com ela. Ela não merece isso, o que ela vai achar de mim? Não suportaria perde-la para uma bobagem. Léo me olha com estranheza por um instante.

Nossos olhos se encontram, o receio e medo dele lembrar me fez parar como uma estátua no lugar. Sinto um desconforto muito grande por estar o olhando e a vontade de o beijar volta me fazendo olhar para os seus lábios rosados.

Mas logo vejo ele arregalar os olhos como se estivesse lembrando do que aconteceu ontem à noite, sinto meu coração bater mais forte no peito. Vejo os olhos de Léo ficarem cheios de lágrimas, isso parte meu coração. Tento falar algo, mas a falta de coragem e a vergonha não deixam.

Léo abaixa a cabeça com o rosto vermelho de vergonha. “Ele lembrou, droga ele lembrou!” falo comigo mesmo em pensamento. Sem me olhar ele corre para o seu quarto e eu desperto daquele estupor. Me sinto confuso e culpado.

Vou até o quarto do meu amigo porque eu precisava falar com ele e entender porque ele me beijou, mas quando vou bater na porta escuto um soluço e paro com a mão no ar. Não deixo de me sentir culpado pelo que está acontecendo, afinal, eu também estou errado porque correspondi aquele beijo.

Tomo coragem para bater na porta, porém escuto mais um soluço sofrido que me faz fechar os olhos e encostar a testa nela. Não encontrava coragem, a vergonha não me permitia entrar. Meu amigo estava chorando, mas fui covarde e virei-me para sair dali.

Volto para o corredor dos quartos com um peso no coração. Não consigo esquecer daquela noite e isso está me deixando maluco. Não posso ter gostado tanto assim disso.

Tenho fãs e o Léo também, o que eles iriam pensar sobre isso? Não, isso é muito errado. Não posso perder tudo por causa de um beijo. Sou tomado por medo e insegurança. Não posso, não devo e não irei fazer o que sinto dentro de mim. Léo ter me beijando despertou algo em mim, mas não posso deixar isso acontecer.

Volto para o meu quarto e sento na cama pensativo, não quero machucar meu amigo, mas também não quero machucar minha namorada, ela não merece isso. Vários pensamentos tomam minha mente me deixando desesperado.

E em meio ao desespero pego meu celular e busco pelo contato de Dayana. Sem hesitar ligo para ela. A mesma me atende no quarto toque e sem deixar que ela fale uma única palavra falo:

– Alô Dayana? O que você acha de oficializarmos nosso namoro?

Sei que isso vai machucar meu amigo, porque me dei conta que eu fui cego esse tempo todo e não percebi que meu amigo estava... apaixonado por mim.

Me desculpe Léo, mas não consigo conviver com isso. Sinto uma dor aguda no peito e uma vontade de gritar, mas me contive. Mais uma vez me desculpe Léo, mas não posso corresponder a esse seu sentimento.

– Tem certeza Renato? – Dayana me pergunta do outro lado da linha, fico calado por um instante e penso em tudo e nada ao mesmo tempo.

– Sim, tenho. Quero mostrar minha namorada para os meus fãs já está na hora, não acha? – Pergunto e sinto meu coração doer e uma vontade de chorar.

– Se está tudo bem para você, para mim também. – Ela fala, mas não consigo comemorar. A única coisa que sinto é tristeza.

– Tudo bem, então vamos gravar um vídeo juntos. Pode ser hoje? – Pergunto meio desesperado.

A cada palavra que saía da minha boca sentia meu peito doer. Sabe aquela dor na alma? Que você sabe que está fazendo a coisa errada, mas mesmo assim você faz porque é o melhor para você?

Eu nunca senti aquela dor, mas não podia deixar algo tão simples acabar com tudo o que construí e batalhei tanto para ter. Léo teria que me entender. Porque eu não posso fazer essa vontade que cresce no meu peito.

Se Léo realmente gostasse de mim ele iria entender e me deixar ser feliz ao lado de Dayana. Só estava pensando que, se ele gostasse de mim, aquilo iria doer. Mas era preciso.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora