CAPÍTULO QUARENTA E CINCO

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LEONARDO

Renato estava meio que, podemos dizer que, nervoso, não sei se pelo fato de ser Dayana ou qualquer outra coisa. Mas ele estava nervoso e isso eu podia perceber.

Estou muito tranquilo em relação a tudo isso, não vou com o intuito de nada nesse "encontro". Não sabemos o que esperar, creio que seja também um dos motivos para Renato estar tão nervoso.

Eu não esperava que ela enviasse mensagem querendo ver o Renato tão cedo, mas pelo visto me enganei. Estou pensando mil e uma coisas para o motivo desse encontro, mas nenhuma é concreta.

Meus pensamentos não paravam por nenhum segundo, olhava para a paisagem e tentava a todo custo chegar a uma conclusão do porquê esse encontro, vários pensamentos ruins me vinham a cabeça.

– Léo, você está bem? – Renato pergunta ao meu lado, ele me olha por um instante, estamos parados no sinal e eu o olho de volta.

– Estou bem, e você está? – Pergunto olhando para ele com uma sobrancelha erguida, Renato suspira e dá partida no carro.

– Estou só um pouco nervoso não vou mentir. – Fala olhando para a rua, assenti com compreensão, não o julgo eu no lugar dele também ficaria do mesmo jeito.

– Só não tenta pensar muito sobre isso. – Falo tocando no seu ombro, ele me olha rapidamente e sorri de lado.

Olha eu falando para ele não pensar muito nisso e estou com um milhão de pensamentos sobre, meio hipócrita eu sei.

– Vou tentar bebê. – Ele fala me olhando com um sorriso de lado e sorri de volta.

O resto do caminho foi um silêncio agradável, quer dizer, silêncio entre nós porque Renato havia colocado uma música bem bacana para escutarmos. Aquilo me ajudou um pouco a esquecer para onde estávamos indo e quem iríamos encontrar.

Mais alguns minutos dirigindo e já podíamos ver o shopping em que Dayana nos esperava, quer dizer, esperava o Renato porque eu serei a surpresa. Ela sabe sobre Renato e eu, mas não contou nada a ninguém, quer dizer pelo menos eu acho que não contou.

Ela é esperta e como já falei mostrou um lado nada gentil quando me agrediu verbalmente, os mais calmos são os piores quando ficam com raiva. Por um momento pensei que ela estava planejando algo, não posso afirmar isso, mas não vou abrir mão da minha suspeita.

– Chegamos Léo. – Renato fala me tirando dos meus pensamentos, balanço a cabeça e olho para ele que aponta para a entrada do shopping onde Dayana estava com os braços cruzados nos esperando.

Olho para ele novamente e o mesmo me olha intensamente, engoli em seco e passei a língua nos lábios, Renato olha para minha boca e franze os olhos. Ele me beija com vontade causando uma sensação de segurança, arrepio no corpo, pernas bambas e as borboletas na barriga. Não canso de dizer que a cada beijo que Renato me dá sinto essas sensações.

São maravilhosas, me faz suspirar com o carinho que sinto através dos seus beijos, não consigo controlar tudo isso. É tão bom e verdadeiro que me faz duvidar se as vezes é realmente real. Desejei Renato por muito tempo, mas agora que está acontecendo o que achei que nunca iria acontecer é meio difícil não achar que estou sonhando.

Mas felizmente não estou, Renato está realmente me beijando, ontem nós transamos e hoje temos um desafio, porque vejo Dayana como um desafio. Renato "namorou" com ela por algum tempo e não posso dizer que ele não gostava dela, porque o moreno realmente gostava. E ela gostava dele também. Agora que chegamos um nervoso começou a querer se fazer presente em mim, mas respiro fundo.

– Vamos? – Ele pergunta me olhando no fundo dos meus olhos e eu assinto.

– Vamos. – Falo e dou um selinho nele antes de sairmos do Porsche. Dayana andava em nossa direção, a olhei de cima a baixo, estava muito bem vestida e isso me fez arquear uma sobrancelha.

Ela olhou para o Renato com um sorriso no rosto, mas quando me olhou esse mesmo sorriso sumiu, quando me viu até os seus passos ficaram lentos. Sorri de lado para ela, meio debochado mesmo porque eu posso.

Renato e eu damos a volta no Porsche e esperamos ela chegar até nós, fiquei bem perto do Renato e ele colocou o cotovelo no meu ombro. Dayana chegou onde estávamos com uma cara nada boa.

– O que ele faz aqui? – Ela pergunta com uma sobrancelha erguida e uma expressão séria, olho para ela com as sobrancelhas levantadas e a minha melhor cara de desinteresse. Olho para Renato que a olhava com o cenho franzido.

– Ele tem nome e eu o trouxe porque depois disso que vamos fazer com você, nós DOIS vamos ao cinema. Então é melhor ser rápida. – Renato fala me surpreendendo, Dayana olha desacreditada para mim e depois para Renato. Mas logo se recompõe e suspira.

– Tudo bem, me desculpem pela forma como estou agindo com vocês, mas é que é meio difícil para mim ainda. – Fala nos olhando, não vou ceder na primeira demonstração de "arrependimento" dela, não sou idiota. Renato e eu nos olhamos e Dayana nos esperava com os olhos cerrados.

– Vamos? – Ele pergunta para ela que assente, fomos em direção a entrada do shopping. Só queria que isso acabasse e que ela fosse logo embora para que Renato e eu pudéssemos aproveitar como havíamos falado. Tem filmes bacana em cartaz.

– Vamos na lanchonete? – Dayana pergunta olhando para Renato e depois para mim e dou de ombros.

– Pode ser. – Renato fala dando de ombros também, ele toca meu braço discretamente, sinto um certo medo porque havia muitas pessoas ali que nos conheciam, olho em aviso para ele que assente e seguimos os três para a lanchonete.

Quando chegamos, sentamos em uma mesa um pouco afastada das outras, Renato sentou ao meu lado e Dayana a nossa frente. Logo um atendente pergunta o que iríamos querer. Dayana começa pedindo um milkshake de chocolate, um hambúrguer e uma porção de batata frita.

– Quero somente um milkshake de morango, por favor. – Falo para o atendente que assente escrevendo o pedido, Renato me olha de cenho franzido.

– Tem certeza que quer só isso? Você tá bem? – Ele pergunta me olhando de cima a baixo, sorri negando com a cabeça e Dayana nos olha com um sorriso de lado.

– Tenho, claro que estou bem só não estou com muita fome. – Falo dando de ombros, Renato arqueia uma sobrancelha e logo depois cerra os olhos. Dou mais uma vez de ombros e ele olha para o atendente que estava esperando.

– Vou querer um hambúrguer duplo, um suco de laranja, uma porção de batata frita e para finalizar um milkshake de baunilha. – Renato fala, Dayana e eu olhamos para ele com os olhos meio arregalados. – Que foi? – Ele pergunta dando de ombros, nego com a cabeça.

– Nada. – Falo o olhando nos olhos e ele sorri e encosta nossas pernas. O atendente vai embora com os nossos pedidos.

– Então, o que você queria conversar comigo? – Renato pergunta, olho para Dayana curioso também esperando a resposta, ela nos olha por um instante e suspira.

– Na verdade isso aqui era um teste. – Ela fala nos surpreendendo. Olho para ela de olhos cerrados e Renato de cenho franzido.

– Como assim? – Ele pergunta olhando para ela com confusão, olho para o mesmo como se fosse óbvio.

– Se você viesse sozinho eu acharia que ainda sentia alguma coisa por mim, mas vejo que não.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora