CAPÍTULO CINCO

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RENATO

Saio de casa que nem um trovão, não falei com ninguém para onde iria, só peguei a chave da moto e rumei para a casa da Nicole. Naquele momento eu só estava me importando com o meu objetivo.

Era hoje que iria descobrir o que aconteceu para deixar meu amigo daquele jeito, era hoje que teria as respostas para as minhas dúvidas. Acelero minha moto sem me importar com nada, a não ser é claro em descobrir o que a ex de Léo fez para ele.

Meu amigo não merece o que quer que ela tenha feito, não quero julgar antes de saber a verdade. Mas sinto no meu peito que Léo não é o culpado desse término.

Acelero minha moto quase a cem por hora, sei que é perigoso, mas sinto uma agonia em ver Léo daquela forma. Sinto uma queimação de preocupação pelo meu amigo. Sinto uma necessidade de o ajudar e é isso que vou fazer. Léo precisa de mim e não vou abandoná-lo.

Meus pensamentos estão a mil, vários fatos se passam pela minha cabeça e não vou conseguir descansar enquanto não tiver minhas respostas. É por isso que estou praticamente arriscando minha vida nas ruas de Londrina em direção a casa de Nicole.

Sei que poderia fazer Léo me falar, mas não posso forçá-lo a fazer algo que não quer. Respeito meu amigo e o quero bem. Como já falei antes, se eu pudesse arrancaria a dor dele e a colocaria em mim, para que eu pudesse o entender. Léo nesse momento é minha prioridade.

Chego ao meu destino, buzino em frente a casa da Nicole e logo a vejo me olhar pelo portão, ela parece surpresa e por um momento a vejo me olhar com confusão.

- Renato? O que você faz aqui? - Ela pergunta de cenho franzido, levanto a viseira do capacete.

- Oi Nicole, preciso falar com você. É urgente. - Falo a olhando sério, ela assente meio incerta.

- Tá espera que vou abrir o portão para você. - Fala e logo faz o que falou, entro na garagem, estaciono bem a moto e tiro o capacete. - Vem, entra. - Me indica a porta e logo nós dois entramos.

Ela me direcionou para a sala, me indicou onde sentar. Sinto um nervoso por perguntar o que ela fez e vejo que a mesma está desconfortável.

- Acho que já sei porque você veio até aqui. - Fala sem me olhar e eu a olho diretamente. A coragem volta e resolvo perguntar de uma vez sem rodeios.

- O que aconteceu com você e Léo? - Pergunto e ela me olha meio nervosa e engole em seco. - Eu só quero entender porque meu amigo se isolou de mim e dos outros meninos. - Completo a olhando nos olhos, Nicole parece pensar por uns instantes. Suas mãos não paravam em nenhum momento, ela estava nervosa.

- Para você vir até aqui então ele ficou arrasado mesmo. - Murmura e eu escuto e assinto devagar com a cabeça. Ela me olha meio indecisa e relutante. - Olha Renato... Tenho vergonha do que fiz e me arrependo muito. - Fala com a voz trêmula.

- Vá direito ao ponto, por favor. - Falo sério a olhando intensamente. Nicole engole em seco e fecha os olhos, respirado profundamente.

- Eu... Eu traí o Léo. - Fala sem me olhar e abaixa a cabeça. Arqueio as sobrancelhas em surpresa e choque.

Como ela foi capaz de fazer isso? Sinto uma raiva crescer em mim.

- Você fez o que? - Pergunto porque aquilo para mim não podia ser real. Nicole não teria essa coragem, teria? Ela fecha os olhos ao me ouvir, mas em seguida me olha firme.

- Eu traí seu amigo. - Fala olhando nos meus olhos, sinto a raiva explodir dentro do meu peito.

- Como você pôde fazer isso com ele? - Pergunto levantando do sofá a olhando como se ela fosse o ser mais nojento que já vi.

- Eu me arrependo muito. Foi no calor do momento e....

- Não, não foi. O Léo sempre foi fiel a você e você na primeira oportunidade trai ele. Isso acabou com meu amigo, você tem noção? Como você pôde, garota? - Falo a olhando com raiva, Nicole abaixa a cabeça e não fala nada. - Eu sabia que você não era aquilo que o Léo esperava. Você não merecia meu amigo, eu sempre soube. - Falo com nojo. Eu sabia que Léo não tinha culpa nesse término.

Fico indignado com isso, olhar para cara dela me dava ânsia. Olho ela no fundo dos olhos que estão cheios de lágrimas e falo bem sério:

- Nunca mais chegue perto do meu amigo.

Saí nervoso daquela casa, estava sufocado naquele lugar. Saber daquilo me deixou com raiva, era por isso que Léo não queria me falar nada. A confiança do meu amigo deve estar arrasada.

Volto para casa a mil, aquela vontade de ir até Léo cresce em meu peito, mas não vou até ele. Nesse momento ele precisa de espaço. Por hoje eu não vou até a casa dele, mas amanhã é outro dia.

Foi por isso que ele falou que eu não podia o ajudar, porque nunca passei por isso. Se eu fiquei desse jeito quando soube imagina o meu amigo. Eu não o deixaria sozinho, estaria do lado dele para o apoiar. Ele precisa de mim e eu estaria aqui para o ajudar.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora