CAPÍTULO DEZESSETE

3.4K 241 50
                                    

LEONARDO

Renato olha para Renan e para mim com certa raiva. Arqueio uma sobrancelha com aquela atitude dele. Após ter ouvido aquilo no corredor dos quartos eu tentei voltar para o quarto e chorar novamente, mas Renan me segurou pelo braço e me olhou sério.

– Não faz isso. Não o deixe acabar com você desse jeito. Você não merece sofrer por ninguém. Vamos descer e você age normalmente, ele não merece que você fique assim. Ignora ele e faz ele ver o que ele está perdendo. – Falou e aquilo me deu uma força, sabe? Eu estava precisando ouvir aquelas palavras.

Foi isso o que eu fiz quando ele entrou na sala de jogos, fingi que ele não estava ali. Chega de chorar por esse idiota.

– O que foi? – Renan pergunta de cenho franzido e eu também franzi o meu com aquela atitude repentina do Renato.

– Vocês podem parar com isso? Se vocês querem se agarrar vão para um quarto. – Ele fala com raiva. Os meninos e Renan ficaram assustados com aquela situação. Eu olhei para Renato com certa raiva.

– Qual o problema da gente quiser se "agarrar" aqui? Tá incomodado? – Falo o olhando com o cenho franzido. Ele arqueia a sobrancelha em surpresa por eu ter falado dessa forma com ele. Mas logo o vejo me olhar intensamente.

– Não, não tô incomodado, mas isso é ridículo Léo. – Fala me olhando com raiva. Dou uma risada em escárnio. Não acredito que esse idiota está fazendo isso, aposto com quem quiser que ele está com ciúmes e não quer assumir para si mesmo.

– Ridículo é você, trouxa. – Falo com raiva e os meninos começam a nos pedir para parar com aquilo.

– Do que você me chamou? – Renato fala levantando e eu o olho nos olhos como se ele não fosse nada, mas por dentro eu estava tremendo de medo.

– Oh Renato para com isso, mano. – Thales fala se levantando e coloca a mão no ombro do Renato.

– Que isso mano? A gente tava de boa, Renato. – Eduardo fala também ficando de pé, Renan me olha e consigo decifrar seu olhar. Ele me pedia calma, mas aquele idiota precisava ouvir umas verdades.

– Não mano, quero que o Léo repita. Se ele for homem ele vai repetir. – Renato fala tirando sarro com a minha cara e eu não aguento mano. Foi a gota d'água. Se Renato pensa que pode falar comigo dessa forma e eu não vou reagir ele está muito enganado.

– Ridículo, seu bosta. Isso que você é. Não é isso que você queria ouvir? Então pronto. – Falo me colando de pé o encarando sério, Renato tenta avançar para cima de mim, mas Thales o segura.

– Oh Renato para com isso mano, a gente tá entre amigos aqui caramba. – Thales fala fazendo força para segurar o Renato. Eduardo ajuda o Thales a segurar o irmão. Renan está do meu lado com a mão no meu ombro para me acalmar.

Mano sem mancada, o Renato está realmente ridículo fazendo esse showzinho dele. Chega a ser frustrante, que cara ridículo. Eu sei que eu fiz uma coisa errada, assumo meu erro. Já me culpei e já chorei por isso, mas não tenho sangue de barata. Ele já tá tirando uma com a minha cara.

– Bosta é você seu veado. – Fala e nossa como aquilo doeu, doeu muuuito. Eu olhei para ele decepcionado, arrasado e desacreditado que ele tenha falado daquela forma.

– Oh Renato também não é assim mano, calma aí. – Renan fala em minha defesa e isso parece despertar ainda mais a fúria do Renato que nos olha com nojo.

– E você tá defendendo ele, por quê? É o namoradinho dele agora? – Ele pergunta com deboche, aquilo estava me doendo muito. Nunca pensei que Renato falaria uma coisa dessas mano, mas é como eu falei o medo muda as pessoas e as faz tomar certas decisões que nos arrependemos no futuro.

– Não mano, mas ele é meu amigo. – Renan fala e Renato dá uma gargalhada em puro deboche.

– Ah tá. Duvido se vocês já não se pegaram. Né Léo? – Fala e aquilo foi demais para mim, mordo os lábios com força em pura raiva.

– Ah mano, vai tomar no cu. – Falo saindo daquela sala decepcionado, sério gente nunca pensei que Renato fosse falar essas coisas para mim. Aquilo é de partir o coração. Toda a boa imagem que eu tinha do Renato estava sendo destruída aos poucos.

– Vai você! Você que gosta trouxa! – Escuto ele falar, eu já estava no corredor. Renan veio logo atrás de mim, ele estava chamando meu nome, mas eu não parei continuei o meu caminho sem olhar para trás.

Sério eu estava com muita raiva e vergonha, não estava esperando por isso. Na verdade, ninguém nunca espera, né? Só acontece. Mas sério, eu tô decepcionado com o Renato. Ele foi longe demais agora.

Entro para o meu quarto e pego uma mochila dentro do guarda-roupa. Começo a colocar algumas peças de roupa dentro da mochila com certa raiva. Eu queria gritar de tanta raiva que estava sentindo. Meu corpo inteiro tremia.

– Léo o que você tá fazendo? – Renan pergunta entrando no meu quarto.

– Tô indo para casa da minha mãe. – Falo guardando as roupas na mochila, Renan me olha e senta na cama.

– Não faz isso mano. Fica aqui, não faz as coisas de cabeça quente. – Ele fala tentando me fazer mudar de ideia. Mas eu nego com a cabeça.

– Eu não vou ficar Renan. Nunca pensei que o Renato fosse falar aquilo. Não quero nem olhar para cara dele hoje. Mano eu tô com um ódio tão grande... – Falo jogando mais roupas dentro da mochila até ela ficar bem cheia.

– Mano você não quer esperar até amanhã para vocês conversarem? – Ele pergunta e eu o olho de cenho franzido.

– Tá maluco Renan? Não quero ficar aqui não, vou para casa da minha mãe e pronto. Se ele quiser conversar ele que vá até a casa da minha mãe, porque foi ele que fez a merda. – Falo fechando a bolsa e logo saio do quarto e Renan me segue. Ele tenta a todo custo me fazer mudar de ideia, mas isso não vai acontecer.

Quando vou descendo as escadas encontro Eduardo pronto para subir. Quando ele me vê com a mochila nas costas franze o cenho.

– Pra onde você vai, nêgo? – Pergunta.

– Vou pra casa da minha mãe. – Falo passando por ele. Indo para a cozinha para de lá ir para garagem. Edu assim como Renan começa a tentar me fazer mudar de ideia, mas eu precisava de espaço e estar no mesmo ambiente em que Renato seria difícil. Pego a chave da minha moto e a ligo.

– Leonardo você tem certeza? – Eduardo pergunta me olhando nos olhos, coloco o capacete e monto na moto

– Sim. Fecha o portão, por favor. – Falo e aperto o botão para abrir o portão, Edu e Renan já não sabem mais o que fazer para que eu mude de ideia. Por fim falo um "Tchau" para eles e dou partida na minha moto.

Não queria que isso tivesse acontecido, mas eu não posso mudar o passado. O que estava feito, estava feito e não poderia voltar atrás. Renato me decepcionou muito hoje, primeiro em gravar o vídeo se assumindo publicamente com a Dayana e depois aquela atitude mesquinha na frente dos meninos. Preciso ficar longe dele por um tempo.

Na verdade, preciso de tempo para pensar em tudo o que está acontecendo e com certeza nesse exato momento decido que vou matar de uma vez por todas esse sentimento que tenho por Renato. Já chega de me iludir com isso, hoje foi uma prova de que o que sinto não vai acontecer.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora