CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

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LEONARDO

Não acreditei quando Renato me beijou em um beijo estalado e alto para o irmão dele ouvir. Sabe aquela felicidade que não cabe em você? Não sei como explicar isso, mas quando ele tomou essa iniciativa algo dentro de mim despertou.

Fiquei com medo quando o Eduardo bateu na porta do meu quarto, não posso negar que fiquei meio preocupado sem saber qual seria a reação do Renato, mas me surpreendi ao ver ele fazer tudo aquilo para o irmão dele ouvir.

Não tinha vergonha da parte dele, mas da minha sim. Afinal, era o irmão dele ali fora e, sei lá cara, é meio estranho né! Mas não resisti aquele beijo que me faz delirar com a sensação, não sei como, mas Renato me faz perder o controle do meu corpo somente com um beijo no pescoço que devo dizer que me arrepia por inteiro.

Mas eu senti um frio na barriga quando os meninos entraram pela janela/porta do meu quarto. Thales e Eduardo estavam paralisados com a cena que estavam presenciando. A cara dos dois era de pura confusão.

Renato e eu olhamos para eles e foi impossível não ficar vermelho de tanta vergonha que senti naquele momento, eu esperava que fosse somente o Eduardo e que ele havia ido embora, mas vejo que não. Renato me olha surpreso, mas logo dá um sorriso de lado para tentar me tranquilizar, mas a verdade é que EU ESTOU QUASE SURTANDO.

– Não é o que vocês estão pensando. – Falo me desvencilhando do Renato, os meninos estão em choque com aquela cena. Até eu ficaria no lugar deles, afinal não é todo dia que vemos dois amigos se pegando.

– Co-como que não? A gente viu! – Thales fala me olhando e depois para Renato. Eles estavam surpresos, mas em nenhum momento eles nos olharam com repulsa ou nojo. Eu estava com medo por causa disso, está bem que eles já haviam me aceitado, mas como já falei não é todo dia que vemos dois amigos se pegando. Olho para Renato em desespero.

– É isso mesmo que vocês viram, Léo e eu estamos nos pegando. – Renato fala tão relaxado que me deixa mais desesperado ainda, olho para os meninos de olhos arregalados. Olho para Renato que me abraça pelos ombros e me puxa para mais perto dele.

Renato só pode está ficando louco, não era assim que queria que os meninos soubessem, quer dizer nem passou pela minha cabeça sobre os meninos descobrirem algo, não agora e não nesse dia.

– Não sei o que falar. – Eduardo fala em choque, ele passa a mão pelo rosto e senta na cama olhando para o nada por alguns segundos.

– Mano, mas e a Dayana? – Thales pergunta olhando para Renato que, como já disse, estava relaxado, nem parece que dois dos nossos amigos nos pegaram aos beijos há segundos atrás, eu estava com um nervoso tão grande que pensei que iria desmaiar a qualquer momento, não estou brincando, o coitado do meu coração faltava sair do peito.

– Eu terminei com ela. – Renato fala me olhando, meu rosto esquenta tanto que por um momento pensei que passaria mal. Thales e Eduardo olham de mim para Renato sem ação nenhuma e isso me deixava ainda mais nervoso. – Vocês têm algum problema em relação a isso? – O moreno pergunta indicando a mim e a ele para os meninos, que se olham e depois olham para nós dois.

– Mano, de verdade eu tô muito surpreso com isso. – Thales fala nos olhando, ele coloca a mão na cintura e pensa por um momento. Olho para Eduardo preocupado com a reação dele.

Sabe quando você pensa mil e uma coisas na sua cabeça sobre a reação de alguém? Minha cabeça pensa em várias reações nada boas da parte de Edu em menos de cinco segundos, não só dele como do Thales também, engoli em seco com o silêncio deles dois. Eduardo olha para mim e depois para o Renato.

– Nossa, eu, assim como o Thales, só tô surpreso, não esperava isso. Mas não tenho porque julgar ou ter problema em relação a vocês. Se vocês estão felizes por mim tudo bem. – Edu fala dando de ombros, Renato sorri de lado e eu respiro meio aliviado. Sim, meio, porque Thales ainda não falou nada em relação a isso. Olho para ele que passa a mão nos cabelos.

A postura do Renato me deixa apreensivo, ele está parecendo não se importar com o que os meninos vão achar, mas eu estou pirando. Meu coração está aflito, por mais que Thales seja uma pessoa de boa não tira o fato de ainda ser meio estranho ver dois amigos se pegarem.

– Fala alguma coisa Thales. – Falo aflito pelo silêncio dele, Eduardo olha para ele, depois para mim e Renato. Thales parece procurar por palavras, mas está com dificuldade de as encontrar.

– Ah mano, não sei o que dizer. Como o Eduardo falou, se vocês estão felizes por mim tudo bem. – Fala levantando as mãos como se tivesse se rendendo e dá de ombros ao mesmo tempo. O alívio toma conta de mim, respiro aliviado e Renato me olha sorrindo. Nossa, senti um desespero tão grande dentro de mim que não sei explicar.

– Já que vocês nos apoiam. – Renato fala e me puxa para um beijo lento na frente dos meninos, o Renato é maluco. Aquilo me pegou de surpresa, mas retribuí mesmo assim.

– Isso é estranho. – Escuto Edu falar, Renato quebra o beijo e olha para o irmão.

Thales nos olha em choque, o cérebro do coitado deve estar bugando com tudo o que aconteceu hoje, não o culpo por ficar assim eu no lugar dele ficaria do mesmo jeito.

– Por que é estranho? A gente já se beijou Eduardo. – Renato fala me fazendo olhar de cenho franzido para os dois e Thales olha para Eduardo desacreditado, tudo bem, o cérebro de Thales está a ponto de explodir. Edu faz uma careta e entorta os lábios.

– Mas não é a mesma coisa Renato, a gente se cumprimentava com um selinho, todos nós fazíamos isso e era só coisa de irmãos e pais. – Eduardo fala negando com a cabeça e sinto um alívio tomar conta de mim. Por um momento pensei que Renato já havia feito um incesto, acho que Thales pensou o mesmo que eu porque ele ergueu as sobrancelhas em compreensão.

– Sério que vocês se cumprimentavam assim? – Thales pergunta olhando para Renato com o um olhar de espanto e o mesmo assente. Renato me abraça pelos ombros novamente. Eu estou meio em choque com a atitude do Renato em relação ao que acabou de acontecer. Eu o esperei inventar uma desculpa ou qualquer outra coisa, mas não, ele assumiu com firmeza o que estava fazendo assim como confessou que me amava. Acho que não tem mais como Renato me surpreender além de tudo o que ele fez hoje.

– Além disso já faz tempo que não fazemos isso. – Eduardo fala olhando para o irmão com a expressão vazia. Renato dá de ombros e beija meu pescoço.

– Tudo bem, eu tô saindo porque vocês estão quase se comendo aqui. – Thales fala brincalhão. Muito bem o Thales de antes voltou. Edu levanta em um salto da cama.

– Me espera que também vou com você. – Fala seguindo Thales em direção a porta. Renato ri.

– Não, espera aqui, quero mostrar como o Léo fica quando mordo o pescoço dele. – Renato fala na brincadeira, os meninos negam no mesmo instante e eu olho para Renato com a sobrancelha erguida e cruzei os braços. – O quê? – Ele pergunta dando de ombros, me abraça e dou uma mordida forte no ombro dele que reclama.

– Você acha que sou o quê? – Pergunto olhando para ele com a expressão séria. Renato ergue uma sobrancelha e ri safado.

– Quer que eu fale mesmo? – Ele pergunta me olhando travesso e dou um tapa forte no braço dele que ri ainda mais da minha reação. – Ai, doeu Léo.

– É para doer mesmo. – Falo fazendo um bico nos lábios que Renato, sem pensar duas vezes, o toma em um beijo calmo e lento que me faz ficar de pernas bambas.

– Vamos lá embaixo, tenho que falar umas coisas para os meninos. – Fala quando quebra o beijo e me olha nos olhos. Assenti e ele me puxa pelo braço. Não sei o que ele vai fazer, mas estou muito feliz com esse novo Renato.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora