CAPÍTULO SEIS

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LEONARDO

Acordei às sete horas da noite e com muito custo por minha mãe tentar me acordar. Eu estava em um sono tão tranquilo, sabe quando você dorme e não tem sonho e fica bem quando acorda? Assim eu estava naquela noite.

Meus olhos arderam quando eu os abri devido ao sono e ao choro de mais cedo também. Nossa como chorei, eu parecia até aquelas crianças quando perdem algo. Mas na verdade eu acho que perdi uma amizade de longa data, se posso dizer assim.

Minha mãe fez lasanha para jantarmos, mas antes de sair do quarto para comer, fui até o banheiro lavar o rosto. Assim que entro no mesmo vejo meu reflexo no espelho. Eu estava com o cabelo natural e os baguncei como tenho o costume de fazer. Meus olhos estavam inchados e vermelhos.

De repente uma ideia passa pela minha cabeça, eu já pintei meu cabelo outras vezes, acho que está na hora de pintar novamente. Lavo o rosto, meus olhos ardem um pouco e logo saio do banheiro.

Pego meu celular em cima da cama, abro meu WhatsApp e vejo que Renato me mandou mensagem, porém não a vejo, jogo meu celular novamente em cima da cama e saio do quarto para jantar com meus pais e meus irmãos.

Eu precisava de um tempo antes de ler sua mensagem, ao meu ver seria uma mensagem falando que ele não queria mais me ver e que eu não era mais bem vindo em sua casa. Eu acordei muito bem para deixar algo assim acabar com a minha noite. Saio do quarto e vou para cozinha.

Estavam todos sentados a mesa somente me esperando, assim que chego e me sento começamos a comer. Olho para meu pai e depois para minha mãe.

– Mãe e pai o que vocês acham de eu pintar o cabelo? – Pergunto me servindo de um pedaço generoso de lasanha. Meus pais me olham por um instante.

– Você que sabe Léo. – Meu pai fala dando de ombros e minha mãe assente.

– Eu também quero pintar o cabelo. – Minha irmã, Leila, fala e eu a olho de uma forma divertida.

– Sai invejosa. – Falo e todos rimos.

– Inveja nada, se você pode eu também ué. – Fala dando de ombros. Eu nego com a cabeça.

– Deixa que eu pinto para você. – Meu irmão, Lucas, fala olhando a nossa irmã com um olhar de quem vai aprontar.

– Claro que não, você acha que eu nasci ontem? – Fala fazendo uma careta e meu irmão e eu rimos muito da cara dela, que foi cômica.

– Você não vai pintar o cabelo, Leila. – Minha mãe fala por fim dando por encerrado aquele assunto. Minha irmã ficou de cara quando nossa mãe falou isso. E eu claro como irmão mais velho ri da cara dela assim como meu irmão e meu pai.

Nós jantamos super tranquilamente e logo depois ajudei minha mãe a lavar louça já que minha irmã tinha um trabalho da escola para fazer e não pôde ajudar. Meu irmão deu uma desculpa dizendo que estava casando e meu pai encontrou algo para fazer e só restou minha mãe e eu.

– O Renato ligou. – Minha mãe fala quando estamos lavando as louças, quer dizer ela lavando e eu secando. Franzi o cenho.

– O que ele queria? – Pergunto ainda com os olhos fixos no prato que estava secando.

– Não sei, mas ele queria muito falar com você. – Minha mãe fala e eu paro o que estou fazendo no mesmo instante. Penso em porque ele me ligaria depois do modo como o tratei? Acho que meu plano foi por água abaixo, ou, ele queria falar comigo aquilo que ele falou por mensagem. Que eu não li.

– Tá, depois ligo para ele. – Falo e volto a fazer o que estava fazendo.

Mas não tirei aquilo da cabeça, o fato de eu o ter tratado de forma rude era para ter o afastado, né!? Eu espero que tenha dado certo. Quer dizer, uma parte de mim queria que desse certo, mas a outra, que é a maior, queria que não.

Depois que terminei de ajudar minha mãe com as louças fui para o meu quarto; não sem antes desejar boa noite para os meus pais e irmãos. Assim que entrei no quarto, peguei meu celular.

A mensagem do Renato estava ali, mas eu estava receoso em ler, eu havia acordado tão bem. Não queria ter que dormir mal essa noite. Porém, eu sabia que Renato era uma caixinha de surpresas.

Abro a mensagem e a leio. O que está escrito nela me surpreende bastante. Nela ele me fala que estava tudo bem e que me entendia, porque sabia que eu estava passando por um momento difícil, disse também que eu era amigo dele e que ele me amava muito.

Ao ler aquela mensagem sinto aquela típica sensação que faz você se sentir um bobo, um sorriso discreto nasce nos meus lábios e sinto meu peito aquecer com aquelas palavras. Para Renato pode ter um significado, mas para mim há outro.

Foi com essa mensagem que eu percebi que realmente meu plano de o afastar havia ido por água abaixo. Como falei anteriormente, Renato Garcia é uma caixinha de surpresas.

Entretanto um sentimento tomou conta de mim, a culpa. Fiquei me sentindo culpado por agir daquela forma com ele. Fui um idiota. Mas não era somente isso, a culpa de sentir aquela paixão por ele também me consumiu e me fez ter uma péssima noite de sono.

A verdade é que quanto mais eu tentava afastar o Renato de mim mais eu o aproximava e isso me matava por dentro. Eu precisava fazer algo ou aquilo iria ficar estranho para mim.

Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora