LEONARDO
Eu não estou chateado, muito longe disso. O que aconteceu aqui despertou uma fúria tão grande dentro de mim que eu não sabia que existia.
Dayana passou de todos os limites, mas não vou fazer nada. Vou deixar que ela quebre a cara. Minha mãe me ensinou que não podemos fazer justiça com as nossas mãos e também não vale a pena o meu esforço com essa garota.
Mas as palavras proferidas para mim doeram, não vou mentir, a minha vontade era de fazer Dayana engolir cada ofensa que ela liberou para mim, mas meus amigos estão me apoiando e como já falei não valia a pena. Renato ficou como um idiota pedindo para eu parar, mas não fui eu quem começou.
Tudo bem, eu não fui um santo e estava errado, mas não havia motivos para a Dayana fazer isso, se ela já ficou assim só porque abracei e beijei Renato no rosto imagina quando ela descobrir que Renato e eu quase transamos.
Eu estava com tanta raiva que meu corpo tremia e meus olhos encheram de lágrimas, aquelas eram lágrimas de ódio puro. Vocês também são assim? Choram quando estão com raiva? Porque parece que meus olhos ganham vida própria e começam a chorar, mas eu as segurei com todas as minhas forças. Dayana não merecia minhas lágrimas.
Olhei desacreditado para Renato que mesmo depois de tudo o que essa garota fez ainda foi atrás dela. Não acredito nisso, o otário nem sequer me olhou e aquilo fez a minha raiva triplicar se é que era possível.
Tia Íris me abraça e eu deixo sair toda as lágrimas que estava segurando. Os meninos estão me consolando. Não consigo segurar o choro, eu não sabia desse lado dela. Minha vontade é de gritar, mas é de pura raiva. Odeio essa lado em mim, de chorar quando estou com raiva.
– Vai ficar tudo bem. – Íris sussurra para mim.
– Oh Léo... Fica assim não big-big. – Thales fala passando a mão na minha costa. Eu queria falar alguma coisa, mas não conseguia aquele bolo na minha garganta não me permitia.
– Coitado Thales, o que aconteceu para ela agir daquele jeito? – Tia Íris pergunta olhando para os meninos.
– Não sei, a gente estava aqui se cumprimentando do jeito que nos cumprimentamos sempre e acho que ela ficou com ciúmes, sei lá. – Renan fala e me olha. – Você tá bem Léo? – Ele pergunta preocupado, tentei assentir. Tento me recompor, respiro fundo três vezes e aos poucos vou me acalmando.
– E-Eu es-estou be-m. – Falo para os acalmar, quebro o abraço com Íris e olho para os meninos que me olhavam com preocupação.
– Vem, vamos para dentro. Você precisa tomar uma água com açúcar, está tremendo. – Íris fala me puxando para dentro da casa, me deixo ser puxado e ela me guia para a cozinha. Estava tremendo, mas não de outra coisa a não ser raiva.
Renato ainda não apareceu, mas com a raiva que estava sentindo era melhor ele não aparecer mesmo. Ele a escolheu ao invés de mim e isso me deixa triste de certa forma, mas não vou sofrer por ele, não mais. Se Renato a escolheu tudo bem, mas eu não vou deixar me humilharem dessa forma.
Não vou fazer nada, porque não preciso, como já falei uma vez "quem planta, colhe." E vou deixar o tempo fazer justiça. Mas não quero mais olhar na cara daquela garota e agora nem na do Renato. Me doeu muito quando ele foi atrás dela e nem se deu ao trabalho de olhar para mim ou perguntar como eu estava. Renato fez a escolha dele e eu vou fazer a minha.
E escolho mandar os dois para o inferno, já chega disso. Renato não vai se decidir, há uma escolha entre Dayana e eu e sempre será ela. Já está na hora de fazer a fila andar.
Tia Íris me leva para a cozinha, ela não mentiu quando disse que eu estava tremendo, mas vocês sabem o porquê. Na cozinha estavam Elton e Thaís, eles olharam para mim de cenho franzido e logo depois para Íris.
– Senta, Léo. – Fala ela me indicando a cadeira, sento e ela vai preparar a água com açúcar para eu tomar.
– O que aconteceu? – Thaís pergunta, ela estava tomando água quando entramos. Não quero falar sobre isso, então Íris conta tudo o que aconteceu para eles e a cada vez que ela conta as lembranças vem na minha mente e me faz ter mais raiva ainda.
– Por isso que estava aquela gritaria? – Elton pergunta e nega com a cabeça.
Thaís estava chocada com tudo o que Íris estava contando.
– Sim, eu não aguentei ver aquilo e mandei ela ir embora. – Íris fala me entregando a água e logo trato de tomar.
– Mas por que ela fez isso? – Thaís pergunta de cenho franzido não entendendo nada.
– Só porque o Léo abraçou o Renato. – Fala Íris, tomo mais um pouco de água e vou me acalmando aos poucos.
Thaís olha perplexa para mim e nega com a cabeça.
– Nossa, que ridículo. – Falou ela com indignação.
Não sei onde os meninos foram, mas acho que ficaram na área da piscina, agora fazendo o que é o que eu não sei.
– Tá melhor Léo? – Tia Íris perguntou e eu assenti. Não vou deixar me abalar por isso, tenho o apoio dos meus amigos e isso é o que importa.
– Sim, obrigado tia Íris. Vou subir para o meu quarto. – Falo me levantando, Íris me olha e assente, os outros ali presentes me olham com pesar.
– Se precisar de algo pode pedir para mim. – Fala com um sorriso de lado, já falei que amo essa mulher? Ela é como uma segunda mãe para todos nós aqui na casa, sem contar que ela coloca ordem aqui também, quer dizer, quase sempre. O que seria de nós sem dona Íris?
Subo para o meu quarto e penso em Renato e em como ele foi idiota. A todo momento me mandava parar algo que eu nem sequer comecei. Não vou me sentir culpado, não mais. Já falei que chorei demais por aquele idiota.
Não quero ser frio ao ponto em que posso me arrepender, mas todo esse sentimento que sinto por Renato está sumindo em meio a revolta.
– LÉO?
Escuto Renato me chamar, mas não quero papo com ele. Acelero o passo para chegar mais rápido no meu quarto e quando estava quase chegando sinto ele segurar meu braço.
– Léo espera, quero falar com você. – Ele fala, olho para ele e logo depois para a mão dele no meu braço. Voltei meu olhar sério para ele que me olha com certa tristeza.
– O que você quer? – Pergunto puxando meu braço do seu aperto. – Agora que você quer falar? Foi só agora que ela te liberou para falar comigo? – Pergunto debochado olhando para ele com a expressão séria. Renato nega com a cabeça.
– Não tem nada a ver Léo, mas você provocou também. – Fala e sinto a raiva tomar conta de mim, mas não vou sujar minhas mãos.
– Vai se foder. – Falo dando as costas para ele que me chama, mas não me importo, não quero olhar para ele. Entro no meu quarto e ele bate na porta do mesmo.
– Léo abre essa porta. – Fala, mas me faço de surdo e vou para o meu PC jogar um ótimo jogo para desestressar.
Não sou vingativo, quer dizer não tanto, mas Renato pediu por isso. A frieza é só o primeiro passo para desistência.
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Meu Melhor Amigo (RETIRADO EM BREVE)
RomanceLeonardo e Renato tem uma amizade de longa data, ambos sempre foram confidentes um do outro. Para Renato aquela amizade não passava de amor fraterno, de irmandade, porém para Léo a coisa é bem diferente e mais complicada. Ao longo de tantos anos de...