Capítulo 5

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O esforço que eu fazia para tirar a imagem de Theo nu da minha mente era sobrenatural e meu irmão parecia insistir em fazer com que todo esse esforço fosse por água á baixo, a cada tentativa se frustrava quando ele mencionava o nome dele.

Passamos em uma lanchonete depois da faculdade e nos servimos cada um de um X-salada e Coca-Cola :

_ Precisamos passar lá no Essência...

_ Uma hora dessa, vai me dizer que aquele lugar funciona durante a semana e em horário comercial?

_ Não... mas ontem eu deixei meu carro lá, como havia bebido não achei prudente dirigir.

_ Era o mínimo que se podia fazer, ainda bem que tem consciência do perigo de dirigir quando se ingere bebida alcoólica.

_ Seu irmão é bem consciente, não se preocupe.

_ Vamos, vamos logo antes que eu desista e te deixe ir sozinho.

Quando chegamos, Vlad apertou o interfone e uma voz do outro lado perguntou:

_ Quem é?

_ Oi meu nome é Vladmir, sou frequentador, deixei meu carro ontem aí e vim busca-lo.

_ Um momento por favor.

Logo ouvimos o clic do portão, e automaticamente o portão começou a mover-se nos dando passagem, dois seguranças do lugar logo se apresentou e um dele me olhou dizendo:

_ É ele...

Apontei para mim mesmo surpreso, e Vlad me olhou curioso:

_ Eu... o que tem eu?

_ Você é o cara que o Theo estava procurando.

_ Como é?

_ Ontem, depois que vocês foram embora o Theo acabou aparecendo te procurando, eu ainda avisei a ele que o desencontro entre vocês foram coisas de cinco minutos.

Um sorriso entusiasta surgiu no rosto do meu irmão que passou o braço por meus ombros:

_ Então o Theo estava procurando o meu irmão, e por acaso ele está aí hoje?

_ Não, ele não está, mais posso ligar para ele e avisar que está aqui.

_ NÃO!

Os dois segurança se entreolharam, mas Vlad quebrou o clima:

_ Faz assim, me passa o número dele e meu irmão mesmo liga para ele.

_ Não sei se estamos autorizados a dar o número de um cliente, ainda mais sendo um cliente VIP, sinto muito.

_ Tudo bem... não tem nenhum problema.

Vlad entrou no carro se acomodando no banco e eu sentei-me ao lado dele no banco do passageiro, enquanto isso os dois seguranças cochichavam entre si:

_ Espera... é dois minutos apenas.

Um deles entrou no salão por alguns segundos, enquanto o outro continuava conosco, quando o outro retornou trazia um papel na mão:

_ Ele nos autorizou a passar o número, disse que está esperando o seu telefonema.

O segurança permanecia com a mão estendida tendo o papel seguro por dois dedos, peguei aquele papel o examinando, Vlad agradeceu e manobrou o carro para fora da garagem daquele lugar:

_ A julgar a forma como examinou aquele pedaço de papel, parecia que segurava um pequeno tesouro nas mãos.

_ Que coisa Vlad, até parece.

_ Você vai ligar para o Theo?

_ Claro que não, porque eu faria isso?

_ Como você teima em perder as oportunidades meu irmão. Talvez porque ele tenha te passado o telefone dele e está esperando você ligar, talvez esse seja o motivo pelo qual deva ligar?

_ Que mania essa sua Vlad, eu vou te dizer mais uma vez, para de bater na mesma tecla, o Theo não está interessado em mim.

_ Ah...ele não está interessado e te passou o número particular dele espertinho, você acha o que, que ele passa número dele assim para qualquer um?

_ Eu não sei, não sei por qual razão ele me passou esse número, mas você que fala tanto em oportunidade pode descobrir, tá aqui o número dele, liga você.

_ Não é a minha ligação que ele está esperando oh espertalhão.

_ Não faz a menor diferença se você quer saber.

Saí do carro assim que ele estacionou, deixando o papel para trás, mas Vlad vinha em meu encalço:

_ Raulf, Raulf deixa de ser idiota, fica com o número pelo menos, quem sabe muda de ideia e resolva ligar.

Peguei o papel de sua mão, amassando-o, mas mantendo firme na minha mão:

_ Satisfeito... eu agradeço por ter me acompanhado mas agora eu pretendo ficar sozinho no meu quarto sem interrupções e intromissões nas minhas escolhas.

_ Como quiser... idiota

Ele saiu reclamando, me deixando sozinho, e então abrir a mão e aquele papel todo amassado foi parar na gaveta que fechei logo após deixa-lo lá.

Tomei um banho de água tépida, coloquei apenas uma cueca e fui me deitar afim de descansar um pouco antes de descer para o almoço, mas ali a imagem de Theo veio me perturbar e eu sentia o latejar do desejo querer me dominar, fazia dois meses que eu não tinha contato com outro homem além de Thobias, e o beijo que compartilhei com Chris e com Theo desencadeou no ardente desejo que sobrevinha sobre mim.
O mais irônico disso tudo era que o primeiro que eu havia beijado foi o Chris, mas com ele eu simplesmente não sentia nada, era Theo o dono do meu pensamento naquele minuto, era pensando nele que eu resolvia tocar-me de forma tão efusiva, foi pensando nele que naquela tarde eu gozei, depois me recriminei, como poderia me deixar chegar a isso, nem mesmo Thobia que foi meu companheiro durante dois anos, nem mesmo ele havia conseguido fazer eu masturbar-se assim.
Totalmente relaxado após o que havia acabado de fazer porém culpado levantei-me para limpar-me, terminei de me trocar e saí do quarto, encontrei o olhar do meu irmão, ele não disse nada mais eu o ataquei:

_ É melhor que nem fale nada.

_ Hei calma aí, o que foi?

_ Não foi nada... é você e essa sua mania de ficar falando sempre o nome dele.

_ O que foi que aconteceu para ficar tão bravo assim.

_ Vlad, eu estou sozinho a dois meses, e você fica insistindo em falar o nome do Theo, você sabe o que foi que eu acabei de fazer ali dentro daquele quarto?

_ Não faço a mínima ideia, ainda não consigo atravessar paredes meu irmão. O que foi que você fez?

Eu sussurrei com medo dos nossos pais ouvir:

_ Eu acabei de me masturbar pensando nele.

Vlad gargalhou:

_ Do que você está rindo... Vladmir do que diabos está rindo, você ouviu o que eu acabei de falar que eu fiz?

_ Me poupe Raulf, vai me dizer que você nunca tinha se masturbado antes, nem mesmo pensando no babaca?

_ Nunca!

_ Nem mesmo na adolescência?

Ele me olhava como se eu fosse um verdadeiro extraterrestre:

_ Foi mal meu irmão, mas como era o sexo entre você e o babaca?

_ Isso é pergunta que se faça, isso é íntimo, não é algo que sai falando por aí.

_ Nem precisa, só pela sua resposta já vi que era a mesma posição todas as vezes, não me admira que ele procurou outro Raulf.

_ O que você está querendo dizer com isso, que a culpa foi minha dele ter levado outro homem para a nossa cama?

_ O que eu estou querendo dizer meu irmão é que o homem gosta de um santo fora da cama, mas na cama ele prefere um profano entendeu agora?

Essência LibertinaOnde histórias criam vida. Descubra agora